PETRÓLEO
Edson Pereira Bueno Leal , fevereiro de 2008 , atualizado em julho de 2012.
A questão energética contemporânea, especialmente no que se refere ao uso de combustíveis fósseis, pode ser olhada sob uma perspectiva mais ampla. A vida na Terra tem alguns bilhões de anos. Nossa espécie, que surgiu há cerca de 150 mil anos, produz ferramentas há cerca de 40 mil anos, usa carvão mineral há cerca de 300 anos e petróleo há cerca de 100 anos. Esses recursos energéticos, devidos à longa deposição de organismos, encontram-se em diversas regiões, algumas delas hoje desérticas. O consumo combinado atual desses combustíveis, sobretudo na indústria e nos transportes, equivale a uma queima da ordem de 100 milhões de barris de petróleo por dia, fato que preocupa pelo aumento, na atmosfera, de gases responsáveis pelo efeito estufa.
Toda a economia moderna está baseada no uso de combustíveis fósseis , basicamente de petróleo, gás e carvão . Fertilizantes e pesticidas são produzidos de petroquímicos . A maioria dos meios de transporte é movida por subprodutos de petróleo , diesel e gasolina . Em muitos países a queima de gás e carvão é a maior fonte de eletricidade Produtos do petróleo estão nos materiais de construção, nos produtos farmacêuticos e nas roupas .
Empresas produtoras
O mercado mundial de petróleo concentrou-se mais ainda nos últimos anos , estando hoje dominado por cinco grandes empresas produtoras que fornecem cerca de 15% do óleo consumido no mundo , contra 40% dos árabes . As maiores são Exxon/Mobil com valor de mercado de US$ 315 bilhões ; BP Almoco 209 bilhões ; Total FinalElf 113 bilhões e Chevron Texaco 100 bilhões ( Veja, 25.10.2000 p. 155) .
Preços internacionais
O petróleo vem apresentando desde a elevação inicial dos preços no início da década de 1970 acentuada variação nos preços decorrentes de crises internacionais ou graves problemas políticos
Durante grande parte do século XX , até 1973 o petróleo manteve baixos preços , não maiores do que US$ 2,6 o barril . Com a criação e fortalecimento da OPEP , a realidade mudou .
Primeiro choque de energia 1973
Assim , o preço subiu para uma média de US$ 15 dólares o barril em 1973 , quando ocorreu a guerra do Yom Kippur entre árabes e israelenses .
Em 1970 a produção de petróleo dos EUA atingiu o auge , tendo sido consumidas metade das reservas e daí em diante a produção começou a cair .
1979 – VAZAMENTO IXTOC
Houve uma explosão no poço de perfuração, a apenas 45 metros abaixo d’água . Técnicos correram para fechar válvulas de segurança , mas em instantes a plataforma se incendiou e colapsou . 530 milhões de litros de petróleo vazaram para o golfo do México .Manchas chegaram até o norte do golfo do México e 275 km de praias foram atingidos .
Várias tentativas de estancar o vazamento falharam . Foram necessários dez meses para deter o vazamento , durante os quais a estatal mexicana Pemex só teve sucesso após escavar dois furos de alívio ( F S P,6.6.2010, p. A-19) .
Segundo Choque de Energia 1979
Em 1979 , quando o aiatolá Khomeini derrubou o xá do Irã e diminuiu a produção do país de 5,7 milhões de barris diários para apenas 700.000 barris nova alta que chegou a US$ 39 em 1980 na Guerra Irã Iraque
Entre 1985 e 1986 o preço caiu para US$ 24 o barril , chegando a US$ 10 . No final dos anos 1980 as companhias voltaram para os países árabes e trouxeram capitais, organização e administração .
Nos anos 1990 a indústria petrolífera voltou a crescer na Rússia e com ela o país , tornado-se o maior produtor de petróleo do mundo . Em 1995 Ieltsin começou um programa de privatização das empresas estatais de petróleo .
Em agosto de 1990 com a invasão do Kuwait pelo Iraque em 1990 , o preço subiu para US$ 32,99 o barril. Sadam foi expulso e mandou que fossem sabotados os 750 poços do Kuwait , desastre ambiental que foi evitado graças à evolução da técnica para controle de incêndio em poços de petróleo .
Depois os preços voltaram a cair , oscilando entre 20 e 25 dólares até chegar a um patamar de US$ 11 em janeiro de 1999 , queda motivada pela decisão da OPEP em 1997 de aumentar a produção e da crise na Ásia , quando os Tigres Asiáticos cortaram parte das importações de petróleo , reduzindo a demanda global .
Os preços voltaram a subir novamente , chegando a US$ 32,75 em setembro de 2000 . A OPEP procurou controlar a produção para manter o petróleo em uma faixa entre US$ 22 e 28 o barril . O custo de produção na Arábia Saudita é de US$ 1,50 a 1,70 por barril , na Rússia entre US$ 1,50 e 5,00 e na Venezuela de US$ 7 a 10,00 .
Com a Segunda Guerra do Golfo os preços do petróleo voltaram a subir continuamente . Outro fator de pressão foi o grande incremento do consumo de petróleo por parte da China que passou de produtor para importador . Por exemplo em Beijing em poucos anos as bicicletas desapareceram e foram substituídas por veículos . A China ainda produz dois terços do petróleo que consome graças às reservas de alto-mar mas estas reservas só vão durar até 2012. O consumo de petróleo na China está crescendo tanto que deve igualar o dos EUA em 2027 .
Em 2002 EUA e Rússia assinaram um acordo energético garantindo que a Rússia será o maior fornecedor americano em 2010 . Quatro companhias russas decidiram construir um oleoduto da Sibéria até o porto de Murmansky , o único que não fica congelado no inverno e a produção mundial vai subir de 75 para 120 milhões de barris/dia .
Em 2004 novamente os preços subiram , passando de US$ 54 o barril. Os motivos são os constantes ataques a instalações petrolíferas no Iraque e o medo de sua generalização , e a informação de que a recuperação da economia americana é maior do que a prevista , bem como o aumento do consumo da China que consome só 8% do petróleo mundial , mas foi responsável por 37% do crescimento do consumo mundial nos últimos quatro anos , os EUA com 24% , o Reino Unido que era exportador de óleo , passou a partir de junho de 2004 a importador líquido . A demanda de 2002 a 2004 aumentou em 3,6 milhões de barris diários . A Agência Internacional de Energia estima que ela continuará a crescer 1,9% ao ano , podendo passar dos 82 milhões de barris diários em 2004 para 121 milhões em 2030 . Em 2006 a cotação média atingiu a US$ 77 o barril .
Em outubro de 2007 o petróleo continuou sua ascensão em termos de preços passando a barreira dos 90 dólares . Em valores corrigidos passou a custar tão caro quanto em 1980 . Resta saber quais os efeitos que esta contínua ira produzir na economia mundial que está a todo vapor .
Preço do barril de petróleo , corrigido pela inflação
1979/80 1985 1990 1995 2000 2005 2007
900 51,7 36,8 22,7 33,9 56,3 90
Um americano típico , gastava 6% de sua renda com gasolina em 1980, e em 2008 , apesar dos preços recordes do combustível está gastado apenas 4% do salário . Com a globalização calcula-se que para cada dólar de poder de compra perdido com o aumento do petróleo , os consumidores americanos recebiam de volta US$ 1,5 na forma de produtos baratos importados da China e de outros países . ( Veja, 9.1.2008 , p. 44) .
A taxa de crescimento deverá ficar abaixo das últimas três décadas . Cerca de 1,7% até 2030 , contra 2% na década de 1970 . Mais da metade desta demanda deverá ser atendida pelos países da OPEP e dois terços da demanda deverão vir de países em desenvolvimento . Segundo relatório da IEA divulgado em 2004 a Terra contém energia suficiente para atender o crescimento da demanda global até 2030 . ( F S P 27.10.2004 , p. B-8) .
Cotação média mensal do barril tipo West Texas em N. York , em 2004
Jan Fev mar Abr Maio Junho Julho agosto Set Out
34,14 34,50 36,72 36,64 40,26 38,07 40,81 44,88 45,94 52,37
Um fator agravante do quadro atual é que inexiste capacidade de produção excedente no mundo e é limitada a capacidade de refino. Por sua vez os grandes campos de petróleo são cada vez mais raros .
A única solução neste quadro é convencer os países que dependem da importação de petróleo a reduzir seu consumo por meio de medidas de preservação e o desenvolvimento de combustíveis alternativos .
Embora o valor em dólares do petróleo seja o mais alto na história , o valor corrigido pelo CPI , índice de inflação oficial dos EUA está bem abaixo do pico que ocorreu em abril de 1980 , um ano depois da revolução iraniana .
Todavia , caso o petróleo continue em nível elevados por período prolongado poderá levar a uma recessão global .
COTAÇÃO DOS PREÇOS DO PETRÓLEO
1974 1979 1980 1981 1986 1990 1994 1998 2004
1 11,58 30,03 35,69 34,28 15,10 24,48 17,19 14,38 36,05
2 46,89 82,90 86,98 74,35 25,83 36,30 22,01 16,65 36,63
1. preços correntes ; 2 . preços atualizados pelo CPI . 1974- embargo árabe do petróleo ; 1979 – revolução do Irã ; 1981 – pós revolução do Irã ; 1990 – invasão iraquiana no Kuwait ; 1998 – crise da Ásia .
Fonte : Reuters , Global Invest. In FSP 15.05.2004 , p. B-4
Preços Internacionais do Petróleo
Ano Preço
nominal Ajustado
Inflação Motivo
1861-1869 8,06 104,35 Boom petróleo na Pensilvânia
1880-1889 0,78 16,35 Início das exportações russas
1890-1899 0,56 12,60 Início da produção em Sumatra
1920-1929 3,07 31,11 Crise de abastecimento nos EUA
1940-1949 1,90 17,24 Reconstrução pós II Guerra
1950-1959 1,93 14,61 Fundação da Petrobrás em 1953
1970-1979 11,58 47,54 Guerra Yom Kippur 1 Choque Petr. 1973
36,83 90,46 Ver. Islâmica Irã – 2 ° Choque Petr. 1979
1980-1989 23,73 36,76 Invasão do Kuwait pelo Iraque 1990
2000-2008 28,83 31,59 EUA invadem o Iraque 2003
Fonte : BP Estatistical Review of World Energy 2007 , in Veja, 9.1.2008 , p. 46-47.
