MENOS CINISMO E MAIS SERIEDADE EM 2008
Filemon F. Martins
A televisão mostrou recentemente um empresário jovem e rico, tentando convencer a prefeita da cidade de Rosana, no interior de São Paulo, a participar dos seus negócios. A certa altura do diálogo, a prefeita perguntou qual era o valor da propina paga aos vereadores do Município, que já participavam das negociatas, ao que ele respondeu: ”não se fala de propina, nunca se diz propina, a gente fala de parceria, a gente firma uma parceria comercial e aí você recebe R$ 3,4,5,10,20 mil, não sei de quanto você precisa, depende”.
A prefeita gravou tudo e o caso está com o Ministério Público. O empresário, segundo a notícia, está foragido.
Em Brasília também há estas parcerias entre o governo e alguns empresários. Não se sabe onde está o maior cinismo, se no governo, que adia votações e parte para a compra de votos ou se, entre os políticos, senadores, deputados e empresários, que atrás de verbas, cargos e vantagens pessoais, vendem seus votos.
Lá, igualmente, não se fala em compra de votos. Esse verdadeiro balcão de negócios, que funciona descaradamente é feito através da chamada Parceria Comercial Política, sem nenhum constrangimento pelos políticos brasileiros.
O Presidente Lula, não obstante sua conhecida habilidade, já provou ser avesso a problemas e em seus discursos inflamados acaba proferindo inúmeras bravatas para enganar os desinformados e cabeças menos esclarecidas. E no Brasil, diga-se a verdade, eles formam uma legião, como convém aos poderosos.
O que necessitamos é de uma Reforma Interior em cada ser humano. Reformas superficiais não resolvem os problemas. São valores morais, éticos, educativos e religiosos é que poderão nos resgatar de tantas peripécias que aumentam a desigualdade no Brasil.
Que em 2008, imbuídos pelo espírito cristão, tenhamos mais amor e solidariedade para com o nosso próximo, com menos egoísmo, menos desordem, menos mentiras e menos roubos. Que os nossos políticos e administradores em 2008 entendam, de uma vez por todas, que a coisa pública deve ser tratada como bem da coletividade e não como patrimônio pessoal de quem detém o poder.
Só assim teremos um Brasil mais justo, mais igual, mais humano, onde todos possamos viver com dignidade e em paz.
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