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Artigos-->A Escolha Profissional -- 05/12/2007 - 08:25 (edson pereira bueno leal) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos








A ESCOLHA PROFISSIONAL



Edson Pereira Bueno Leal novembro de 2007, atualizado em setembro de 2.013 .



O trabalho é a principal identidade do cidadão . A profissão define o lugar do indivíduo no mundo , mais do que uma simples fonte de sobrevivência daí a importância de uma escolha bem feita . Muitos irão passar mais tempo no emprego do que em casa com sua família .

Com tantos aspectos a serem considerados na escolha profissional em termos de escolas e mercado de trabalho que outros fatores devem ser levados em consideração para diminuir a margem de erro?

Escolher uma profissão pode ser comparado a um casamento, pois estamos escolhendo uma atividade com a qual teremos que conviver por longo e longos anos. Portanto a escolha implica em encontrar uma atividade que nos dê satisfação, e, além disso, que nos realize no seu desempenho .

Deve-se levar em conta todavia o peso do status e da remuneração proporcionada pela atividade, que muitas vezes podem superar a necessidade de se buscar prazer no trabalho .

E exemplo de um casamento pode ocorrer o divórcio . Decepcionar-se com a profissão em determinada fase da vida também não é o fim do mundo . Neste caso deve-se ter a coragem de mudar de área ou até mesmo recomeçar em outra atividade .

A escolha profissional é uma decisão estritamente pessoal . Testes , opiniões devem apenas colaborar na escolha , mas a decisão precisa ser individual após muita reflexão . A escolha profissional não é uma simples decisão , mas deve ser o resultado de um longo processo de reflexão . Não é um evento simples que possa ser resolvida com uma decisão isolada e única .

Embora pessoal, para chegar ao final do processo de escolha com relativo sucesso você precisa ouvir o máximo possível de pessoas . Porém deve ser uma consulta inteligente porque as informações recebida precisam ser filtradas. Principalmente informações que vêm carregadas de carga emotiva precisam ser analisadas cuidadosamente , particularmente de familiares .Fatores múltiplos se interpenetram e interferem profundamente na decisão .

Ao escolher você deve estar seguro da decisão . Caso a indecisão seja alta é melhor esperar . É preferível "perder" um ano , eventualmente até passeando pelo mundo do que fazer uma escolha errada e comprometer toda uma vida profissional .

Infelizmente uma decisão crucial precisa ser tomada em uma época ainda inconstante que é o início da juventude . Porém é possível chegar a uma decisão correta se o jovem souber elaborar os conflitos e as ansiedades que experimenta em relação ao futuro. As profissões e carreiras requerem potencialidades que não são específicas. Portanto, estas não podem ser definidas à priori, muito menos medidas. Potencialidades não são estáticas , modificam-se no transcurso da vida, incluindo o tempo de estudo.



Desistir do Curso :



Desistir do curso pode ser uma bobagem. A menos que se descubra uma vocação radicalmente oposta , é melhor terminar a faculdade e procurar especializações. A maioria das profissões não tem limites . Engenheiros podem ser vendedores , economistas atuam em marketing e médicos podem ser bons administradores .

Um estudo inédito feito na USP constatou que quase metade dos estudantes que desistem da graduação tiveram problemas no momento da escolha . 44,5% dos alunos desistentes acabam abandonando o que era seu sonho de realização profissional e se tornou a opção errada, por pressões dos pais, por falta de informação sobre a faculdade ou sobre o mercado de trabalho.

Outros 30,7% desistem por não gostarem da estrutura do curso . Os insatisfeitos com o mercado de trabalho e com a profissão somam 13,4%. Os que desanimam por razões pessoais, como problemas familiares, financeiros ou afetivos são 10,5% e menos de 1% é forçado a largar a faculdade por não se adaptar à cidade em que ela se localiza. O trabalho foi feito com 180 jovens que estavam em crise ou desistiram do ensino superior, cerca de 85 de universidades públicas e 95 de particulares entrevistados entre 1996 e 2002. A desistência no primeiro ano do curso está associada predominantemente à escolha errada. Já nas universidades particulares a dificuldade de pagar o curso é o principal motivo do abandono.

Na USP em 2004, cerca de 7,2% do total de estudantes abandonaram seus cursos. Embora seja uma taxa menor do que a taxa média geral, que pode chegar a 13%, se considerarmos a dificuldade para ingressar em um curso da USP é possível avaliar como ela é alta . ( FSP Fovest , 18.10.2005 , p. 6). Trocar de curso nem sempre pode ser a melhor opção. A menos que a mudança seja radical em termos de área, pode ser melhor terminar o curso e partir para especializações ou pós-graduação na área de maior interesse.

Indicativo das dificuldades de uma escolha profissional precoce o Brasil tem uma das mais altas taxas do mundo de evasão no ensino superior . Estudo feito a partir do Censo da Educação Superior pelo Instituto Lobo para o desenvolvimento da Educação, da Ciência e da Tecnologia mostra que somente metade dos alunos que ingressam anualmente no sistema, consegue se formar quatro anos mais tarde. O cálculo foi feito a partir da constatação de que, dos 1,4 milhão que ingressaram no sistema em 2002, cerca de 718 mil se formaram em 2005, ou seja 51% .No Japão, apenas 7% dos alunos não concluem o curso após o mesmo período de tempo. A evasão varia muito de acordo com o curso. Em medicina, que é um curso muito competitivo, ela não passa de 4% ao ano, enquanto cursos de turismo, administração, educação física, marketing e publicidade apresentam taxas anuais de 30% ou mais ( F S P 31.12.2006 , p. C-1).

Nem sempre uma escolha inicial errada pode ser negativa. Ninguém melhor do que Amir Klink para exemplificar esta realidade: “É melhor tomar o barco errado, se dar conta disso e corrigir a sua carreira, do que viver acomodado num caminho que parece mais interessante, se adaptar a ele e nunca mais questionar ou corrigi-lo. Para mim foi um barco errado, mas me foi muito proveitoso. Foi um choque constatar que mesmo aspirando a um cargo de presidente do banco, eu não me interessava pelo trabalho que fazia, não me acrescentava nada, não satisfazia as minhas curiosidades. Para mim foi importante tomar o barco errado – não sei se é um bom conselho – mas me fez acordar . Eu jamais teria acordado se não fosse assim. Se eu tivesse cursado Biologia ou Ciências Marinhas, talvez fosse ser um fiscal do Ibama, e seria assim por toda a minha vida, sem grandes aspirações. Eu fiquei muito transtornado depois de concluir a universidade e constatar que não era aquilo que queria fazer. Foi uma decisão muito difícil, tinha a questão da sobrevivência financeira, além dos quatro ou cinco anos perdidos, mais dois ou três anos exercendo a atividade. São exatamente estes anos que pesam para você mudar; eles funcionam como uma mola que vai comprimindo nossas vontades, só que a certa altura ela salta. Ás vezes sem uma pressão externa nunca se dá esse salto. Só dei esse salto quando pensei: ou era naquele momento ou nuca mais“ ( Klink , Amir. Gestão se Sonhos, Riscos e Oportunidades , Casa da Qualidade, 2000 , pp. 23-24).