Ao longo de 2007 o preço do petróleo oscilou sempre acima da faixa de US$ 70 o barril , tendo chegado em outubro a US$ 87 .
Segundo a Agência Internacional de Energia em 2004 a demanda foi de 82,5 milhões de barris/dia e a oferta 83,4 milhões . Em 2007 a demanda cresceu para 85,8 milhões de barris/dia e a oferta para 85,8 milhões . Portanto houve uma expansão na demanda de 2004 para 2007 de 3 milhões de barris/dia , com a oferta crescendo menos , havendo equilíbrio o que não justificaria preços tão elevados .
Terceiro Choque de Energia 2008
PETRÓLEO A US$ 100
Em janeiro de 2008 pela primeira vez o barril de petróleo foi negociado a US$ 100 .Em 3 de março de 2008 o produto chegou a ser cotado a US$ 103,95 , passando os US$ 103,76 de abril de 1980 em valores atualizados . Portanto o petróleo passa a apresentar o seu maior valor em termos reais na história a partir deste patamar . ( F S P , 4.3.2008 , p. B-3) .
Em 10 de março de 2008 o petróleo chegou a superar os US$ 108 o barril , com alta de 80% em um ano e os preços podem caminhar para US$ 120 no curto prazo , porém claramente é um aumento especulativo e em determinado momento os preços irão cair .
Em 22 de abril de 2008 o preço do petróleo fechou em US$ 119,37 o barril . aumentando as especulações de que pode chegar a até US$ 200 o barril . ( F s P , 23.04.2008 , p. B-7) . De 2002 em diante , as economias emergentes responderam por mais de 90% da elevação do consumo de petróleo e de metais .
Arjunta Murti , analista da Goldman Sachs alertou que os preços do petróleo podem subir a US$ 200 o barril até 2010 ., devido à falta de crescimento adequado da oferta . ( F S P , 7.5.2008 , p. B-7) .
A demanda mundial de petróleo cresceu de 84,9 milhões de barris por dia em 2006 para 85,8 milhões em 2007 , um aumento de 1,1% , enquanto a produção de petróleo cresceu apenas 0,2% . Cresceu tão pouco por que a Opep decidiu não aumentar a sua oferta e reduzi-la em 1% . Prevaleceu a posição do Irã e da Venezuela que querem ver aumentar mais ainda os preços do petróleo . Como a OPEP responde por 40% da produção global , suas decisões impactam nos preços do produto. ( Emmott, Bill . Exame , 7.5.2008 , p. 49) .
Segundo previsão do FMI em 2005 o mundo terá que conviver , nas décadas de 2000 a 2010 e 2010 a 2020 com um “choque do petróleo permanente” , obrigando a ajustes nas economias diante de preços elevados e alta volatilidade , que pode atingir a até US$ 100 o barril. ( F S P 8.4.2005 , p. B-1) .
A realidade é que o petróleo , responsável por toda a expansão da economia desde o século XIX , está agora em fase final de aproveitamento sem que haja um substituto á altura . A transição para um novo mundo sem petróleo deverá ser difícil .
Segundo o Energy Watch Group , da Alemanha , a capacidade de produção já passou do pico em 25 regiões importantes . Restariam poucas onde ela ainda pode crescer . Portanto o atual choque de preços diferentes dos anteriores de 1972 e 1979 o atual parece ser estrutural . ( Cesar Benjamin , F S P , 31.05.2008 , p. B-2) .
Ao contrário dos choques anteriores desta vez ele é causado por aumento de demanda e não por contração da oferta . Os preços vem subindo firmemente à medida em que cresce a demanda por gasolina nos países desenvolvidos e indianos e chineses tornam-se consumidores de veículos . A China , graças à sua intensa industrialização , passou de país auto-suficiente para grande importador .
Índia e China abrigam cerca de um terço da população do planeta . Em 2008 a China consome apenas um terço do que os EUA consomem . Porém em 2030 Índia e China somadas importarão tanto petróleo quanto os EUA e o Japão em 2008 . A Europa conseguiu conter o consumo de petróleo mediante uma combinação de medidas como altos impostos , uso de carros menores e sistemas eficientes de transporte público , mas os EUA , que tem gasolina mais barata que na Europa continuam aumentando seu consumo , de 17 milhões de barris dia no começo da década de 1990 para 21 milhões de barris em 2007 . Os EUA queimam 25% do combustível mundial . Se chineses e indianos consumirem no mesmo nível a demanda mundial chegará a 200 milhões de barris dia , ante 85 milhões de barris dia em 2008 . Segundo os especialistas não é possível atingir a esta produção , mas no máximo a 115 milhões de barris diários em 2030 , portanto a contenção ao consumo é inevitável, bem como o aumento dos preços . ( F S P , 11.11.2007 , p. B-17 ) .
A era do petróleo abundante e barato acabou . As projeções dos analistas para os próximos anos oscilam entre US$ 75 a US$ 120 o barril , portanto a economia mundial terá que conviver com esta nova realidade de altos preços do principal produto energético .
Indagados , sob juramento , em comissão do senado americano sobre qual seria o preço que permite às petroleiras manter operações e investimentos em aumento de oferta , o presidente da Shell , John Hofmeister respondeu “ entre US$ 35 e US$ 65 “. O vice-presidente da Conoco , John Luwe “algo acima de US$ 90” e Stephen Simon , vice da Exxon “Senador , não tenho a menor idéia, preço é coisa do mercado”. (F S P , 23.05.2008 , p. B-4) .
O primeiro-ministro britânico , Gordon Brown afirmou que o mundo está vivendo um novo choque do petróleo e que serão necessárias ações coordenadas para conter a alta na cotação do combustível . Segundo ele , somente uma estratégia internacional poderá abaixar os preços do petróleo . A situação está se agravando na Inglaterra . Centenas de caminhoneiros bloquearam o trânsito em Londres , reclamando dos altos preços dos combustíveis , que aumentaram quase 50% nos últimos 12 meses . Na França pescadores bloquearam estradas no sul do país , protestando contra o preço do diesel e na Itália , Holanda , Espanha e Bulgária diversas categorias pretendem realizar manifestações . ( F S P, 29.05.2008 , p. B-10 ) .
Em 6 de junho de 2008 o petróleo avançou 8,41%em Nova York e chegou a US$ 138,54 o barril . Um analista do Morgan Stanley afirmou que a cotação do dólar pode chegar a US$ 150 já em 4 de julho , o feriado mais importante dos EUA .
O aumento dos preços do petróleo causou imediata queda de 3,13% no Índice Dow Jones . Como a economia mundial é fortemente interligada , o aumento exagerado nos preços do petróleo acaba sendo prejudicial para os principais países produtores pois se de um lado aumentam as receitas com o petróleo , de outro lado podem aumentar os prejuízos com os fundos que contém as aplicações das receitas do petróleo . Por outro lado , quanto mais caro o petróleo fica, mais se viabilizam as energias alternativas . ( F s P , 7.6.2008 , p. B-3) .
A China anunciou em 19.06.2008 o aumento no preço dos combustíveis no país após seguidas pressões internacionais para a redução dos subsídios internos , que estariam impactando os custos internacionais . Ela vinha sofrendo acusações de países do Oriente Médio de estimular artificialmente a demanda por petróleo . Antes do anúncio o preço da gasolina na China estava 40% mais barato do que nos EUA . O preço da gasolina ficará 17% mais alto , o diesel subirá 18% e o combustível de aviação 25% . Como a China é o segundo maior consumidor mundial de petróleo , qualquer sinal de redução na demanda irá surtir efeito imediato nos preços do petróleo . ( F S P , 20.06.2008 , p. B-7) .
Para Paul Roberts , especialista em energia com o álcool, autor dos livros , The End of Food e The End of Oil , “ “toda nossa estrutura alimentar foi pensada para um mundo em que o barril do petróleo custa US$ 15. Pense bem, todo o sistema de fertilizantes baseados em petróleo o sistema de transportes baseado em caminhões e aviões, tudo depende pesadamente do combustível fóssil . A origem disso tudo é uma época em que a energia era tão barata que quase não era levada em conta na equação . “ Porém , para ele os biocombustíveis também não são uma solução , porque “ você troca um sistema que se baseia numa fonte limitada , que é o petróleo, por outro, de outra fonte limitada , que é a terra arável . Uma hora os dois acabam . O biocombustível pelo menos torna o problema mais evidente , mais visível . Quando você vê uma plantação de cana, ela está lá , ocupando espaço . Você é obrigado a enfrentá-la , a pensar a respeito . O petróleo vem do fundo da terra e do mar, oculto . Do ponto de vista do público parece que vem de fonte inesgotável “. A solução segundo ele terá inevitavelmente que passar por uma alteração do atual sistema de consumo em termos globais pois é inviável que as nações busquem padrões semelhantes aos EUA que a Terra não suporta. Em outras palavras isto significa que estas nações terão que buscar um patamar inferior , bem como os EUA terão de alguma forma de reduzir seu padrão de consumo sob pena de inviabilizar o planeta . ( F S P , 23.06.2008 , p. A14) .
PETRÓLEO A US$ 200 ?
Em 26 de junho de 2008 o presidente da OPEP , o argelino Chakib Khelil declarou que acredita que o barril valerá de US$ 150 a US$ 170 até setembro, e que o preço deverá recuar no final do ano . Segundo ele a cotação não deverá chegar a US$ 200 . Após a declaração o preço chegou a ultrapassar os US$ 140, fechando o dia na casa dos US$ 139 . ( F SP , 27.06.2008 , p. B-7) . A explicação era porque a China e outros mercados emergentes estavam crescendo muito e portanto a demanda estava maior do que a oferta .
