Ela queria porque queria fazer um sexo diferente. Estava cansada daquele negócio de dar a xota e o rabo. Estava cansada daquela coisa de chuparem seus seios e de chupar o pênis das pessoas amadas (porra, no plural!). O que poderia haver de novo para ela? Já havia, inclusive, praticado todas as posições sugeridas por aquele calendário anual com uma posição sexual diferente para cada dia.
Quando chegou a mim e falou sobre seu dilema, imediatamente me veio à cabeça colocar em prática um plano sexual arrebatador, que há anos vinha querendo executar, mas não conseguia uma cara metade suficientemente cara-de-pau para a conversão dos meus desejos. Então, propus:
-Meu bem, hoje à noite, vamos ao motel, porque, lá, vou poder realizar esse seu desejo. Há muito tempo tenho umas caraminholas sexuais na cabeça e vou aproveitar que você já superou essa coisa de ser vaca para pô-las em prática contigo, tá?
-"Pô-la" não é espermatozóide de japonês, querido?
-É, tem a ver...
E assim foi. Chegou a noite e eu peguei a dona com a qual vinha saindo há alguns parcos dias, levando-a ao motel "Vulva Dourada", que fica à margem da Rodovia dos Pentetrantes. Entrei com meu "fuquinha" na garagem e já fui logo patolando a mão direita na vagina da amada (hoje em dia, os amores são assim). Ela, então, me lembrou:
-Olha que você ficou de fazer coisas realmente diferentes, hein? Tô querendo ver...
Naquele momento, senti o peso da responsabilidade, mas o plano que tinha acreditava ser infalível.
-Pode deixar que hoje você vai ter um prazer diferente...
Falei isto já fazendo alguns carinhos de praxe, tipo passar a mão na bunda e dar um chupão no pescoço, e seguimos para o quarto.
Chegando lá, comecei o verdadeiro ritual. Tirei nossas roupas, agarrei-a por trás e passei a sarrá-la euforicamente.
-Espero que não seja essa a novidade, meu bem. Só de sarrada na bunda, já levei umas dez mil na minha vida.
Meu pau ameaçou broxar, mas me mantive esperto.
-Nada disso, sua vaca boba. Isto são só os preâmbulos.
Preâmbulo era uma palavra interessante de se falar naquele momento, pois, provavelmente, ela não tinha a mínima idéia do que significasse e isto ajudava a fortalecer o mistério que procurava colocar por trás daquela noite que procurávamos fazer inesquecível.
Segui na empreitada e no plano. Depois de sarrar bastante aquela bunda gorda, com o pênis totalmente em riste, coloquei-a de três (duas mãos e um pé no chão) e passei a fazer a foda ping-pong (consiste em comer simultaneamente o rabo e a buça, isto é, no movimento de vai-vem do pênis, colocá-lo uma vez na bunda e outra na buça, seguindo com esta alternância tantas vezes quantas forem necessárias). Diante daquela situação esdrúxula, ela falou:
-Espero que não seja essa a novidade. Só de foda ping-pong já transei umas setecentas vezes.
Porra! Setecentas fodas ping-pong! A mulher era realmente uma jararaca no porrete e de vastíssima experiência. Ainda bem que aquele não era o ápice do meu plano e, por isto pude retrucar com um certo ar de ironia, ao tempo em que praticava o tal coito:
-Você tá brincando? Isto é o que eu faço normalmente com as mulheres. Calma que tua verdadeira hora está chegando.
E continuei com aqueles movimentos interessantes até quando percebi que para ela aquilo efetivamente não estava agregando nenhum valor. Foi aí que parei e fui até os dois castiçais que estavam no criado mudo existente no quarto do motel. Acendi as duas velas, e voltei em direção a ela.
-O que você vai fazer com isto? - Perguntou.
-Primeiro colocar o lado sem pavio de uma no seu rabo e de outra na sua xota. Depois, inverto o lado, mantendo os buracos.
-Espero que isto não seja a novidade. Só de vela no rabo e na xota já levei umas duzentas.
"Tá melhorando", pensei com meus botões. "Sarrada na bunda, já levou umas dez mil. Foda ping-pong já fez umas setecentas vezes. Vela nos buracos, uma duzentas vezes. A ordem, pelo menos, é decrescente".
-Fica quietinha e entuba, meu bem. Afinal de contas, essas são velas votivas. Aproveita para fazer um pedido para seu santo de devoção. E fique sabendo que isto é parte da minha rotina sexual e não há nada de novo, falei?
-Só quero ver se você vai me decepcionar!
Quando ela falou aquele negócio de decepcionar, feriu meus brios. Foi aí que resolvi pôr em prática o plano B. Depois de meia hora de velas nos buracos, arranquei os cotocos dos orifícios, peguei o meu canivete de estimação, fui para cima dela e trepei de frente. Quando ela ameaçou fazer aquele ar de deboche por causa daquela posição tão clássica e banal de fazer amor, passei o canivete no bico do peito esquerdo dela e arranquei o mamilo.
-Aiii! Agora tá melhorando, meu bem! Só três pessoas tentaram arrancar os meus mamilos e você foi a única que conseguiu
-O que você quer dizer com "a única?"
-Só concordância, amor. Quis dizer "a única pessoa". O ÚNICO HOOOMEEM! Aaaaaaiiiiiii meu peito!
Aí eu excitei-me de vez e parti para o golpe tão planejado de misericórdia. Tirei a caceta da buça e pus no ouvido. Comecei a comer o ouvido dela!
-Noossa! Isto nunca aconteceu comigo antes! Você está comendo meu ouvido. Enterra até a bigorna desgraçado! Arregaça meu estribo!
Quando ela falou aquelas palavras excitantes, enterrei tudo! Começou a cair sangue pela orelha. Provavelmente, havia arrebentado o tímpano da mina, mas ela gritava euforicamente:
-Issooooo! Issooo! Faz no outro também!!!
Tirei o pênis de uma orelha, pus na outra e fiz a mesma coisa. O sangue também começou a jorrar e dessa vez, excitadíssimo que tava, fui ao orgasmo. Caí para um lado e ela para o outro, ambos fracos, mas felizes. O sangue aos poucos foi estancando e ela olhava-me feliz, certamente com aquele sentimento típico de mulher que foi descabaçada e estava admirando o seu carrasco de alcova com um ar de idolatração. Peguei no sono e fiquei por ali roncando umas duas horas. Quando acordei, lá estava ela ainda me olhando com aquele olhar terno de felicidade. Perguntei para ela, sorrindo, se havia gostado e ela continuou com aquele olhar terno e em silêncio. Fiz um carinho na sua cabeça e tornei a perguntar:
-E aí, valeu ou não valeu?
Sem resposta. Foi aí que me toquei que a menina não tinha a menor condição de escutar mais nada, pois acabara de deflorar os seus tímpanos. Tentando me comunicar, levantei a mão direita e estiquei o dedo máximo. Ela, completamente realizada, também levantou a mão direita e fez um círculo com o indicador e o polegar.
As mulheres são realmente capazes de tudo no afã de realizar um grande sonho.