Pesquisa com dados do Ministério da Educação mostra que Ciências da Computação ( 33%) , Matemática e Administração ( 29%) , Hotelaria e Educação Física ( 27%), Design e estilismo ( 26%) , Jornalismo (25%) , Turismo e Física ( 24%), Filosofia ( 23%) , Letras, Direito e Ciências Contábeis ( 22%), Fisioterapia, Química Professores em Biologia e Economia ( 21%) e Biologia e Química , Enfermagem, Engenharia Civil, e Elétrica com 20% são os cursos com mais alta percentagem de evasão , entendida como o número de alunos que deixou de se matricular de um ano para outro .Entre os motivos para o abandono estão a falta de informação na hora da escolha no vestibular, frustração com o conteúdo do curso e com as perspectivas de emprego . A área de ciências exatas e computação apresenta altos índices de desistência por conta da fraca formação no ensino básico que leva os alunos a encontrarem uma linguagem totalmente inacessível na universidade o que leva ao abandono. Já na área de serviços, como Turismo há baixa expectativa de empregabilidade . Outro aspecto que leva á desistência além das dificuldades de pagamento é a constatação da má qualidade do curso , com professores ruins , bibliotecas fracas , falta de equipamentos . . ( F S P , 6.4.2009, p. C-1) .

Diagnóstico feito pela CNI em 2010 mostra uma realidade mais grave na área de engenharia . A entidade calcula que 150 mil vagas de engenheiros não terão como ser preenchidas até 2012 . O diagnóstico da realidade nos 1.374 cursos no país mostra que a evasão nos cursos de engenharia é de 80% : dos 150 mil que ingressam no primeiro ano , 30 mil se formam . Segundo José Roberto Cardoso diretor da Escola Politécnica da USP, “ Só um em cada 4 possui formação adequada . O Brasil forma menos de 10 mil engenheiros com competência e esses são disputados pelas empresas “. No caso da engenharia , o obstáculo à formação dos engenheiros é a baixa qualidade do ensino médio .Cálculos de entidades de engenharia mostram que o Brasil perde US$ 15 bilhões por ano com falhas nos projetos das obras públicas , cerca de 1% do PIB . ( F S P , 21.06.2010, p. B-1) .



O CONHECIMENTO DAS PROFISSÕES EXISTENTES



É indispensável no processo de escolha que o jovem pesquisa sobre as profissões efetivamente disponíveis. A maioria conhece apenas algumas dezenas. O estudante em fase de opção deve convencer-se de que é impossível, por intermédio de testes vocacionais, escolher um determinado curso. A de criação do mercado educacional supera em velocidade a capacidade de ajuste de qualquer teste que exista.

Segundo levantamento feito pelo MEC, em 1959 havia 82 cursos diferentes na graduação. Em 1991 já eram 125 cursos. Em 1999, 170 cursos e em 2003 eram 582 cursos. Este número está em permanente crescimento, já que muitas faculdades estão ousando com a criação de cursos inusitados como gastronomia, naturologia, quiropraxia, comunicação em multimeios, entre outros. No caso destes cursos com nomenclatura não convencional o cuidado deve ser redobrado com a capacitação e a situação lugar do curso, pois o risco de perder tempo e dinheiro

Cursos já conhecidos estão sendo subdivididos como na área de engenharia de computação que partiu-se em engenharia de computação de hardware e de software. Novos nomes estão surgindo, significando a transformação de antigas especialidades em carreiras de graduação como aviação, cozinha industrial, desenho de moda, nutrição dietética e terapias de beleza, design de games, panificação e confeitaria.

Quiropraxia é uma técnica de massagem para ajuste de postura e tem um curso na Universidade Anhembi Morumbi . Tecnólogo de Manutenção de Aeronaves é oferecido pela Universidade Sant”Anna . Engenharia Industrial Madeireira existe na Uniplan . Comunicação das Artes do Corpo e Ciências Atuariais funcionam na PUC SP . Na FMU a área de informática terá os cursos de Tecnologia em Segurança da Informação , Desenvolvimento de Jogos Digitais e Sistemas para a Interne, com enfoque no comércio eletrônico .

Os cursos também são de bacharelado e licenciatura , sendo que a licenciatura permite exercer o magistério no ensino fundamental e médio e o bacharelado habilita para uma determinada profissão, no caso de algumas como engenharia, medicina , contabilidade , confere um título profissional específico .

É importante na escolha conferir se o curso e a instituição são credenciados pelo MEC , Ministério da Educação e para isso basta acessar o site www.educacaosuperior.inep.gov.br .



Cursos Tecnológicos



Outra modalidade nova que surgiu no mercado são os chamados cursos "sequenciais", cursos rápidos de apenas dois anos e que dão direito a diploma de curso superior. Porém não é um diploma de graduação, portanto o formado posteriormente só está habilitado para a pós graduação latu-sensu ( especialização), não podendo fazer pós graduação strictu sensu ( mestrado e doutorado) .

Uma formação específica demais limita as possibilidades do profissional em um mercado de trabalho dinâmico, além de que a maioria destes cursos não é reconhecida pelas entidades profissionais.. Porém estes cursos tem uma ligação mais direta com o mercado de trabalho o que melhora dramaticamente as possibilidades de obtenção de emprego a curto prazo .

Na Finlândia 82% dos alunos de ensino superior estão matriculada em uma escola técnica e não em faculdades convencionais, na Alemanha 72% , na Coréia e Suiça 65% e EUA 60% e no Brasil apenas 9% .Esta disparidade decorre de que a modalidade só foi reconhecida oficialmente pelo MEC em 1996 e ao preconceito de que as escolas técnicas são inferiores às universidades.

O Estado de São Paulo já possui uma unidade pública de nível superior , a FATEC que está se espalhando por todo o Estado com cursos tecnológicos de bom nível . Levantamento do MEC mostrou os melhores cursos de ensino técnico em dez áreas : Telecomunicações – UF Paraná ; Tecnologia em Alimentos – Faculdade de Tecnolgia Termomecânica em São Bernardo do Campo; Mecatrônica – Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia em Salvador ; Gastronomia – Centro Universitário Senac em Campos do Jordão ; Análise de Sistemas – Universidade Brasileira de Tecnologia em Recife ; Automação Industrial – Faculdade de Tecnologia Senai em Florianópolis ; Tecnologia em Banco de Dados – Faculdade de Tecnologia IBTA em São Paulo ; Desenvolvimento de Sistemas para a Internet – Centro Federal de Educação Tecnológica da Paraíba em João Pessoa ; Comércio Exterior – Centro Universitário Nove de Julho em São Paulo e Novas Tecnologias para preservação do Meio Ambiente – Faculdade Senai de Tecnologia Ambiental em São Bernardo do Campo. São escolas com padrão de “primeiro Mundo “.

A relação mostra que os bons cursos estão espalhados por todo o território nacional e a incursão saudável no ensino superior de instituições como o Senai e o Senac com tradição no ensino técnico de segundo grau. O país já possui 1.200 escolas técnicas de nível superior .

Exemplo de sintonia fina com o mercado de trabalho é o Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia em Salvador onde é dado um curso de formação de especialistas em produção de peças e sistemas para a indústria automobilística para o qual a Ford contribuiu com R$ 2 milhões em equipamentos para laboratórios . ( Veja, 19.12.2007 , p.144-148).

O Brasil não tem tradição nestes cursos . Segundo pesquisa do prof. Renato Pedrosa da Unicamp , menos de 1% dos estudantes brasileiros se formam em cursos superiores de curta duração voltados para o mercado de trabalho enquanto nos países desenvolvidos esse índice chega a 29% . Segundo dados do Censo de Educação Superior de 2005 , os centros tecnológicos e as faculdades de tecnologia possuíam apenas 83,2 mil dos 4,4 milhões de matrículas nas graduações presenciais no país, apenas 1,9% do total .

Os cursos de curta duração suprem uma necessidade do mercado de trabalho que é a mão de obra qualificada entre a base e o topo . O IPEA em estudo verificou que a indústria nacional não encontrou trabalhador qualificado para uma em cada quatro vagas abertas em 2007 , principalmente entre pessoas com até 13,1 anos de estudo .