Porém , no dia seguinte , 27 de junho em Nova York o barril terminou a semana valendo US$ 140,21 e o Brent , negociado na Bolsa de Londres US$ 140,31, fechando pela primeira vez na história em valores acima de 140 dólares .( F S P , 28.06.2008 , p. B-4) . Em 3 de julho a cotação já atingia US$ 145,29 .
Políticos europeus e americanos estão vinculando o petróleo e os preços recordes de comida a uma nova ameaça estratégica : a instabilidade nos países em desenvolvimento . Aumenta a preocupação com a possibilidade de que governos caiam quando pessoas famintas e desprovidas de combustível saírem às ruas para expressar a sua ira . O premiê do Haiti foi demitido pela Assembléia Nacional alguns meses atrás , devido a protestos por falta de alimentos . O Paquistão informou à Arábia Saudita que em junho não poderia pagar sua conta de petróleo .
Lee Hsien Loong, premiê de Cingapura, na abertura de uma conferência de segurança em maio , declarou que o desgaste causado pela fome poderia resultar em sublevação social e distúrbios civis , o que exacerbaria condições que já causaram o colapso de Estados e com o petróleo batendo recordes , esse tipo de raciocínio começa a ser transferido à política externa . ( F S P , 22.06.2008 , p. A-19) .
Segundo o americano Arjun N. Murti , especialista do banco de investimento Goldman Sachs , o preço do barril do petróleo caminha para um patamar em torno de 200 dólares nos próximos dois anos . Ele acertou em março de 2005 quando o petróleo estava na faixa de 40 dólares de que ele subiria para a faixa entre 50 e 105 dólares . Em setembro de 2007 quando a cotação estava na faixa de 70 dólares ele acertou de novo prevendo que ultrapassaria a barreira de 100 dólares .
O papel de catastrofista mor cabe a Alexei Miller, diretor executivo da estatal russa de energia Gazpron , “ acreditamos que o barril vá alcançar os 250 dólares em um futuro previsível “ , que para ele é em 2009 . ( Exame , 16.07.2008 , p.74-76) .
O consumo chinês de petróleo vem crescendo num ritmo superior a 7% ao ano , enquanto a oferta mundial , cresce em pouco mais de 1% ao ano . Em 2002 a China comprava 5,2 milhões de barris por dia . Em 2008 a China compra por dia 7,8 milhões de barris .
Cerca de 80% das reservas mundiais estão na mão de empresas estatais , a maior parte delas pouco disposta a elevar a produção .
Outro fator que pressiona o consumo é fato da maioria dos países emergentes subsidia o preço da gasolina , mantendo o consumo em nível elevado . Na China e no México a gasolina é subsidiada . No Brasil também .
Como o petróleo é cotado em dólar , cada vez que a moeda americana se desvaloriza , o preço do petróleo sobe na mesma proporção . Ou seja , os americanos por terem a peculiaridade de serem os donos da moeda mundial exportam sua inflação . Quando um país tem necessidade de reduzir sua liquidez , os bancos centrais sobem júris e emitem títulos enxugando a moeda . Os EUA fazem o contrário . Liberam a importação , conseguem com isso ajustar a oferta do mercado com a demanda , segurando os preços e ainda mandam dólares para o exterior , retirando dinheiro de circulação e aumentando a liquidez do dólar nos mercados mundiais . Por sua vez , os produtores de petróleo , que vendem o barril em dólares querem vender o produto com correção monetária , ou seja querem comprar sempre as mesmas coisas com as mesmas quantidades de barris vendidos .Por isso , cada vez que o dólar cai, eles sobem o preço do petróleo na mesma proporção . A demanda sozinha não explica os aumentos de preços , o outro lado da equação é o dólar fraco .
A instabilidade nos países produtores e a especulação financeira no mercado futuro , completam o quadro de manutenção de preços elevados . ( Veja, 2.7.2008 , p. 77) .
Relatório da Agência Internacional de Energia constatou forte aumento da oferta global de petróleo em julho de 2008 , que cresceu 800.000 barris diários . Para 2008 a organização prevê demanda diária de 86,9 milhões de barris , 0,9% a mais do que em 2007 e para 2009 de 87,8 milhões de barris , aumento de 1,1% em relação a 2.008 .
Os preços do petróleo até julho de 2008 foram propelidos por fatores psicológicos , aquilo que o professor Robert Schiller , da Universidade Yale , descreve como “excitação contagiosa quando a perspectivas de investimento” . Quase como apostas em um jogo de pôquer ( Daniel Yergin , F S P , 16.11.2008 , p. B-2) .
PETRÓLEO A US$ 500?
Segundo o banqueiro de investimento Matthew Simmons , um dos maiores especialistas do mundo em energia , “ um barril a 150 dólares é barato” . Expoente de uma corrente de analistas que acredita que há menos petróleo no Oriente Médio do que se divulga, ele acredita que o preço do barril poderá chegar a 500 dólares nos próximos anos . “Ao contrário do que diz o sendo comum , a alta do petróleo é ótima para a economia mundial . Só assim haverá como financiar pesquisas e a descoberta de reservas , que são vitais para evitar um colapso entre oferta e demanda . Essa é a tese central de seu livro “Twilight in the Desert” , de 2005 . ( Exame, 15.07.2009, p. 96-97) .
PETRÓLEO É INVESTIMENTO FINANCEIRO
A preço do barril de petróleo em 22 de setembro de 2008 teve a maior alta da história . A cotação do barril em Nova York , que chegou a ser negociado a US$ 130 , subiu US$ 17,37 , fechando a US$ 120,92 e superando o recorde anterior , que era de US$ 10,75 , em 6 de junho de 2008 . A alta de 15,66% em um dia é a maior em termos percentuais , turbinada pelas negociações de contratos de Nova York , iniciada em 1984 .
E esta alta ocorreu não porque houve o início de uma guerra , um furacão , um tsunami , um atentado terrorista nos EUA ou coisa semelhante . Apenas porque o mercado está pessimista diante do pacote de salvação do sistema financeiro americano e os investidores estão buscando um porto seguro nas commodities . Portanto , o petróleo há muito tempo vem se comportando como uma ação e seu preço está mais relacionado às oscilações do mercado financeiro e aos ganhos especulativos do que a variações de oferta e demanda . ( F S P , 23.09.2008, p.B-7) .
Petróleo a US$ 200 e o Brasil
Efeitos no Brasil – preço do litro da gasolina atingirá R$ 3,50 , cerca de 40% mais caro que o valor atual . O litro do diesel chegará a R$ 3,10 , 1 real mais caro que atualmente , aumentando por exemplo o custo do frete rodoviário entre São Paulo e Porto Alegre em 17% . O querosene de aviação aumentará 60% , forçando o reajuste das passagens aéreas em até 30% . O preço da nafta , a principal matéria prima na fabricação de plásticos , subirá 50% . Com isso a taxa de inflação sunirá 4 pontos percentuais acima do previsto . ( Veja, 25.06.2008 , p. 55) .
Sinal de que o congelamento de preços da gasolina está causando desperdícios no Brasil , enquanto nos EUA os utilitários esportivos , por serem grandes consumidores do combustível estão em baixa , no Brasil foram vendidos no primeiro semestre de 2008 66.909 SUVs ( Sport Utility Vehicles ) , representado uma expansão de 55,2% em relação ao mesmo período de 2007 , quando foram vendidos 43.120 veículos , segundo a Fenabrave . ( F S P , 20.07.2008 , p. B-9).
PETRÓLEO VOLTANDO A US$ 100 – AGOSTO DE 2008
O preço do petróleo caiu US$ 30 entre o máximo alcançado em meados de julho e o início de agosto de 2008 devido ao aumento da oferta , á demanda mais fraca dos países da OCDE e o fato de que os primeiros furacões da temporada nos EUA passaram sem provocar danos . ( F S P , 13.08.2008, p. B-5) .
O jornal britânico “Financial Times” já calcula o preço do petróleo na faixa de US$ 100 no final de 2008 . Carls Weinberg , economista chefe da consultoria HFE (“High Frequency Economics” ) , estima que o preço chegará logo a US$ 95 , “ sinalizando o fim da bolha de preços do petróleo em 2008” . Portanto após o pico de US$ 145 em julho o petróleo sofre até setembro uma queda de preços de 35% e como não houve alterações significativas nem na demanda , nem na produção , a única explicação é a especulação . ( F S P , 4.9.2008, p. A-2) .
Em 4 de setembro de 2008 o preço do barril em Nova York chegou a US$ 107,89 , com baixa de 1,34%. ( F S P , 5.9.2008, p. B-1 ) .
Em 10 de setembro a cotação em Nova York chegou a US$ 102,58 , apesar da decisão da OPEP de diminuir a oferta global do produto em pouco mais de 500 mil barris diários, considerada modesta pelos analistas e da queda nos estoques norte-americanos devido ao furacão Gustav . A valorização do dólar e a previsão de queda na demanda mundial tiveram peso maior . ( F S P , 11. 09.2008 , p. B-12) .
Pela primeira vez em seis meses o barril de petróleo voltou a custar menos de US$ 100 em Nova York, fechando a US$ 95,71 em 15 de setembro . A queda deveu-se à crise no sistema financeiro com a concordata do Lehman Brtothers e a venda do Merryl Linch para o Bank of America . ( F S P , 16.09.2008, p. B-7) .
Com o agravamento da crise internacional , o petróleo foi negociado em 6 de outubro a US$ 87,81 em Nova York , o menor nível em 8 meses . Desde 3 de julho quando o barril alcançou US$ 145,31 , a queda é de 39,57% . ( F S P ,7.10.2008 , p. B-7) .
PETRÓLEO ABAIXO DE US$ 70
Com a situação econômica internacional permanecendo incerta , o petróleo recuou 6,3% em 16.10.2008 , fechando a US$ 69,85 em Nova York ( F S P , 17.10.2008 , p. B-7) .
Como a demanda de petróleo entre o pico de US$ 140 de julho de 2008 e o piso de US$ 70 em outubro de 2008 é praticamente a mesma , a única explicação para tamanha variação de preços chama-se especulação .
