A origem da pajada é desconhecida, mas suas regras de métrica e rima se repetem nos antigos gregos e nos cantadores anglo-saxões, quanto em artistas viajantes árabes e hindus, aparecendo em manifestações na Península Ibérica. Alguns repentistas nordestinos, como Patativa do Assaré e o alagoano Chico Nunes improvisam de forma semelhante à dos pajadores. Em todas essas culturas, se repete um modelo definido como Décima Espinela. A chamada décima é a estrofe de 10 versos que obedece a estrutura de rimas ABBAACCDDC. Cada verso deve ter sete sílabas. Foi registrada, pela primeira vez, no livro Diversas Rimas, em 1951, pelo poeta Vicente Espinel, na Espanha.
Pajada e trova são diferentes. Enquanto a pajada se estrutura em 10 versos e quatro rimas, a torva tem seis versos e apenas uma rima. Enquanto a primeira é declamada com acompanhamento de violão, a segunda tem fundo de gaita. Na pajada não se admitem versos que depreciem o outro pajador. Os desafios são na forma de meia-letra. Cada pajador faz uma estrofe em resposta a outra. Se forem mais de dois pajadores, cada um faz dois versos até chegar aos 10. Como na poesia abaixo.
A pajada é mais difícil que a trova, e por muito tempo havia o preconceito de que era castelhana.
Pajador A
Eu tenho a alma campeira
E o verso chucro na mente
Pajador B
Nasci pra fazer repente
Pajadora brasileira
Pajador A
Seja bem-vinda parceira
Com teus imensos valores
Pajador B
Quero andar com os senhores
Sob o pó da mesma estrada
Pajador A
Tu és flor da pajada
No jardim dos pajadores