Os cursos tecnológicos além de serem mais rápidos tem um custo por aluno que chega a ser oito vezes menor do que em universidades tradicionais . Para alguns o fato de não terem formação geral com forte teor humanístico não criariam cidadãos críticos , o que ignora o fato de que o aluno pode buscar esta informação por outras fontes que não apenas a educação formal de sala de aula . ( F S P , 3.12.2007 , p. C-6) .



Como conhecer a profissão



Conhecer a profissão não significa apenas ter informações sobre o curso de graduação, mas também sobre a rotina e as possibilidades de atuação do futuro profissional. Isto porque um dos indicadores de escolha devem ser as disciplinas a serem cursadas, pois é evidente que se o aluno não gosta da maioria delas é bastante provável que não se dará bem naquela atividade.

Mas além de gostar das disciplinas é preciso saber se a rotina do profissional também é atraente. As mesmas disciplinas em diferentes cursos levam a profissionais de atividades completamente diversas. Neste sentido uma conversa com profissionais, buscando indagar sobre os aspectos positivos e negativos da atividade pode ajudar .

Este conhecimento de que falamos todavia não pode ter como base uma imagem idealizada da profissão. Não podemos escolher uma carreira pelo que gostaríamos que ela fosse, mas pelo que efetivamente ela é .

Determinados cursos exigem um investimento muito alto, sem perspectiva de retorno imediato, dado o nível de saturação do mercado de trabalho.

A análise do mercado de trabalho deve ser feita a médio e longo prazo considerando-se pelo menos o tempo necessário para completar a graduação. Deve-se tomar cuidado com carreiras em que o Estado ou uma empresa monopolista são os únicos empregadores. Deve-se ter cuidado com profissões que são verdadeiras “panelas”. se levar em consideração a possibilidade de encontrar melhores oportunidades fora dos grandes centros.



O CURSO NÃO IMPORTA MUITO NA MAIORIA DAS ÁREAS



Entretanto deve ser considerado também que no mercado de trabalho existem inúmeras possibilidades de ajustes, as diversas profissões comportam uma ampla margem de manobra em termos do que se fazer, e tudo isto diminui bastante a margem de erro do jovem na hora da escolha. É frequente o caso de concluintes de curso ainda indecisos e que somente na prática do cotidiano da atividade é que acabam se decidindo efetivamente em que área atuar. Estagiar durante a faculdade é uma atividade indispensável para testar a prática profissional e definir a área de atuação.

Deve-se levar em consideração também que nos dias de hoje, na maior parte das áreas, inexiste um vínculo claro entre diplomação e ocupação. Determinadas áreas tradicionais, tais como Medicina e Odontologia continuam a serem exercidas apenas pelos formados nos respectivos cursos. Mas, em outras áreas há gente com todos os tipos de diploma, exercendo todas as ocupações. As ocupações são flutuantes e podem ser preenchidas por profissionais de diversas áreas; aqueles que tem jogo de cintura e capacidade de estar sempre aprendendo.

Todos os cursos de humanidades e áreas sociais por exemplo enquadram-se na categoria de educação geral e "envolvem comprar, vender, mandar, organizar, comunicar, etc. As competências requeridas são, em especial: ler, escrever, usar números, resolver problemas e trabalhar em grupo. Em suma, pensar analiticamente e aprender rápido o que quer que apareça pela frente ( Castro, Cláudio de Moura , in Veja, 10.03.2004 , p. 20) .

Já no Censo de 1991 os números mostravam que mais de metade dos graduados do ensino superior tinham empregos em áreas distantes de sua diplomação. Hoje esta relação é ainda maior.

Em concursos públicos, como o de auditor fiscal , por exemplo , são diversos os cursos que podem concorrer. Portanto, esta flexibilidade permite ao jovem ajustar-se no mercado de trabalho a uma área mais próxima àquela que inicialmente imaginou quando da escolha profissional. Aliás, a multicompetência vem se consolidando como a grande característica procurada pelo mercado entre os candidatos a emprego.

Em cursos de economia, menos de 10% dos formados trabalham na função. Os filósofos contabilizam apenas 5%. Mesmo aqueles formados em direito, devido a grande expansão das matrículas, a maioria não irá exercer a profissão.

Pesquisa do Observatório Universitário , instituição de pesquisa ligada à Universidade Cândido Mendes , do Rio de Janeiro , concluiu que 54% das pessoas não trabalham na área que estudaram . Dos que fazem engenharia , por exemplo, 67% trabalham em ramos diversos . Em comunicação esse número é de 72% e em administração 50% . ( Você S A , setembro de 2008 , p. 85) .

Neste mesmo sentido a frustração com determinadas disciplinas ou áreas do curso de graduação, que muitas vezes ocorre, pode ser compensada com o redirecionamento dos estudos para áreas específicas de maior interesse, complementada por exemplo com uma pós graduação.

Estatísticas mostram que 69,4% dos estudantes brasileiros que ingressam no ensino superior chegam a concluí-lo, e o restante abandona a área escolhida ou troca de curso no meio do caminho.



FUNÇÕES QUE EMPREGAM PROFISSIONAIS DE VÁRIAS ÁREAS



Especialista em Remuneração e Benefícios : Administrador ou Contador ;

Analista de Planejamento Tributário : Contador ou Advogado ;

Controler : Engenharia , contabilidade ou finanças ;

Gestor de Segurança do Trabalho: Engenheiro, Arquiteto ou Agrônomo com especialização em Engenharia de Segurança ;





NOVOS ESPECIALISTAS



Arquiteto de Informação :

Organiza o conteúdo para que as pessoas encontrem com facilidade e façam suas compras na Internet sem que esse processo seja demorado demais Atividade de analistas de sistemas ou cientistas da computação principalmente com especialização em marketing.

Analista de palavra-chave

Relaciona certas palavras num site de modo que a página apareça entre as primeiras referências na lista quando alguém pesquisa aquele tema na Internet . Atividade para programadores ou analistas de sistemas .

Cientista do Exercício

Plano completo de prevenção de doenças , incluindo check-ups e programas de condicionamento para clientes de planos de saúde e funcionários de grandes empresas . Graduados e pós-graduados em ciência do exercício , formados em educação física , fisioterapia ou medicina.

Comunicação Assistiva

Ensino e tradução de braile e da linguagem de sinais .

Consultor de sustentabilidade

Estudos sobre o impacto ambiental de um negócio e projetos para minimizá-lo . Engenheiros ambientais, advogados e pós-graduados em gestão ambiental .

Farmacoeconomista.

Analises sobre a viabilidade econômica de um remédio . farmacêuticos ou economistas com especialização .

Gerente de Diversidade

Especialista em Recursos Humanos em termos de idade , sexo, raça e perfil profissional . Para administradores de empresa, psicólogos e assistentes sociais .

Tecnologia Oftálmica

Desenvolvimento de aparelhos para oftalmologia . ( Veja, 26.11.2008 , p. 122-123) .



Sonhos de criança



Sonhos de criança em termos de atividade profissional podem ser considerados, mas é preciso diferenciar o que gostamos de fazer como um hobby, ou uma atividade eventual de final de semana, daquela atividade profissional que deverá ser exercida em caráter permanente.

Para o economista Richard Thaler , da Universidade de Chicago, não se deve fazer escolhas exclusivamente naquilo que mais se gosta de estudar . Isso não garante a felicidade ou o sucesso .” A escolha da carreira também pressupõe entender quais são os interesses financeiros pessoais , pessoas com quem quer conviver e qual a perspectiva de médio prazo . Muitas vezes o trabalho em si não é tão interessante quanto a área de estudo . Você tem de entender do que se trata a carreira ou o emprego a que aspira e descobrir se você gosta . Daí, decidir” . ( Você S A , janeiro de 2009 , p. 50) .