A OPEP decidiu em 23 de outubro de 2008 , cortar em 1,5 milhão de barris a oferta diária de petróleo , de 28,8 milhões de barris , em uma tentativa de conter a queda de preços . Porém, a crise econômica é tão grave que mesmo depois do anúncio o barril caiu 5,4% ante a cotação anterior e fechou a US$ 64,15 em Nova York . Ouro, cobre e chumbo acompanharam a baixa nas commodities . O movimento negativo atinge todas as categorias de ativos . ( F S P , 25.10.2008, p. B-8 ) .
No mês de outubro o petróleo recuou 32,6% em uma das maiores retrações mensais desde que passou a ser negociado na Bolsa de Nova York em 1983 . Fechou o mês a US$ 67,81 , cerca de 53,9% abaixo do pico histórico de US$ 147,27 em 11 de julho . ( F s P , 1.11.2008 , p. B-13) .
Conforme assinala Daniel Yergin , p preço médio do barril em 2007 foi de US$ 72 ( e de US$ 66 em 2006) , portanto o preço na faixa de US$ 50 e US$ 60 apenas significa um retorno a preços de 2006.
As condições gerais da economia em 2009 e principalmente as políticas do novo governo americano em termos de eficiência energética e combustíveis renováveis serão fundamentais para definir o patamar de preços , porém um retorno a valores acima de US$ 100 , parece improvável . ( F S P , 16.11.2008 , p. B-2 ) .
Segundo Jeremy Rifkin , “ A Agência Internacional de Energia prevê que o barril atinja os 100 dólares em 2009 e permaneça assim até 2015 . O barril deverá custar 200 dólares em 2030 . ( Veja, 24.12.2008, p. 20) .
Em 20 de novembro de 2008 o preço do petróleo ficou abaixo de US$ 50 pela primeira vez desde maio de 2005 . O barril fechou a US$ 49,62 em Nova York . ( F S P , 21.11.2008, p. B-9) .
CONSEQUÊNCIAS DA QUEDA DO PREÇO DO PETRÓLEO
A queda do preço do petróleo para a faixa de US$ 40 em dezembro de 2008 teve como efeito a redução por parte da Opep da produção em 4 milhões de barris diários , somando-se os cortes de outubro e novembro .
Porém o barril a este preço traz sérias conseqüências para muitos países:
Rússia – queda nas exportações na cotação do rublo que perdeu mais de 10% do valor desde agosto ;
EUA – até 40% dos 343.000 trabalhadores da indústria do petróleo americana deverão perder o emprego nos próximos meses;
Irã – as exportações de petróleo , responsáveis por 80% da renda do país , já diminuíram US$ 7 bilhões desde que o preço do barril começou a cair;
Kuwait – dono de 9% das reservas do mundo , o país apresentará déficit no orçamento pela primeira vez em dez anos ;
Venezuela – o crescimento deve cair para 2% em 2009;
Arábia Saudita – País anunciou cortes nos gastos públicos para compensar a baixa do petróleo . ( Exame , 31.12.2008 , p. 88-90) .
CORTE NA PRODUÇÃO DEZEMBRO DE 2008
Em 17 de dezembro de 2008, reunidos na Argélia , a Opep decidiu cortar 2,2 milhões de barris diários na produção , a maior redução desde que foi criado o sistema de cotas por países em 1982 . O recorde anterior era de 1,7 milhão de barris em 1999 logo após a crise asiática que derrubou o preço para cerca de US$ 10 . Foi o terceiro corte desde setembro ( os dois anteriores somavam cerca de 2 milhões de barris por dia ), reduzindo em quase 15% a produção de petróleo do cartel em comparação com a de junho de 2008 . A redução é uma reação á queda nos preços que estão na faixa de US$ 40 o barril. ( F s P , 18.12.2008 , p. B-19) .
Em 15 de março , após cumprir 80% da meta proposta de redução, a OPEP decidiu interromper o programa de redução , temendo agravar ainda mais a recessão nos maiores países consumidores . ( F S P , 16.03.2009 , p. B-6).
EUA INDEPENDENTE DA OPEP?
O democrata Barak Obama afirmou em 04 de agosto de 2008 , que se for eleito presidente dos EUA , até 2019 o país não precisará mais importar combustível do Oriente Médio e da Venezuela .” Acabar com nosso vício em petróleo é um dos maiores desafios que nossa geração irá encarar na vida . E isso exigirá nada menos que uma completa transformação em nossa economia “ ( f S P , 5.8.2008 , p. A-11) ,.
A demanda por petróleo nos EUA teve, no primeiro semestre de 2008 , a maior queda em volume em 26 anos, segundo a Administração de Informação de Energia . Ela caiu 800.000 barris por dia, em média , em relação ao mesmo período de 2007 . A queda foi provocada pela desaceleração econômica nos EUA e pelo impacto dos altos preços do petróleo . ( F S P, 13.08.2008, p. B-5) .
Conforme assinala Thomas L. Friedman em Hot, Flat and Clowded , a redução da dependência de combustíveis fósseis é questão de segurança nacional . Ao importar petróleo de países como o Irã e a Venezuela os Estados Unidos dão fôlego a governos ditatoriais e são forçados a ampliar barreiras dentro e fora de seu território . ( Guia Exame de Sustentabilidade , outubro de 2008 , p.136) .
Os EUA importam em 2009 13 milhões de bpd de petróleo e derivados gastando por ano US$ 500 bilhões . A Rússia produz 9,8 milhões de bpd e consome apenas 2,8 milhões de bpd , exportando o restante .
A China produz 3,8 milhões de bpd e consome 8,3 milhões de bpd. Outros países não tem petróleo e apenas são grandes consumidores : Japão ( 4,8 milhões de bpd), Alemanha ( 2,5 milhões de bpd), Coréia do Sul ( 2,3 milhões de bpd), França ( 1,9 milhão de bpd) e Itália ( 1,7 milhão de bpd) . ( Veja, 11.11.2009 , p.49) .
PETRÓLEO EM 2009
O Iraque tem a quarta reserva mundial, mas é apenas o oitavo produtor. Já a Rússia tem a oitava reserva mundial , mas é o segundo maior produtor . Considerando reservas e produção em 2009 , 1° - Arábia Saudita 267 bilhões 1 10,5 milhões ; 2. Canadá – 179 , 4 – 3,3 ; 3. Irã – 138 , 3.° 4.0 ; 4. Iraque 4.° – 115 , 8 – 2,4 ; 5.° -Kuwait – 104 – 7° 2,6 ; 6.° Emirados Árabes 98 , 5. 2,9 ; 7. Venezuela – 87 , 6° 2,7 ; 8. Rússia – 60 , 2. – 9,9 ; 9. Líbia – 41, 9° 2,4 ; 10. Nigéria – 36, 10° 2,4 . ( Exame, 6.5.2009 , p. 73) .
RESERVAS MUNDIAIS
A OPEP domina 41% da produção mundial e detém 75% das reservas , portanto seu poder de fogo ainda é muito grande , ainda mais que o México , a Noruega e Oman acompanham as decisões do cartel .
Seis países ( Arábia Saudita , Irã, Iraque , Kuwait, Emirados Árabes e Venezuela controlam 65% do volume de uma reserva provada de 1,26 trilhão de barris . Outros seis países da Opep ( Líbia , Nigéria , Argélia, Angola , Qatar e Equador ), possuem mais 10% da reserva provada.
Os países da antiga URSS ( principalmente Rússia , Cazaquistão e Azerbaijão ) tem cerca de 10% da reserva provada .
Países da OCDE ( EUA, Canadá , Noruega , Grã-Bretanha e outros) , possuem em torno de 7% das reservas.
O restante do mundo conta com apenas 8% da reservas de óleo ( China, Brasil, México, Índia e demais países asiáticos, africanos e sul-americanos ). ( Veja, 11.11.2009, p. 48) .
As reservas mundiais alcançam a aproximadamente 1,1 trilhão de barris. Estima-se que a indústria já encontrou 90% do óleo que existe no mundo . Possibilidades de grandes descobertas ainda somente em águas profundas e nas regiões polares . Mesmo assim ainda há óleo suficiente para pelo menos 60 anos de exploração Os pessimistas dizem todavia que em 5 a 10 anos a produção deve atingir o pico e começar a cair . Os otimistas dizem que isso só vai acontecer em 2030 ou 2040 .
A busca de petróleo se espalhou pelo Sudeste Asiático . No litoral do Cambodja em 2008 a americana Chevron está com 15 plataformas de exploração gigantes com a expectativa de encontrar uma reserva de 400 milhões de barris . ( Exame , 4.6.2008 , p. 89) .
Daniel Yergin , dono da Cera , uma empresa de consultoria e pesquisas no setor energético , afirma que “ nossos cálculos apontam um crescimento contínuo na produção de petróleo até 2030 e, depois disso uma estabilização ... Os depósitos de petróleo não são infinitos, mas estamos longe de um colapso . Análises feitas em poços do mundo inteiro mostram que a capacidade de produção pode aumentar em até 25% na próxima década “. ( Veja, 13.06.2007 , p. 14) .
A Arábia Saudita tem 264 bilhões de barris de petróleo em reservas , ou seja um quarto do total mundial , mas parte do território do país ainda não foi explorada e novas tecnologias permitirão agregar mais 200 bilhões de barris a este total .
RESERVAS DE PETRÓLEO CRU COMPROVADAS ( EM MILHÕES DE BARRIS)
PAÍS RESERVAS PAÍS RESERVAS
Arábia saudita 264,3 México 12,9
Irã 137,5 Argélia 12,3
Iraque 115,0 Brasil 12,2
Kuait 101,5 Angola 9,0
Emirados Árabes 97,8 Noruega 8,5
Venezuela 80,0 Azerbeijão 7,0
Rússia 79,5
Líbia 41,5 RESERVAS POR
Cazaquistão 49,8 Oriente Médio 726,6 - 63,3%
Nigéria 36,2 América Latina 102,2 8,9%
EUA 29,9 África 191,8 8,9%
Canadá 17,1 Europa, Ásia Central 105,9 9,2%
China 16,3 Ásia e Pacífico 47,7 4,2%
Qtar 15,2 América Norte 63,6 5,5%
Fonte : Petrobrás . Reservas em bilhões de barris .