Influência da Família



A opinião dos pais também é importante. Porém não existe vocação hereditária , mas o ambiente é um forte fator de influência na definição de opções de vida daí nos casos de pais bem sucedidos em suas profissões o natural desejo que podem exercer para que os filhos possam continuar na mesma atividade. sendo fundamental separar o natural interesse em continuar uma profissão familiar, da pressão dos pais que se projetam nos filhos .

Jamais porém esta decisão pode ser baseada em posições simplistas de que é mais fácil assim proceder, pois neste caso a probabilidade de erro é muito grande, uma vez que o sucesso está ligado a determinadas aptidões que podem não existir da mesma maneira nos filhos. E, sempre a decisão é individual, nunca coletiva. Deve-se levar em consideração que muitas vezes a família pode ter uma percepção distorcida e desinformada das profissões.



Moda



O fato de uma carreira estar em moda não deve ser fator de decisão. O mercado de trabalho é altamente dinâmico e algo que está em evidência hoje, pode não estar mais daqui a quatro ou cinco anos. A escolha apenas pelo mercado, ou da profissão que está na moda ou daquela que proporcionaria mais dinheiro é um dos grandes fatores da má escolha profissional pois leva o jovem a desconsiderar os fatores determinantes como a história de vida e as suas aptidões.



Escolha como reparação



Erro gravíssimo seria o jovem na escolha tentar compensar alguma coisa que não teve anteriormente. Por exemplo, escolher psicologia porque está querendo se conhecer melhor ou medicina porque tem um problema de saúde na família.



Escolha como identificação



Da mesma forma deve-se evitar a escolha a partir da forte identificação com algum profissional que por ser geralmente de destaque, não é a média da categoria.



Maturidade na Escolha



Além do cuidado com todos os aspectos já elencados, alguns sinais podem indicar se a escolha foi feita com maturidade. Em primeiro lugar, a preocupação com a escolha profissional, resultando em uma opção consciente, onde o jovem sabe exatamente porque escolheu determinada profissão, afastando a displicência, o desânimo ou a confusão. Ou então, em caso de escolha múltipla, deve haver certa estabilidade na escolha de ocupações dentro de um certo grupo profissional. Outro indicador é a coerência entre aptidão e interesse. Por exemplo, de nada adianta gostar de cantar, mas não ter voz para tal.

Para que a escolha seja feita de modo adequado é importante o pleno desenvolvimento da maturidade emocional. Assim como as pessoas não desenvolvem plenamente as aptidões e talentos que possuem, também no domínio emocional é possível ingressar na vida adulta comportando-se “ como criança”.

Para Staton (1963) a conquista da maturidade emocional implica em oito objetivos principais :

&
8594; Objetivação – reduzir ao mínimo as distorções emocionais da percepção, da interpretação e da reação à realidade;



&
8594; Percepção de valores relativos – discriminar efetivamente os fatores superficiais e os importantes da vida e dar-lhes prioridade adequada;



&
8594; Dedicação a objetivos de longo alcance – Tolerar a postergação de satisfações, a fim de alcançar objetivos importantes no futuro;



&
8594; Aceitação de responsabilidade – Fortalecer o auto-conceito e aumentar a competência pessoal por meio do trabalho disciplinado no que quer que se faça;



&
8594;Tolerância da frustração – resistência ao malogro e a circunstâncias adversas , persistindo nos esforços construtivos em direção a um objetivo;



&
8594; Empatia, compaixão – desenvolvimento da capacidade de simpatia e de preocupação com o bem estar dos demais;



&
8594; Gradação de reação – assegurar a intensidade de sentimentos e comportamentos adequados a cada circunstância;



&
8594; Socialização das respostas – adaptar a gradação da reação de um modo adequado às circunstâncias sociais existentes.



Para Menninger ( 1964), pessoa amadurecida emocionalmente é aquela que “encontra maior satisfação em dar que em receber, é capaz de adquirir lealdades satisfatórias e permanentes; em suas relações obtém assim como proporciona satisfação; é criativa em suas horas de folga e contribui para melhora de sua escola, de sua família, de sua comunidade; é capaz de aprender e de beneficiar-se de seus erros e seus sucessos; é realmente desprovida de temores, ansiedades e tensões; vence os pedaços duros da vida e segue para o seu destino “. Evidentemente, ambas as descrições referem-se a um estado ideal.



Prestígio Social



É inegável que a sociedade, ao remunerar determinadas carreiras melhor do que outras, ou ao atribuir “status” superior a certas atividades, exerce forte fator de influência na escolha profissional. É possível a partir de dados sócio econômicos montar uma escala de prestígio nas carreiras. Os jovens de faixas de renda mais alta tendem a restringir a sua escolha para carreiras de maior remuneração e prestígio. Por sua vez os candidatos de renda mais baixa tendem a escolher cursos menos prestigiados por uma série de razões como maior facilidade de ingresso, custo menor, menor exigência no curso para possibilitar o trabalho simultâneo, etc.



TALENTO OU APTIDÃO



No árduo processo de escolher uma profissão o jovem precisa se esforçar para descobrir seus talentos. Segundo Immanuel Kant (1772-1804), o talento "é a superioridade do poder cognoscitivo (que tem a faculdade de conhecer), que não provém do ensino, mas da aptidão natural do sujeito". Para o dicionário Aurélio, "talento é a aptidão natural ou habilidade adquirida".

Aptidão na definição de Warren (1956) é uma “condição ou conjunto de características consideradas sintomáticas da facilidade com que o indivíduo pode adquirir, mediante treinamento adequado, conhecimento, destrezas, ou conjuntos de reações usualmente especificados, como a habilidade para falar um idioma estrangeiro, compor música, etc.

O talento é, portanto, inato e refere-se à capacidade potencial de uma pessoa para realizar um tipo específico de atividade. O talento diferencia alguém em uma atividade. O esforçado pode exercer uma atividade com técnica e eficiência, mas o talentoso surpreende, raciocina pelo inverso e percebe situações não aparentes. Habilidades podem ser treinadas com a transmissão de conhecimento, mas o talento é natural. Portanto, temos que descobrir em que somos talentosos, pois ele é o nosso diferencial em relação aos outros e todos nós possuímos talentos naturais.

Vocação é expressão de uma aptidão , mas desde que concretizada com prazer e criatividade . Surge da combinação entre a genética e o meio ambiente que se vive .

O talento pode ser detectado pela pessoa em qualquer época de sua vida e costuma ser percebido pelos outros e por isso é importante o contato com diferentes grupos e ambientes. Normalmente está relacionado a atividades que a pessoa desempenha com mais facilidade, com satisfação, e nas quais obtém bons resultados. Após descoberto, aí sim o talento precisa ser desenvolvido, pois mais do que conhecer nossos talentos precisamos saber usá-los e nos contextos adequados. Segundo o psicólogo americano Howard Gardner, “os estudos indicam que é impossível tornar-se genial numa área para a qual não se tem talento natural”. Em termos práticos, usando o exemplo do futebol significa que se o indivíduo ”nasce sem grande potencial nas áreas do pensamento espacial e do raciocínio lógico, pode treinar 365 dias por ano, ao longo de uma década, para, enfim, se tornar um bom jogador de futebol, mas jamais será um Pelé“ (Veja, 25.07.2007 , p. 14).

No mundo dos recursos humanos , ser um talento não significa ter uma habilidade especial , um dom artístico ou uma inteligência superior . Ser um talento significa ser possuidor da combinação entre o desempenho e o desejo de aprender e evoluir . Ser um talento portanto , é uma questão de vontade”. Mussak, Eugenio , Você S A , fevereiro de 2010, p. 106) .



Segundo os estudos de genética, o talento e outras características indicam tendências, mas não destinos inexoráveis. É a interação dos genes com o meio ambiente que irá produzir o resultado final.

O talento está ligado a aspectos hereditários. naturalmente o conhecimento do desempenho de parentes consangüíneos em determinadas atividades para as quais demonstramos interesse pode ser mais um indicador de escolha.

Ayrton Senna foi um piloto de inegável talento. Mas, quando começou a carreira de piloto era sempre o primeiro a chegar no treino, o único a fazer a pista a pé, o que mais trocava idéias com os mecânicos e o último a ir embora. Portanto foram a dedicação, a tenacidade, a atenção aos detalhes que lhe permitiram chegar aonde chegou.

Neste processo de auto-conhecimento pode haver erros. São comuns os casos de jovens que começam um curso e logo se desencantam para frustração de seus pais. Porém, nesta fase da vida erros são comuns e não irreversíveis. Podem resultar em um maior tempo para a conclusão do curso universitário, mas não representam tempo perdido, pois sempre há um ganho em termos de experiência e maturidade.

A dificuldade para se desenvolver o talento pode ser expressa nas experiências de grandes personalidades. Woody Allen foi reprovado na matéria Produção de Filmes na Universidade de Nova York. Leon Uris foi reprovado três vezes em Inglês na escola secundária. Clint Eastwood e Burt Reinolds foram demitidos em 1959 por um diretor da Universal Pictures. Marilyn Monroe foi aconselhada em 1944 a trabalhar como secretária e a casar-se. Liv Ulman foi reprovada em apresentação para escola de teatro na Noruega. Malcon Forbes da revista Forbes não foi aceito na equipe do jornal em Princenton. Os Beatles foram rejeitados em 1962 pelos executivos da gravadora Decca. Elvis Presley foi dispensado em 1954 pelo diretor do Grad Oley Opry que o aconselhou a ser motorista de caminhão. Alexander Graham Bell, quando inventou o telefone em 1876, ouviu do presidente Rutheford Hayes "é uma invenção surpreendente, mas quem iria querer usar um desses? Thomas Edson saiu da escola em Port Huron, Michigan, pois era considerado muito lento pelos professores. Chester Carlson, inventor do xerox, teve sua idéia rejeitada em 20 corporações.

O talento expressa a capacidade de aproveitamento de uma chance, mesmo que no princípio ela não se apresente como tal. Com o uso do talento uma pessoa pode conseguir, em uma determinada situação, que para outra seria um obstáculo, transformá-la em uma oportunidade de vida.

Porém , porque algumas pessoas realizam seu potencial de criatividade nos negócios e outras , igualmente talentosas não o fazem ? Depois de três décadas de pesquisas , Carol Dweck , psicóloga da Universidade Stanford acredita ter a resposta para esta pergunta e ela depende da forma pela qual as pessoas pensam sobre inteligência e talento .

Aquelas que acreditam que nasceram com toda inteligência e os dotes que terão na vida, tendem a abordar a existência com o que ela define uma “atitude mental rígida” . Estas pessoas “tendem a não realizar seu potencial porque estão preocupadas demais em parecer inteligentes e não cometer erros” . “É difícil avançar criativamente , e especialmente fomentar o trabalho de equipe , se todas as pessoas estão tentando ser a estrela mais brilhante da constelação “ . Essa “atitude mental rígida” pode ter efeito profundo sobre todos os aspectos da vida de uma pessoa , da criação de filhos e relacionamentos românticos ao sucesso escolar e profissional .

A solução é abandonar a atitude rígida e adotar uma atitude de crescimento . Porém , como afirma Dweck “não é fácil simplesmente abandonar alguma coisa que era parte tão forte de você por muitos anos “.

Aqueles que acreditam que suas capacidades podem se expandir ao longo do tempo , no entanto, tem uma “ atitude de crescimento”.. Estes “são aqueles que realmente crescem , pressionam as barreiras , confrontam seus erros e aprendem com eles “ . Nesse caso o esforço supera o talento natural em virtualmente todos os casos .

As pessoas com atitude de crescimento tendem a demonstrar a perseverança e a persistência necessárias a fazer dos revezes na vida a origem de futuros sucessos . ( F S P , 13.07.2008 , p. B-7) .



INTELIGÊNCIA



Inteligência é um conceito que comporta múltiplas definições. Algumas pessoas a definem como capacidade para adaptar-se a novas circunstâncias; outras como capacidade de aprender; outras ainda como a capacidade para lidar com material complexo e abstrato.

Segundo Shane Legg , da Universidade de Cálculos e Neuroci~encia da Faculdade de Londres “ A definição técnica inclui a habilidade de tomar decisões , o poder de agir de maneira rápida e sensata em diversas circunstâncias , além de considerar que o indivíduo esteja apto a aprender , a se adaptar rapidamente , que tenha boa memória , capacidade de foco e pensamento rápido, lógico e soluções criativas para novos problemas “.( Veja, 21.10.2009, p. 99) .

A expressão QI (quociente de inteligência) passou a ser utilizada no início do século XX, quando o psicólogo francês Alfred Binet (1859-1911), desenvolveu, em 1905, o primeiro teste pata medir a capacidade intelectual. O teste inicialmente concebido para identificar crianças com necessidades especiais de aprendizado, acabou sendo utilizado de maneira generalizada para medir competências lógico-matemáticas e linguísticas.

Com base num exame, através da análise fatorial dos resultados de uma bateria de sessenta testes, Thurstone chegou á conclusão de que a maior parte da capacidade mental do homem poderia ser explicada através da suposição de sete capacidades primárias fundamentais:



1. Número – a capacidade para somar , subtrair , multiplicar e dividir . Não é uma capacidade igual à de raciocínio aritmético , pois envolve apenas os quatro processos aritméticos fundamentais;



2. Fluência Verbal - capacidade de escrever e falar com facilidade. Não é igual á capacidade de sentido verbal, pois uma pessoa que conheça poucas palavras pode ser capaz de usá-las com fluência, enquanto uma pessoa que conheça muitas palavras pode hesitar em falar;



3. Sentido Verbal – a compreensão de idéias sob a forma de palavras;



4. Memória – a capacidade para reter e reviver impressões, ou para lembrar e reconhecer as experiências passadas;

5. Raciocínio – a capacidade para resolver problemas complexos , beneficiar-se da experiência , e planejar novas atividades a partir de experiências passadas . É a capacidade do indivíduo lidar com problemas desconhecidos e encontrar soluções . Em muitos casos é mais importante que a experiência .



6. Percepção Espacial – a capacidade para perceber corretamente, tamanho e relações espaciais;



7. Velocidade Perceptual – a capacidade para identificar rapidamente os estímulos. Assim, para desenvolver a capacidade de leitura, é necessário identificar toda a palavra, sem examinar cuidadosamente cada letra da mesma.



A partir dos anos 80 o psicólogo americano Howard Gardner, da Universidade de Harvard, desenvolveu a teoria das inteligências múltiplas, verificando em crianças que tinham mal desempenho na escola mas sucesso na vida profissional, que havia outras capacidades importantes na vida de uma pessoa além das competências lógico matemáticas e linguísticas. A partir e daí passou a elaborar um conceito amplo de inteligência como "a capacidade de resolver problemas ou de elaborar produtos valorizados em um ambiente cultural e comunitário " .