MAIORES PRODUTORES DE PETRÓLEO – produção em milhões barris por dia 2002
PAÍSES DA OPEP PRODUÇÃO INDEPENDENTES PRODUÇÃO
Arábia Saudita 8.500 EUA 8.100
Irã 3.800 Rússia 7.000
Venezuela 3.100 México 3.600
Emirados Árabes 2.400 Noruega 3.400
Kuait 2.006 China 3.300
Nigéria 1.842 Canadá 2.700
Líbia 1.399 Brasil 1.600
Argélia 0,752
Iraque 0,736
Fonte OPEP jaN/2000 in F S P 12.09.2000 p. B-1
Os vizinhos geologicamente privilegiados como o Irã , Iraque, Emirados Árabes e Kuwait , têm , cada um , aproximadamente um décimo . Com os petrodólares , os príncipes da família Al-Saud , além da gastança pessoal desvairada garantem educação, saúde , moradia grátis e até empregos vitalícios .
Os países árabes tem um baixíssimo custo de extração, entre US$ 2 o barril . No mar do Norte o custo é de US$ 15 o barril . Os EUA tem uma reserva estratégica cujo custo de extração é de US$ 8 o barril. No Brasil o custo médio é em torno de US$ 10 o barril.
A região do Mar Cáspio constitui o maior reservatório de petróleo da Ásia Central, abrangendo terras do Cáucaso e de novos países, Azerbaijão, Cazaquistão e
Turcomenistão, que surgiram com o fim da URSS em 1991. Na última década, é crescente a descoberta de petróleo na região. Em Kashagan , no Cazaquistão foi o local onde se encontrou , em 2000 o último campo gigante de petróleo , a maior descoberta em 30 anos.
O problema é que o Cazaquistão e o Azebaijão não tem saída para o mar.
Foi concluído em maio de 2005 o oleoduto Baku-Tbilisi-Ceyhan , que começa em Baku no Azerbaijão , Mar Cáspio e atravessa a Geórgia e a Turquia por 1.700 km , chegando a Ceyhan no Mar Mediterrâneo . Com 106 com de largura , deverá transportar até 1 milhão de barris por dia , reduzindo a dependência ocidental da OPEP e os petroleiros não precisarão atravessar o movimento Bósforo . ( F S P 26.05.2005 , p. B-12) .
O Golfo da Guiné é outra área com potencial de ampliação da exploração de petróleo .
Os quadros a seguir demonstram os maiores importadores e exportadores em 2001
MAIORES IMPORTADORES EM 2001
País EUA Japão Coréia Sul Alemanha França
Importação 9.223 4.172 2.350 2.124 1.713
MAIORES EXPORTADORES EM 2001
Pais Arábia S. Rússia Noruega Irã Nigéria
Exportação 6.035 3.344 2.978 2.446 2.089
Fonte : OPEP .
Consumo de petróleo em 2003 em milhares barris por dia
A . Norte 24.083 30,1% Oriente Médio 4.480 5,9%
Europa e Ásia Centr. 19.751 25,9% África 2.573 3,3%
América Sul e Centr. 4.624 6,0% Ásia e Pacífico 22.601 28,8%
Fonte : Statistic Review of World Energy 2004 . BP
Em dezembro de 2007 , o presidente americano George W Bush assinou uma lei estabelecendo até 2020 , o prazo para que a média de consumo da frota do país caia dos atuais 10,6 km/l para 14,9 km /l . ( Veja,. 23.01.2008 , p. 78) .
A disputa pelas receitas do petróleo é uma grande fonte de instabilidade política . Reforçando esta tese muitos países produtores apresentam graves problemas políticos . A situação mais preocupante é o Oriente Médio , por exemplo no Iraque e no Irã . O maior produtor africano , a Nigéria é um país com sangrentas disputas tribais e corrupção generalizada . Na América Latina o principal produtor , a Venezuela , tornou-se fonte de instabilidade com o presidente Hugo Chávez . Países da Ásia Central , com grande população muçulmana como o Azerbaijão , o Cazaquistão no presente momento permanecem em relativa tranquilidade .
Daniel Yergin , dono da Cera , uma empresa de consultoria e pesquisas no setor energético , afirma que “ um estudo de nossa consultoria mostra que em 2030 o consumo de energia será 75% maior do que é hoje . A demanda por petróleo , por sua vez será 50% maior . Os números são assombrosos e real mente preocupam . China e Índia precisarão de muito combustível para continuar no mesmo ritmo de crescimento de hoje. O aumento de renda de suas populações , que saltam rapidamente da pobreza para a classe média é outra agravante . Quanto maior o poder aquisitivo de uma população, maiores o número de automóveis nas ruas e o consumo geral de energia .” ( Veja, 13.06.2007 , p. 14.
Para atender a este crescimento da demanda , o mundo precisará passar dos atuais 85 milhões de barris diários para 130 milhões de barris de petróleo por dia em 2030 . Para alguns especialistas contudo, é improvável que se consiga superar a barreira dos 100 milhões de barris por dia porque as reservas de exploração fácil e pouco profunda estão no fim e as maiores reservas conhecidas estão em países situados em zona de conflito ou instáveis politicamente o que não permite o investimento de grandes empresas petrolíferas estrangeiras . ( Veja, 9.1.2008 , p. 44-47) .
As descobertas em 2007 e 2008 no Brasil em águas profundas , na camada pré-sal , poderão alterar as estimativas de esgotamento das descobertas , gerando uma nova área de exploração que pode alterar radicalmente as projeções sobre as reservas mundiais de petróleo garantindo a disponibilidade do produto ainda por muitas décadas em abundância .
Segundo relatório do Serviço de Levantamento Geológico dos EUA , o Ártico detém 13% do petróleo não descoberto existente no mundo , cerca de até 90 bilhões de barris e mais 47,26 bilhões de metros cúbicos de gás natural, o equivalente a 30% das reservas mundiais não descobertas . O relatório usou metodologia probabilística e incluiu apenas os recursos não descobertos que podem ser explorados com a tecnologia já existente . ( F S P , 24.07.2008 , p. B-5) .
Petróleo e riqueza
O preço do petróleo a partir de 1980 passou a custar dez vezes mais do que o seu custo em 1970 . Mesmo assim os estudos demonstram que o petróleo, apesar da fantástica alocação de divisas não trouxe riqueza aos países pobres produtores.
Entre as décadas de 60 a 90 , os países pobres em recursos naturais cresceram de duas a três vezes mais rapidamente que os ricos em recursos , mesmo depois de ajustar os dados em função de diferenças populacionais , renda per capita inicial e outras variáveis.
A riqueza do petróleo provoca um fluxo repentino de dinheiro estrangeiro valorizando a moeda local e tornando os bens produzidos no país menos competitivos tanto no mercado externo , quanto no interno .
A riqueza petrolífera repentina cria amplas oportunidades de corrupção dos políticos que negociam os contratos com as companhias estrangeiras .
A infraestrutura ligada ao petróleo é facilmente controlada por uma minoria , o que muitas vezes leva à concentração do poder político. O petróleo tende também a provocar, ou pelo menos agravar , as guerras civis.
Os países da OPEP , no Oriente Médio , ampliaram seus gastos domésticos em cerca de 50% ao ano entre 1974 e 1979 , enriquecendo a elite , gerando projetos inúteis e causando uma inflação de mais de 15% ao ano.
A Venezuela gerou receitas de mais de US$ 600 bilhões desde a década de 70 , mas a renda real per capita de seus cidadãos caiu 15% entre 1973 e 1985 . Estes dados constam de um estudo feito pelo Open Society Institute , fundação financiada pelo bilionário George Soros. ( Valor , 26.5.2003, p. A-14) .
A Venezuela foi objeto de um estudo do economista Celso Furtado , encomendado pela Cepal. Em 1957 , quando o país surfava em um ciclo de alta de petróleo , Furtado conclui que a abundância de divisas fragilizou a agricultura venezuelana e impediu que o país se industrializasse , à exceção da indústria de petróleo . A supervalorização da moeda fez com que salários e custos de produção aumentasse, mas concentrou a produtividade no setor do petróleo . Como o resto da economia manteve baixo nível de produtividade , outros setores foram impedidos de crescer , exportar e absorver tecnologia .
A abundância dos recursos do petróleo foi também instrumento de concentração de renda e de aumento da desigualdade social ,na medida em que impediu a qualificação da mão de obra nos outros setores da economia .
Em 1974 ,quando voltou à Venezuela Furtado anotou “ Não pode haver maior evidência de que o subdesenvolvimento é uma maneira de formada de acumular capital . Caracas é uma criação do automóvel : imensos capitais foram imobilizados para criar este corpo pesado que funciona queimando royalties “. Ele observa que o pais perdera a capacidade de poupar . “ Criou-se um sistema econômico que produz pouco excedente sob a forma de poupança e impostos . Um sistema fundamentalmente orientado para o consumo e o desperdício “. ( F s P , 27.09.2008 , p. B-16) .
PETRÓLEO NO ALASCA
Em 2008 , cerca de 14% do combustível produzido nos EUA sai das plataformas do Alasca. O produto é responsável por quase 90% do PIB do Estado que instituiu uma das maiores cargas tributárias do mundo para as empresas que exploram a riqueza em seu território . Cerca de 75% do valor de cada barril ali produzido vão direto para os cofres do governo estadual .
Graças à lei “Palin” , cada um dos 630.000 moradores do Alasca , incluindo as crianças , recebeu em agosto de 2008 um cheque de US$ 3.269 , o maior valor desde que o benefício anual foi criado em 1976 .
O governo do Estado acaba de liberar uma nova área de 2,6 milhões de acres para exploração . As reservas estimadas no local são de 3,7 bilhão de barris , volume próximo ao campo de Tupi , que tem reservas estimadas entre 5 e 8 bilhões de barris . ( Exame, 8.10.2008 , p. 95) .
PETRÓLEO EM TRINIDAD E TOBAGO
A pequena nação da América Central , com 1,3 milhão de habitantes , ganhou o apelido de “tigre do Caribe “ , por causa de um ciclo recente de desenvolvimento movido a petrodólares . O governo local acaba de divulgar o seu orçamento para 2009 , de R$ 50 bilhões , o maior da história do país . ( Exame, 8.10.2008 , p. 95) .