A teoria de Gardner mostrou que pessoas burras são raras. Ou seja, “cada pessoa tem uma mistura singular dos vários tipos de inteligência. A observação científica mostra que o mundo está cheio de gente que se destaca no pensamento lógico, mas não tem inteligência suficiente para expressar uma idéia com começo, meio e fim. Ou de pessoas que são brilhantes ao filosofar sobre as grandes questões do mundo moderno, mas não tem nenhum traquejo para executar exercícios físicos de jardim de infância. Conclusão: a maioria das pessoas é, ao mesmo tempo , inteligente para algumas áreas do conhecimento e limitada para outras. Bem mais raros são os casos de gente desprovida de inteligência, mas eles existem“( Veja, 25.07.2007 , p. 11). Para ele , os genes e o ambiente contribuem em igual proporção na formação da inteligência humana. Outro aspecto importante e que deve ser considerado, ainda segundo Gardner, é que as pesquisas demonstram que a fase em que a experiência causa mais impacto ao cérebro é até os 20, 25 anos de vida. As pessoas podem até ficar mais sábias depois disso, mas não mais inteligentes “. Portanto, o período de vida universitária expressa o ponto máximo de desenvolvimento da inteligência; daí tratar-se de uma fase em que se deve fazer o máximo esforço em termos de vida intelectual.

Em 1995 o psicólogo americano Daniel Goleman, autor do livro "Inteligência Emocional" assinalou que inúmeras pesquisas mostravam que capacidades como auto-conhecimento, autodisciplina, persistência e empatia tem repercussão muito maior na vida de uma pessoa do que o QI.

A partir destes trabalhos foram identificados diversos tipos de inteligência, conforme quadro a seguir, e a atividade profissional bem sucedida exige o desenvolvimento de múltiplos tipos de inteligência.



























INTELIGÊNCIA

TIPOS GERAIS Tipos específicos Como desenvolver

Abstrata - capacidade de entender e manipular símbolos matemáticos , verbais , sonoros Lógico matemática – habilidade com raciocínio dedutivo e para solucionar problemas matemáticos Aprender linguagens de computador , exercícios de lógica , identificar como funcionam equipamentos

Linguística – habilidade para lidar com as palavras e se expressar de maneira clara e objetiva ( James Joyce) Melhorar redação , gravar a própria fala , memorizar poemas

Musical - capacidade de entender a linguagem sonora e de expressar-se por meio dela Cantar em casa , memorizar música e ouvir música



Concreta - capacidade de entender e manipular objetos Pictórica-espacial – capacidade de reproduzir pelo desenho , situações reais ou mentais , adequar formas e objetos ao espaço físico Cursos de desenho, pintura , escultura, fotografia , programas gráficos .

Cinético-corporal – capacidade de utilizar o próprio corpo para expressar idéias e sentimentos e de usá-lo para transformar objetos ( Pelé) Cursos de artes marciais , esportes , artesanato , teatro



Social - capacidade de compreender os outros e de se relacionar com eles Interpessoal - capacidade de compreender as pessoas e de interagir bem com os outros e em situações interpessoais ( Madonna) Atividades comunitárias , participação em grupos .

Intrapessoal - capacidade de conhecer-se e estar bem consigo mesmo e de administrar os próprios sentimentos ( Freud) Meditação pessoal sistemática , leitura de textos e biografias

Emocional Capacidade de interagir com o mundo integrando os sentimentos pessoais e dos outros , nas decisões pessoais e profissionais Prestar atenção nos outros e procurar "ler" o que estão sentindo .

Espiritual Capacidade de aplicar nas ações do cotidiano , princípios e valores espirituais com o objetivo de encontrar paz e tranquilidade . Meditação e leitura .

Naturalista Capacidade de identificar e classificar padrões da natureza . ( Darwin)

In Folha de São Paulo, Equilíbrio , 11.10.2001 , p. 10

Howard Gardner assinala que a inteligência mais valorizada hoje é a que ele define como lógico-matemática, uma vez que a maioria das empresas procura, no mundo inteiro, gente capaz de observar padrões, manipular números e produzir análises objetivas. São pessoas com cabeça mais científica. Não estamos falando aqui apenas de matemáticos e engenheiros, mas de um jeito de atuar em diversas profissões. Mas é bom que se ressalte: esse tipo de inteligência, isolada, dificilmente fará alguém alçar vôos mais ambiciosos – a não ser que o objetivo seja seguir carreira como matemático ou analista de sistemas. A união do pensamento lógico à capacidade de lidar com as pessoas tem resultado em carreiras de sucesso nas grandes empresas (Veja, 25.07.2007 , p. 14). Gardner alerta, porém, que esta constatação não é uma formula de sucesso pois mesmo profissionais mais brilhantes precisam ter como motor a ambição para crescer, senão tornam-se superespecialistas e se acomodam ou não tem para exercer cargos de liderança.



TRANFERÊNCIA DE HABILIDADES



Um aspecto fundamental que deve tranquilizar o estudante em sua escolha profissional é que as habilidades não são rígidas. Por exemplo, um engenheiro não necessariamente trabalhar toda a sua vida na área de engenharia. Pode aplicar suas habilidades em outras áreas. São comuns por exemplo os engenheiros que trabalham no mercado financeiro. Esta flexibilidade permite ao profissional ajustar-se no mercado em situações de crise em determinadas áreas.

Os indivíduos são qualificados em virtude de suas características para uma variedade de ocupações e embora cada ocupação requeira um padrão característico de capacidades, interesses e traços de personalidade, existe tolerância suficiente para permitir tanto certa variedade de ocupações para cada indivíduos , como certa variedade de indivíduos para cada ocupação.



INTERESSES



A escolha profissional deve envolver uma área que desperte o nosso interesse. Porém, apenas isto não é suficiente. Todos nós temos interesse e curiosidade por uma série de assuntos, como história, filosofia, religião, ciência, etc. Porém este interesse está associado aos conhecimentos gerais que todo mundo necessita ter para viver na sociedade moderna, ou associado a alguma atividade que nos atraí como lazer ou distração, . O tema que nos deve motivar na escolha profissional é aquele que devemos contemplar como proposta de vida. Ou seja, algo com o qual nós nos sentimos motivados a uma dedicação responsável e profunda pelo resto da vida. Devemos portanto procurar descobrir a nossa vocação profissional.

Ou seja para escolher a carreira devemos levar em conta as habilidades e também o interesse despertado pelas atividades a elas relacionadas e o sentimento de realização que sua prática pode proporcionar . ( Veja, 11.11.2009, p. 154) .



INTUIÇÃO



Em um mercado altamente seletivo, uma das qualidades que vem sendo cobrada dos jovens candidatos é o raciocínio intuitivo. A intuição é um tipo de sentido. Segundo a psicóloga americana Sharon Franquemont, todo mundo na vida, em algum momento, já experimentou a intuição. Ela pode se manifestar sob a forma de uma voz interna, um ato instintivo, um de criatividade ou flashes de imagens, que surgem na mente como se estivessem em uma tela de TV. A intuição lhe diz o que fazer, sem que você precise usar a razão. É a parte ilógica da existência (Revista Veja, 29.05.2002 , p. 11-15).

O instinto é uma forma primária de intuição. Na pré-história a sobrevivência dependia quase que totalmente do instinto. Posteriormente, é que se passou a valorizar o intelecto.

Albert Einstein certamente é o intuitivo mais famoso da história. Ele costumava dizer que antes mesmo de conhecer os problemas, ele já tinha as soluções. Ou seja, as idéias brotavam em sua mente.

A intuição é resultado de uma ação rápida do cérebro, para a qual não é possível encontrar uma explicação racional. O raciocínio intuitivo é exigido quando a pessoa está diante de novidades ou de situações de risco ou precisa tomar uma decisão rapidamente. A intuição é o insight, o pulo do gato que pode diferenciar um profissional do outro. Por esta razão é que nos processos seletivos a formação geral é tão valorizada, pois a amplitude do conhecimento contribuiu para fortalecer a intuição.

As características da pessoa intuitiva estão destacadas entre as qualidades do bom profissional como por exemplo: olhar aguçado, grande capacidade de observação, receptividade a inovações, capacidade de diagnóstico, visão global da realidade, pensamento voltado para o futuro.

"As pessoas que vencem neste mundo são as que procuram as circunstâncias de que precisam e, quando não as encontram, as criam" ( Bernard Shaw) ."Minhas invenções são fruto de 1% de inspiração e 99% de transpiração" ( Thomas Alva Edison). "As mentes são como os pára-quedas, só funcionam se estiverem abertas" ( Ruth Noller ). "As boas idéias vem do inconsciente . Para que uma idéia seja relevante, o inconsciente precisa estar bem informado"( David Ogilvy).



AUTO ESTIMA



O filósofo francês Michel de Montaigne escreveu no século XVI que a pior desgraça para nós, é desdenhar daquilo que somos. A auto-estima é indispensável para o sucesso na vida pessoal e profissional e hoje se sabe que ela pode ser desenvolvida em qualquer idade e mantida elevada para sempre. Para o psicólogo Daniel Hart, da Universidade Rutgers, nos EUA, em seu livro Self-Esteem: Issues and Answers, para aumentar a auto-estima não basta apenas ter pensamentos positivos generalizados. O ideal é concentrar-se nos pontos fracos que podem ser mudados e melhorados.

O Centro de Aconselhamento e Saúde Mental da Universidade do Texas elaborou uma lista com quatro reflexões negativas comuns em pessoas de baixa auto-estima e sugere como transformá-las em reflexões positivas:



No Trabalho – Reflexão negativa – “Os colegas disseram que gostaram da minha apresentação no escritório , mas ela não chegou nem perto do que deveria ter sido . Não acredito que ninguém tenha notado que fiz tudo errado“. Reflexão positiva – “Gostei da minha apresentação. Talvez não tenha sido perfeita, houve falhas, mas trabalhei duro e consegui transmitir as informações que queria. Estou orgulhoso de mim mesmo”.



Nos Estudos – Reflexão negativa “Tirei nota 3 na prova. Não entendo nada nas aulas, sou um perfeito idiota. A quem estou enganado? Não devia sequer continuar a fazer esse curso“. Reflexão positiva – “Não fui bem na prova, mas meu desempenho foi bom nas tarefas de casa. Acho que não entendi direito o que foi passado durante as aulas, mas posso melhorar “.



Com o namorado – Reflexão negativa – “Ele não está com uma cara boa hoje. Não me disse nada, mas sei que a encrenca é comigo. Ele não gosta de mim , sempre desconfiei disso “. Reflexão positiva “O.k. , ele está com uma cara ruim, mas não sei por quê. Pode não ter nada a ver comigo. Talvez eu deva perguntar“.



Com a namorada – Reflexão negativa “Ela desmarcou o nosso encontro. Fui humilhado. Ninguém gosta de mim, nem se importa comigo. Nunca vou conseguir uma namorada“. Reflexão positiva – “Bem, ela desmarcou o nosso encontro, mas isso não significa que ninguém queira saber de mim. Sei que sou uma pessoa bacana. Vou procurar outra garota.



Um passo crucial para elevar a auto-estima é examinar o passado e perceber que alguns erros não podem ser reparados e aí o melhor a fazer é aceitar a situação, esquecer ou sublimar estes erros e se concentrar apenas no que pode ser melhorado.

É preciso achar um meio termo no que fazemos, ou seja, mesmo que uma tarefa não tenha sido bem feita, ela pode ser melhorada no futuro. É preciso dar um sentido à vida, se necessário prestando serviços comunitários ou investindo em uma segunda carreira. O indivíduo deve procurar sempre focar nos pontos positivos, pois assim sua percepção da situação muda para melhor. Segundo estudo publicado no Journal of Personality and Social Psychology, da Associação Americana de Psicologia, alardear o próprio sucesso ajuda a reforçar a própria autoconfiança e a elevar a auto-estima e neutraliza os pensamentos de auto-depreciação. Fazer ginástica regularmente também ajuda a elevar a auto-estima. Paul Cézanne (1829-1906), pintor francês depois renomado, teve seus quadros rejeitados no Salão Oficial de Paris e foi motivo de chacota entre os críticos durante anos, mas costumava dizer, “Eu sou um marco na arte“(revista Veja, 4.7.2007, p. 76-83).



CRIATIVIDADE



A inglesa Margaret Boden, autora de A Mente Criativa define inteligência como a capacidade de armazenar e manejar adequadamente um vasto volume de dados. A criatividade seria o poder de síntese, ou seja, a faculdade de combinar esses dados para obter algo novo e útil (Veja, 30.04.2003, p. 92).

1. Nunca se contente com a primeira idéia que lhe ocorrer. Busque outras para entre muitas escolher a melhor;

2. Não se acomode. Sempre existe uma maneira de fazer melhor, mais rápido ou com menor custo aquilo que você já faz. Se você não pensar nisso, alguém irá pensar;

3. Seja curioso. Evite reproduzir tarefas mecanicamente. Busque as causas, os porquês, as implicações. Muitas idéias surgem daí.

4. Idéias não saem do nada. Associe, adapte, substitua, modifique, reduza. As combinações são infinitas;

5. Não acredite em bordões como "isso nunca vai funcionar" ou "em time que está ganhando não se mexe". O novo sempre assusta. Toda idéia tem que quebrar resistências;

6. Tenha iniciativa. Muitas boas idéias acabam no fundo da gaveta porque seus autores não tomam a decisão de mostrá-las aos outros;

7. Ouça os outros, principalmente se eles pensam diferente de você. As idéias se desenvolvem com a divergência.

8. Faça de vez em quando coisas que contrariem seus hábitos, no trabalho e no lazer. Por exemplo: se você gosta de filmes de ação, assista a um drama romântico. Se é fã de rock, tente o jazz. Sair da rotina é sempre estimulante para o cérebro ( Dicas do Consultor de empresas Antonio Carlos Teixeira da Silva, in Veja, 30.04.2003, p. 91 ).



MERCADO DE TRABALHO



Tendo em vista a realidade altamente competitiva do mercado de trabalho contemporâneo, o estudante, ao longo de sua graduação não pode perder de vista o futuro ingresso no mercado de trabalho.

Como já dissemos, a primeira preocupação é a escolha cuidadosa do curso a ser feito e da instituição acadêmica responsável.

Exemplo clara da importância desta escolha é a escola Politécnica da USP. Pela qualidade do ensino a Poli é um dos primeiros locais onde as empresas vão buscar futuros profissionais o que facilita muito a inserção no mercado de trabalho . Segundo José Cardoso Júnior , diretor da Poli , muitas empresas chegam á faculdade querendo contratar 200 ou 300 alunos de uma só vez, algo inviável , considerando-se que, na Poli, formam-se 630 engenheiros por ano . No início de 2009 , uma multinacional de telecomunicações procurou a escola para recrutar 150 engenheiros , mas não foi atendida . A Poli só forma 20 profissionais por ano nessa especialidade . ( Exame, 7.4.2010, p. 143) .

Por outro lado, ao escolher o curso, por exemplo, já se deve levar em consideração a possibilidade de realização de estágios na escola que escolheu. Cursos de graduação afastados dos grandes centros em determinadas áreas apresentam séria restrição a este aspecto.

Outra preocupação básica que deve ter o aluno em sua graduação é já ir estabelecendo a sua rede de contatos, ou "network", desde o início. Diversos estudos demonstram que a rede de contatos é instrumento essencial na obtenção de emprego. Por exemplo na recontratação de executivos em programas de "outplacement", cerca de 60 a 70% das pessoas conseguem sua recolocação através da rede de contatos. Pesquisa feita pela Secretaria do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade da Prefeitura de São Paulo, com 252 moradores de São Paulo que estavam desempregados e arrumaram emprego em 2004, revelou que 66,3% conseguiu o emprego através da indicação de um amigo ou de um parente.