PETRÓLEO NO AZERBAIJÃO
Uma ex-república soviética , com 8,7 milhões de habitantes e reservas de petróleo estimadas em 7 bilhões de barris , o país apresenta a maior taxa de crescimento da economia em 2007 , cerca de 17,5% graças ao petróleo . Boa parte do dinheiro tem sido usada para modernizar a economia do país . Na última edição do estudo Doing Business , do banco Mundial, que mede a qualidade do ambiente de negócios das nações , o país subiu nada menos do que 64 posições no ranking, ocupando o 33 lugar , enquanto o Brasil amarga o 126º lugar . ( Exame, 8.10.2008 , p. 95) .
PREÇOS EM 2009
O ministro do petróleo do Irã, Gholamhosseim Nozari , afirmou que os preços do barril de petróleo ficarão em torno de US$ 40 em 2009 , sugerindo que Teerã não espera uma recuperação do mercado em breve . Em 16 de janeiro de 2008 a coração do barril estava em US$ 36,512 em Nova York .( F s P , 18.01.2009 , p. B-7) .
Em 4 de junho o barril para entrega em julho foi negociado a US$ 68,81 na bolsa de Nova York , e a Goldman Sachs previu que chegará a US$ 85 ao final de 2008 e não os US$ 65 previstos anteriormente , ( F S P , 5.6.2009, p. B-7) .
CORTE NAS EMISSÕES DE CO2
O presidente americano Barak Obama anunciou em 19 de maio de 2009 um plano para tornar mais eficientes os carros e para reduzir o uso de combustíveis . É a primeira regra federal americana de combate às emissões de gases de efeito estufa. Ao lançar o novo plano, afirmando que “durante décadas , pouco fizemos para aumentar a eficiência dos carros e caminhões americanos “, estava cercado por executivos da indústria automobilística dos EUA, do Japão e da Europa .
As novas regras cortarão em 30% a poluição no setor de automóveis até 2016 , exigindo aumentos anuais de 5% na eficiência energética entre 2012 e 2016 . Os veículos leves e caminhonetes deverão rodar em média 15,1 km por litros de combustível , contra 10,6 atualmente . A medida vai economizar 1,8 bilhão de barris de petróleo e evitar a emissão de 900 milhões de toneladas de carbono . O preço de produção dos veículos deve aumentar em cerca de US$ 600 , mas os compradores de carro irão recuperar o gasto com economia de combustível. ( F S P , 20.05.2009, p. A-16) .
NOVAS DESCOBERTAS
Mais de 200 descobertas foram anunciadas em 2009 em dezenas de países , entre os quais Austrália , Israel , Irã , Brasil , Noruega , Gana e Rússia , bem como na região curda do norte do Iraque . O ritmo destas descobertas é incomumente acelerado . As novas descobertas anunciadas equivalem a 10 bilhões de barris , de acordo com a IHS Cambridge Energy Reserach Associates. Para que o ritmo de descobertas continue acelerado é preciso que os preços permaneçam em patamar superior a US$ 60 por barril. ( F S P , 27.09.2009 , p. B-14) ,
CHINA E CONSUMO DE GASOLINA
O governo chinês no final de 2008 reduziu de 3% para 1% o imposto sobre os carros com motor 1.0 . Em compensação, aumentou de 15% para 25% as taxas sobre veículos com motores mais potentes e vem definindo regras rígidas de economia de combustíveis para as montadoras . Carros de passeio tem que atingir a eficiência mínima de 15,5 km/l , padrão superior ao dos EUA. ( Exame, 2.12.2009, p. 98) .
AUMENTO DOS PREÇOS DO PETRÓLEO
Para o jornalista Peter Maass, grandes reservas mundiais como a de Burgan , no Kuait e a de Cantarell, no México , e as do Mar do Norte já entraram em declínio . Também a Arábia Saudita já estaria próxima de atingir o seu limite de produção .
Tão logo a atividade econômica recupere o ritmo anterior , a tendência será de reinício da escalada de preços para a casa de três dígitos . Mtthew Simmons, ex-conselheiro de energia de George W. Bush estima uma subida não para 100, mas para várias centenas de dólares por barril. ( Exame, 2.12.2009, p. 140) .
Bibliografia : Maass, Peter . Crude World – The Violent Twilight of Oil .
EUA - PETRÓLEO – EXPLORAÇÃO EM ALTO MAR
O presidente Obama anunciou em 31 de março um polêmico plano energético que pretende abrir áreas da costa do Atlântico e do leste do golfo do México para exploração de petróleo e gás natural em águas profundas . Se for adiante o plano derrubará moratória de décadas à exploração petrolífera nas águas que vão do norte de Delaware ao centro da Flórida , na região do Atlântico Sul os EUA. ]
Obama declarou “Não foi uma decisão fácil. Mas com nossas necessidades energéticas , precisamos explorar fontes tradicionais de combustível, enquanto aumentamos a produção de novas fontes domésticas de energia reciclável “.
Ambientalistas argumentam que as reservas são pequenas demais para compensar possíveis danos ambientais . O Departamento do Interior dos EUA estima que as novas áreas de exploração têm reservas suficientes para mais 23 anos de consumo de gás natural e 15 anos de consumo de petróleo . Apenas o leste do golfo do México , a região mais rica do plano , teria estimados 3,5 bilhões de barris de petróleo .( F s P , 1.4.2010 , p. B-4) .
VAZAMENTO NOS EUA
Em 20 de abril de 2010 uma explosão destruiu a plataforma Deepwater Horizon da BP, no Golfo do México , matou 11 trabalhadores , a plataforma afundou e teve início um vazamento de petróleo no fundo do mar que pode ser o maior desastre da histórica.
Além da British Petroleum , que detinha os direitos de exploração no campo , outras duas empresas estão envolvidas , a Transocean , dona da plataforma e a empreiteira Halliburton , que poderão pagar multa de US$ 75 milhões .
Desde a explosão até o início de maio , mais de 6 milhões de litros de óleo podem ter vazado , produzindo uma mancha de óleo que de 3.000 km2 passou a 9.900 km2, atingindo a costa da Lousiana . ( F s P , 2.5.2010, p. A-17) .
Segundo advogados que representam grupos ambientalistas , pescadores e funcionários da empresa BP , a empresa estava perfurando poços , acima do permitido pelo governo americano . No caso , a exploração estaria acontecendo a quase 7.000 metros de profundidade , enquanto a permissão de exploração só valeria até pouco mais de 6.000 m . Além disso, a empresa teria deixado de instalar uma válvula de segurança que poderia estancar o vazamento , para economizar . ( F s P , 5.5.2010, p. A-18) .
O vazamento poderia ter sido evitado se a empresa tivesse instalado o “gatilho acústico” que fica na superfície , acionado por controle remoto e quando os outros equipamentos de emergência falham, envia ondas sonoras que levam as válvulas a se fechar e interromper o fluxo no poço . Na Noruega e no Brasil , o seu uso é obrigatório , mas em 2003 o governo americano decidiu retirá-lo da lista dos itens básicos para a exploração do petróleo em sua costa .( Veja, 21.07.2010, p. 77) .
Uma investigação descobriu que a explosão original foi causada por uma bolha de gás metano que escapou do poço e subiu pela coluna de perfuração . Como o gás se expande à medida que sobe, a bolha rompeu várias barreiras ao longo da coluna antes de explodir na superfície , matando 11 pessoas .
Os engenheiros conseguiram em 5 de maio fechar o menor do três pontos de vazamento . Robôs submersíveis , controlados à distância , instalaram uma válvula na base do tubo de perfuração em que ocorria o vazamento , fechando o fluxo e fazendo o óleo parar de escapar.
No maior a BP quer tampá-lo com uma cúpula de 98 toneladas , que será descida até o local do vazamento e se der certo , passará a canalizar o óleo até uma plataforma na superfície . Quase dez milhões de litros de petróleo já vazaram. ( F s P , 6.5.2010, p. A-16) .
A tentativa falhou , pelo fato de que a 1.500 metros de profundidade , cristais de gelo se formaram no interior da estrutura e entupiram a saída por onde o óleo subiria à superfície para ser coletado. Nunca um domo de contenção havida sido usado em uma profundidade tão grande. ( F S P, 1005.2010 , p. A-15) .
Funcionários da BP conseguiram inserir com sucesso um tubo no poço de petróleo destroçado .A idéia é usar o aparelho para sugar o vazamento de óleo na área . No começo da operação os trabalhadores da BP já tinham conseguido aspirar parte do petróleo que está contaminando as águas do golfo para um navio petroleiro da empresa . A equipe também usou um sistema a bordo do barco para queimar o gás natural que está vazando da abertura no solo marinho . ( F S P , 17.05.2010 , p. A-17) .
Estimativas mais precisas do vazamento indicam que o mesmo é o pior da história dos EUA. Inicialmente a petrolífera estimava 800 mil litros por dia . Mas cientistas do governo e técnicos independentes calculam de 2 a 3 milhões de litros por dia e em cinco semanas entre 68 milhões e 148 milhões de litros de petróleo . , bem maior que o do Exxon Valdez , que despejou 42 milhões de litros no Alasca em 1989 . Barak Obama afirmou “ Caso vocês estejam perguntando quem é o responsável, eu assumo a responsabilidade . É meu trabalho assegurar que tudo esteja sendo feito para tapar isso”. ( F S P , 28.05.2010 , p. A-18).
Em 30 de maio a BP reconheceu o fracasso na operação e o diretor Bob Dudley afirmou “Se conseguirmos conter o fluxo do poço até agosto , fazendo com que não se derrame mais óleo no mar, será uma saída positiva. A tentativa de injetar resíduos sólidos no poço não conseguiu deter o óleo . A empresa está fazendo novas perfurações para canalizar o petróleo por um poço secundário , fazendo com que a pressão do reservatório diminua e o vazamento se reduza até parar, mas as perfurações vão levar até dois meses até ficarem prontas. ( F S P , 31.08.2010, p. A-13).
O acidente é uma alerta para o cuidado com que terá de ser feita a exploração em alto mar no Brasil,pois o país possui 826 poços marítimos , 200 deles em águas profundas . Do oceano sai 90% do petróleo produzido no Brasil .
Em 4 de junho a petroleira BPO conseguiu ligar um sifão à válvula do poço para bombear o óleo a um navio tanque , capturando mil barris de petróleo, dos 15 mil que vazam por dia . ( F s P, 5.6.2010, p. A-18).
Segundo a Guarda Costeira, o trabalho de mitigação dos efeitos do vazamento de óleo na natureza do Golfo do México , pode durar anos . Como a mancha de óleo está se desintegrando em muitos pedaços , o óleo ganha a capacidade de se espalhar por uma área muito maior . ( F S P , 8.6.2010, p. A-17)
A BP contratou 700 pescadores por um salário de 5.000 dólares para cada, alegando precisar de ajuda para controlar a dispersão da mancha de óleo no oceano , mas incluiu no contrato cláusulas que os proíbem de falar com a imprensa ou processar a empresa.
As ações da BP a terceira maior petrolífera do mundo , com faturamento de US$ 246 bilhões em 2009 , desvalorizaram 35% desde a explosão e co isso o valor de mercado da empresa caiu de US$ 177 bilhões para US$ 117 bilhões. ( Exame, 16.06.2010 , p. 84-86) .
A BP reportou um prejuízo recorde de US$ 17 bilhões no segundo trimestre de 2010 em decorrência do vazamento. A empresa separou US$ 32,2 bilhões a serem usados para os custos de limpeza e as indenizações dos afetados. ( F S P , 28.07.2010, p. A-14) .
Segundo anúncio de Barak Obama , a BP concordou em financiar um fundo de US$ 20 bilhões para indenizar os afetados pelo vazamento de petróleo . Obama afirmou ainda que garante que todos serão indenizados , mesmo que o valor seja maior . ( F S P , 17.06.2010, p. A-16)
Um juiz federal, Martin Feldman , de Nova Orleans invalidou a moratória de seis meses imposta por Obama às perfurações petroleiras submarinas desde o começo do megavazamento . O juiz ainda proibiu o Departamento do Interior de colocar a proibição em prática , a pedido de empresas que prestam sérvios para as petroleiras . O governo vai recorrer da decisão . ( F S P, 23.06.2010, p. A-13) .
Em 15 de julho de 2010 o vazamento foi contido pela primeira vez, às 16h25, com a instalação de uma tampa de 75 toneladas , com 3 válvulas , por meio de um robô . Engenheiros e cientistas vão examinar o resultado dos trabalhos a cada seis horas para avaliar a pressão sobre o sistema de vedação usado . O vazamento durou exatamente 85 dias, 16 horas e 25 minutos .
Desde o início do vazamento em 20 de abril , algo entre 355 e 700 milhões de litros de óleo foram liberados , à média de 5,5 a 9,5 milhões de litros por dia . ( F S P , 16.07.2010 , p. A-18) .
A empresa deve gastar com a empreitada US$ 37 bilhões , incluindo despesas com limpeza, reparos , multas e indenizações .
Por causa do desastre , o governo americano decretou moratória para exploração em alto-mar até 30 de novembro de 2010 .( Veja, 4.8.2010, p. 72) .
Os danos ao meio ambiente podem ser maiores do que o imaginado . O óleo pode prejudicar os fitoplânctons, organismos microscópicos que são a base da cadeia alimentar marinha , diminuindo a população de peixes . Pesquisa feita pelo Laboratório de Vida Marinha de Dauphin Island (EUA) , conclui não haver indícios de que plânctons , peixes que deles se alimentam ou pessoas que comem frutos do mar estejam em risco . ( F S P, 9.11.2010, p. A-16) .
O petróleo pode afetar também milhares de quilômetros de diferentes tipos de vegetação costeira , como mangues e banhados . Esses ecossistemas são barreiras naturais contra furacões, fenômeno freqüente na região do vazamento .
Segundo Robert Cstanzam professor da Universidade de Vermont, nos EUA , os danos podem oscilar entre US$ 34 e 670 bilhões de dólares . ( Exame, 11.08.2010, p. 103-104) .
Gravidade do vazamento .
Pesquisadores do Instituto Oceanográfico Woods Hole (EUA), enviaram um veículo submarino e um coletor de amostras para mapear o mar na região do acidente e as conclusões não foram nada animadoras . O petróleo jorrado não apenas emporcalhou a superfície do golfo, mas também formou uma imensa mancha submarina , cuja dimensão não era conhecida com precisão . A mancha não é perceptível da superfície , formando uma espécie de “nuvem negra” sob a água . A massa de petróleo tem pelo menos 35 km de comprimento , 1,9 km de largura e 200 m de altura .O material coletado mostrou que as bactérias submarinas não estão degradando os poluentes na velocidade que os pesquisadores esperavam . Em alguns casos não há sequer indícios de que isso esteja acontecendo . OU seja, a mancha de óleo pode “persistir e até se espalhar “ por algum tempo .( F s P , 20.08.2010,p. A-18) .
CULPA DE OUTRAS EMPRESAS
A BP divulgou relatório onde atribui a responsabilidade sobre o vazamento às empresas subcontratadas na exploração do poço.
Segundo a empresa não há indício de que a Transocean testou a válvula de segurança que falhou em conter o vazamento em seu início.
A Helliburton utilizou cimento “instável” na base do poço permitindo o vazamento do petróleo para o equipamento de extração.
“Nenhum fator particular provocou a tragédia no poço de Macondo . Em vez disso , uma complexa e interligada cadeia de mau julgamento humano, falhas mecânicas de projeto , de implementação operacional e de ação das equipes levou à escalada do acidente . ( F S P , 9.9.2010, p. A-10) .
Funcionários da BP e da Transocean falharam em reagir a tempo ante os primeiros sinais de que o petróleo vazava . ( F S P , 9.9.2010, p. A-10) .
FECHAMENTO DO POÇO
Em 19 de setembro de 2010, autoridades americanas declararam que foi definitivamente selado o poço Macondo pela BP com uma descarga final de cimento e outros materiais . A empresa gastou USD$ 8 bilhões na contenção e no fechamento do poço e ainda deve gastar US$ 32,2 bilhões em medidas para responder ao impacto do desastre , além de ter perdido US$ 70 bilhões, em valor de mercado .( F S P , 20.09.2010 , p. A-12) .
Segundo a Comissão Nacional de Vazamento de Petróleo , criada pelo governo americano , a BP e a HAlliburton Co, subcontratada para cimentar o poço de Macondo , ignoraram falhas no projeto mais de um mês antes da explosão da plataforma . As empresas estavam conscientes, em 8 de março dos defeitos da barreira de cimento que impediria os vazamentos, mas nada agiram para consertá-la . ( F S P 29.10.2010 , p. A-15) .
PLATAFORMA DA PDVSA AFUNDA NO CARIBE
Uma plataforma de exploração de gás da venezuelana PDVSA , afundou no mar do Caribe em13 de maio , apenas duas semanas depois de sua inauguração . Todos os 95 trabalhadores foram retirados do local sem ferimentos e segundo a empresa não há risco dos 400 mil litros de diesel que a plataforma carrega , vazem no mar .( F S P , 15.05.2010, p. B-1) .
FUNDO PARA VAZAMENTOS
A Exxon Móbil, Chevron , Conocco Phillips e Shell decidiram criar um fundo de US$ 1 bilhão para montar um sistema de controle de vazamentos de petróleo nas águas do Golfo do México . Outras companhias de exploração de petróleo no golfo poderão aderir . O fundo será usado inicialmente para construir equipamentos submersos de contenção que operarão a até 3.000 metros de profundidade, para capturar até 15,9 milhões de litros de petróleo por dia . ( F S P , 22.07.2010, p. A-21) .
CHINA 2009
As estatais chinesas são responsáveis por 45% dos US$ 35 bilhões investidos em fusões e aquisições transnacionais de petróleo e gás em 2009 , seguidas pelas principais empresas européias ( 16%) e pela Coréia do Sul ( 15%) . Em dez anos apenas a PetroChina pretende investir US$ 60 bilhões no exterior . ( F S P , 2.11.2010, p. B-8) .
EUA E ARÁBIA SAUDITA
Os EUA segundo documentos divulgados pelo WikiLeaks temem que a Arábia Saudita não disponha de reservas suficientes para prevenir uma escalada nos preços do petróleo , podendo ter superestimado as reservas de petróleo cru em até 300 bilhões de barris , ou quase 40% . ( F S P , 10.02.2011, p. B-7) .
PRIMAVERA ÁRABE 2011
As revoltas no Egito, na Líbia , na Tunísia e em outros países árabes que eclodiram em 2011 tiveram efeito no curto prazo de aumentar o preço do petróleo que em março de 2011 com a rebelião na Líbia subiu para 107 dólares o barril o maior preço em dois anos e meio . ( Veja, 14.12.2011, p. 98-100) .
PETRÓLEO EM 2018
Em março de 2012 , os contratos futuros de petróleo para entrega em 2018 estão cotados a US$ 95, cerca de US$ 30 a menos que a cotação no mês. O mercado tem a percepção de que a oferta crescerá , segurando os preços futuros . ( F SP , 28.03.2012, p. B-6) .
PETRÓLEO EM 2020
Em uma análise surpreendente , o italiano Leonardo Maugeri, ex-diretor da gigante petroleira Eni e pesquisador visitante do Centro Belfer para Relações Internacionais e um dos principais analistas do setor de petróleo no mundo conclui em estudo da Universidade Harvard nos EUA de que a produção de petróleo está sofrendo um aumento sem precedentes , o que pode levar a uma crise de superprodução antes do 2020 .
Somados dados dos maiores campos de produção , Maugeri estimou que o suprimento de combustível saltará de 93 milhões de barris /dia em 2011 para 110,6 milhões em 2020 , provavelmente superando em muito a demanda . Em 2012 o mundo já tem cerca de 5 milhões de barris/dia de “capacidade ociosa”. Se a demanda continuar fraca por causa da recessão e a capacidade de fornecimento continuar a crescer, a superprodução poderá chegara antes do fim da década.
A tecnologia tem sido a razão do aumento da produção . Segundo o estudo será retomada a produção no Iraque e principalmente a exploração de fontes não convencionais de petróleo nos EUA, Canadá e Brasil . O maior acréscimo virá dos EUA, graças a uma tecnologia conhecida como fraturamento hisdráulico (“fracking”) que permite extrair petróleo de formações rochosas antes inacessíveis , exploração que começou em 2007 e que em 2020, Maugeri calcula que permitirá aos EUA uma extração adicional de 4,17 milhões de barris/dia, tornando os EUA o segundo maior produtor mundial, atrás somente da Arábia Saudita .
Caso o preço mínimo do petróleo fique em US$ 70 o barril , estará ainda viabilizada a exploração nos folhelos dos EUA, nas areias betuminosas do Canadá e no pré-sal brasileiro . Com isso , haveria um efeito colateral político , “O centro de gravidade do petróleo no fim desta década não será mais o Oriente Médio “.
No pré-sal brasileiro segundo Maugeri há uma capacidade adicional de produção de 6 milhões de barris ao dia , mas que foi ajustada para 4,5 milhões de barris ao dia devido às limitações da Petrobrás em cujas mãos ficou quase exclusivamente o pré-sal. O grupo de Alexandre Szklo, da Coope-UFRJ estima em 5,6 milhões de barris por dia o potencial para 2020 , ajustado para 3,8 milhões devido a problemas regulatórios . ( F S P , 6.7.2012, p. B-3) .
VESTIBULAR PERGUNTAS
1. UNICAMP 2004 . No Brasil, as empresas estatais assumiram crescente parcela da formação de capital, com a constituição de grandes empresas setoriais de atuação em todo o território nacional. Uma dessas empresas é a Petrobras, que completa 50 anos no ápice de seu vigor financeiro. A Petrobras está envolta, até os dias atuais, em um debate entre “liberais” e “nacionalistas” que marcou sua criação, em 1953, por Getúlio Vargas, sob o lema “o petróleo é nosso”. (Adaptado de Sérgio Prado, Aspectos Federativos do Investimento Estatal, em Rui de B.A. Affonso e Pedro L. B. Silva (orgs.), Empresas Estatais e Federação. São Paulo: FUNDAP, 1996, p. 11 e Folha de S. Paulo, Caderno Especial Petrobras 1953-2003, 03/10/2003).
a) Desde que foi criada até meados de 1990, a Petrobras operou como monopólio estatal de exploração, produção e de refino. O
que mudou na indústria petrolífera no Brasil com a quebra do monopólio estatal do petróleo?
b) Como a Petrobras vem reagindo à quebra do monopólio estatal de petróleo?
c) Em qual estado brasileiro há a maior concentração das atividades de produção petrolífera e em qual estado há a maior concentração das atividades de refino?
2. UNESP 2004. O mapa representa a área no Golfo Pérsico que contém cerca de 60% de todo o petróleo mundial (mais de 600 bilhões de barris), com uma produção de 21 milhões de barris/dia, em território composto por cinco países islâmicos. Assinale a alternativa que contém tais países e a denominação dada a esta área do globo.
a) Catar, Kuwait, Arábia Saudita, Irã, Iraque: Golfo Pérsico.
b) México, Venezuela, Costa Rica, Estados Unidos , Guatemala: Golfo do México.
c) Índia, Paquistão, Afeganistão, Kuwait, Iraque: Golfo de Bengala.
d) Nigéria, Marrocos, Gana, Iraque, Kuwait: Golfo da Guiné.
e) Birmânia, Tailândia, Nepal, Arábia Saudita, Irã: Golfo de Aden
3. UFSCAR 2004 - . O setor petrolífero sofreu mudanças consideráveis desde a crise mundial do petróleo em 1973. Atualmente, o setor petrolífero brasileiro apresenta como característica:
a) diminuição da dependência de importação de petróleo bruto, apesar de ainda importarmos cerca de 50% do consumo do país.
b) maior volume de extração em terra do que em plataformas marítimas, com o início da produção na jazida de Urucu (AM).
c) menor custo para extração de petróleo na plataforma continental do que em poços terrestres, em função da tecnologia de prospecção em profundidade.
d) as principais áreas produtoras referem-se ao Sudeste e ao Nordeste, sendo que ao Rio de Janeiro cabe mais da metade do petróleo extraído no Brasil.
e) monopólio total do Estado na comercialização dos derivados de petróleo, diferentemente do que ocorre com outros setores energéticos brasileiros.
ENERGIA - PETRÓLEO
UNESP JULHO 2004
4. Cerca de 65% das reservas petrolíferas do globo terrestre encontram-se no Oriente Médio, uma região estratégica para a economia mundial. As grandes potências como os Estados Unidos, a Alemanha, o Japão, dentre outras, dependem dessas reservas, que
se concentram principalmente ao redor do Golfo Pérsico e na planície da Mesopotâmia, áreas onde estão localizados os seguintes países:
a) Kuwait, Jordânia, Líbano, Irã e Iraque.
b) Kuwait, Egito, Israel, Arábia Saudita e Iraque.
c) Arábia Saudita, Jordânia, Irã, Catar e Iraque.
d) Egito, Jordânia, Arábia Saudita, Irã e Iraque.
e) Kuwait, Irã, Arábia Saudita, Catar e Iraque.
ENERGIA - PETRÓLEO
FGV JULHO 2004
5. O Azerbaijão é conhecido atualmente como o novo Kuwait. Com o Cazaquistão e o Turcomenistão, possui mais petróleo que o Golfo Pérsico. A fronteira das regiões produtoras de petróleo está se deslocando para a Ásia Central. Nelson Bacic Olic. In
www.comciencia.br/reportagens/petroleo. Na Ásia Central, as cobiçadas reservas de petróleo estão concentradas no(s):
a) Lago Baikal. b) Mar Cáspio. c) Montes Urais. d) Bálcãs. e) Mar Negro.
6 FUVEST 2008 1 FASE ENERGIA
A questão energética contemporânea, especialmente no que se refere ao uso de combustíveis fósseis, pode ser olhada sob uma perspectiva mais ampla.
A vida na Terra tem alguns bilhões de anos. Nossa espécie, que surgiu há cerca de 150 mil anos, produz ferramentas há cerca de 40 mil anos, usa carvão mineral há cerca de 300 anos e petróleo há cerca de 100 anos.
Esses recursos energéticos, devidos à longa deposição de organismos, encontram-se em diversas regiões, algumas delas hoje desérticas. O consumo combinado atual desses combustíveis, sobretudo na indústria e nos transportes, equivale a uma queima da ordem de 100 milhões de barris de petróleo por dia, fato que preocupa pelo aumento, na atmosfera, de gases responsáveis pelo efeito estufa.
Da leitura desse texto, é correto afirmar que
a) há regiões desérticas que podem já ter sido oceanos, das quais extraímos hoje o que aí foi produzido muito antes da existência humana.
b) sendo os combustíveis fósseis gerados em processo contínuo, os mesmos poderiam ser utilizados indefinidamente, não fosse o aumento do efeito estufa.
c) o consumo atual de combustíveis fósseis na indústria e nos transportes é reposto pela deposição diária de biomassa fóssil.
d) os seres humanos, nos últimos 100 anos, são responsáveis por boa parte da geração de combustíveis fósseis, a partir da biomassa disponível.
e) o que era carvão mineral, em passado remoto, transformou-se em petróleo nos períodos recentes.
7 UNICAMP 2 FASE 2008 PETRÓLEO E COMMODITY
“De 1998 para cá, o preço do petróleo foi multiplicado por sete. A procura pelo produto, com o vigoroso crescimento mundial, aproximou-se da capacidade de produção (...) Há um surto na procura pela commodity, em contraste com a baixa capacidade de expansão rápida da oferta.”
(Folha de S. Paulo, editorial: Petróleo nas Alturas, 22/10/07, p. A2)
a) O que é uma commodity?
b) Quais as principais razões do aumento da demanda por petróleo em período recente?
8C UNESP JULHO 2011 PETRÓLEO
Ainda sob o ruído dos protestos nas ruas dos países da região que mais produz petróleo, é impossível prever o desdobramento de todas as revoltas que começaram na Tunísia há pouco mais de dois meses. (...) A interrupção
do fornecimento, ou o temor de que isso ocorra, tira o sono de governantes e empresários de todo o mundo. As últimas cinco recessões globais foram, todas elas, precedidas de altas agudas e repentinas no preço do barril. (...) Mesmo com a alta repentina, a situação ainda está sob controle. A soma do gasto mundial com petróleo, hoje, equivale a 4,2% do PIB global, percentual bem abaixo dos registrados a partir de 1979 e em 2008. (Exame, 09.03.2011. Adaptado.)
O medo, no inicio de 2011, de um novo choque do petróleo estava entrelaçado a região que mais o produz. A crise de instabilidade política ameaçava a distribuição e o fornecimento dessa matéria-prima da matriz energética e da diversificada cadeia da industria química no mundo.
O texto refere-se à crise que envolve
a) a América Latina. b) a Rússia. c) o Oriente Médio. d) a China. e) a Europa.
Gabarito 1 2 3 4 E 5 B 6 A
Questão 7 RESPOSTA ESPERADA UNICAMP
a) Qualquer bem, geralmente primário (de origem agropecuária ou de extração vegetal ou mineral), que é produzido em larga escala mundial e geralmente tem baixo valor agregado. Sua especificação é estabelecida em
acordos de comercialização e apresenta características físicas homogêneas, passíveis de padronização. O seu preço é determinado pela oferta e procura internacional. Por exemplo: ferro, soja, café e petróleo.
b) Há um crescimento da economia mundial (que tem os hidrocarbonetos como base energética); há países emergentes, como a China, que consomem grande quantidade de petróleo; há longa maturação dos investimentos nessa área para o aumento de produção nas áreas descobertas/produtoras; há queda nas reservas de petróleo, principalmente nos EUA, o maior consumidor; há o temor da ampliação de conflitos no Oriente Médio, importante região produtora.
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