Estudo feito pelo IPEA demonstrou que o efeito da escolaridade sobre o emprego depende da média de ensino da sociedade. Quanto maior a média de ensino da sociedade, maior a exigência de escolaridade no emprego. Por esta razão a garantia de emprego certo pós-universidade não existe mais no Brasil.

Há grande crescimento do contingente universitário, atualmente cerca de 500.000 estudantes estão concluindo a universidade por ano , um contingente cinco vezes superior ao verificado no início dos anos 70, e por esta razão os departamentos de recursos humanos das empresas, percebendo esta maior oferta de candidatos com escolaridade superior, estão ampliando os pré-requisitos para admissão, exigindo cada vez mais habilidades.



Evolução do número de formandos 1962 - 2002

1962 1972 1982 1992 2002

20.000 97.000 245.000 235.000 467.000

Fonte : Veja, 17.12.2003 , p. 170.



Graças à absoluta falta de critérios na expansão do ensino superior, ocorreu uma exponencial ampliação de formandos em determinadas áreas, em absoluto descompasso com a capacidade de absorção do mercado de trabalho. O quadro a seguir apresenta esta evolução de 1992 a 2002, podendo-se perceber a disparidade entre os vários cursos.



Total de pessoas formadas por ano no ensino superior em algumas áreas

1992 2002 %

Administração e gerenciamento 24.521 54.656 123

Direito 25.686 53.908 110

Ciências da Educação 25.204 49.676 97

Jornalismo e reportagem 6.890 15.826 130

Ciência da computação 1.769 9.735 450

Odontologia 6.203 9.281 50

Medicina 7.074 8.498 20

Processamento da informação 4.795 8.485 77

Viagens, turismo e lazer 937 7.355 685

Arquitetura e urbanismo 2.738 5.186 89

Fonte: "O Ciclo da financeirização e a Nova Politização Social, in FSP 11.10.2004, p.B-1.



Conforme declaração de Paulo Renato Souza, ministro da Educação no governo Fernando Henrique Cardoso, a disparidade apontada nunca foi preocupação dos educadores do MEC: "mesmo que não estejam empregados na área para a qual se formaram, vão acabar executando o trabalho de uma forma melhor se tiverem um diploma de nível superior. É preciso entender a educação como um valor em si". (F S P 11.10.2004, p. B-1) .

A fluência em estrangeira e bons conhecimentos de informática tornam-se apenas um entre muitos outros requisitos levados em consideração pois esta é a única forma de selecionar alguns entre centenas de candidatos com formação semelhante.

Segundo a americana Mary Fontaine , diretora de serviços globais de talento e liderança de gestão humana do Hay Group , os brasileiros que querem trabalhar em companhias globais e buscam grandes oportunidades “ Antes de tudo , capacidade de falar outros idiomas , particularmente o inglês , que é a língua mundial dos negócios . Depois, disposição para mudar , considerando principalmente a possibilidade de ir morar na Ásia . Além disso , recomendo que busquem conhecimentos de tecnologia e desenvolvam habilidades interpessoais e sensibilidade cultural . É recomendável também ter uma boa visão global dos negócios para entender a estratégia das empresas . Vale também compreender como as forças geopolíticas agem na economia . Por fim, minha dica é buscar a criatividade e a capacidade de inovar . Em muitos brasileiros observo uma grande dificuldade de confrontar opiniões . Vocês sempre querem estar bem com todo mundo e, quando evitam esse confronto , acabam perdendo as maiores oportunidades de inovar . ( Você S A , julho de 2009, p. 33) .

Boas notas no histórico escolar também são levadas em consideração, pois são um indicativo de uma boa base de conhecimentos.

O aumento dos pré-requisitos deve-se à grande oferta de profissionais e uma forma de "peneirar" candidatos, separando teoricamente, a priori, o joio do trigo.

As empresas , diante da grande oferta de formandos de nível superior utilizam critérios para direcionar a busca de talentos . Entre estes , podem ser citados a experiência bem sucedida da empresa com alunos de determinada universidade , o ranking publicado por revistas especializadas , a tradição e as visitas às universidades .

Assim, os processos de seleção vão se sofisticando em busca de um profissional próximo do ideal e tornam-se longos e exaustivos . Busca-se um profissional com elevado nível geral de conhecimento. As empresas querem candidatos que tenham iniciativa, pensem globalmente e tenham sede de aprendizado. Entre outras características busca-se visão analítica e disciplina; capacidade de comunicação; ética; capacidade de lidar com a tecnologia; flexibilidade; capacidade de adaptação a mudanças rápidas e à globalização; capacidade de lidar com a informação; capacidade de antecipar desejos e demandas.

Espírito empreendedor - profissionais que demonstrem a capacidade de tratar o negócio como se fosse próprio;

Capacidade de liderança - mesmo sem experiência o jovem precisa demonstrar na seleção que é uma referência para os colegas e que inspira segurança no grupo;

Criatividade - capacidade de apresentar idéias novas, muitas vezes inusitadas e encontrar soluções inesperadas. Entre um currículo brilhante e um profissional que demonstre a capacidade de trazer novas idéias e vestir a camisa da empresa, certamente o selecionador irá decidir-se pelo segundo. Também é desejável criatividade no sentido coletivo, "É melhor ser co-autor de muitos trabalhos brilhantes do que autor solitário de um trabalho medíocre" (Washington Olivetto).

Capacidade de trabalhar em grupo - no mundo moderno é indispensável estar habilitado a trocar idéias e informações com os colegas. Atualmente se valoriza muito o profissional que sabe ouvir e persuadir ao invés de impor sua vontade;

Iniciativa - capacidade de colocar-se à frente na solução de problemas e se prontificar a assumir tarefas espinhosas.

Qualidades que dificilmente o aluno poderá desenvolver na universidade, mas que podem ser suscitadas nas leituras , viagens , estágios . Outro aspecto importante nos processos de seleção é que o candidato conheça detalhes da empresa em que pretende atuar .

Curiosidade - capacidade de compreender o objetivo de uma atividade e de como ela irá repercutir em outras áreas da empresa;

Inquietude - o profissional criativo não se contenta em fazer apenas o que se espera dele , mas tenta ir além.

Flexibilidade – como o mundo está mudando cada vez mais rápido , também temos que estar preparados para mudanças constantes . Isso exige atenção ao rumo dos acontecimentos e flexibilidade para mudanças.

Estas são qualidades que dificilmente o aluno poderá desenvolver na universidade, mas que podem ser suscitadas nas leituras, viagens e estágios. Outro aspecto importante nos processos de seleção é que o candidato conheça detalhes da empresa em que pretende atuar.

Por exemplo, nos anos 80 os ferramenteiros eram uma elite operária. Eles faziam os moldes para as peças de automóveis e outros produtos da indústria. Com a abertura da economia, a modernização de sua atividade e perdeu importância com o surgimento das máquinas computadorizadas que limam, fresam , moldam e lixam sob o comando de um computador . Os profissionais que não se atualizaram perderam seu emprego.

Aspectos aparentemente banais podem barrar candidatos em processos de seleção tais como: usar óculos escuros, usar roupas sujas, fumar ou comparecer à entrevista com cheiro de cigarro ou bebida, demonstrar muita intimidade com o entrevistador e não expressar suas idéias com objetividade.

A remuneração não deve ser uma preocupação fundamental no primeiro processo seletivo. Para quem não tem experiência, até trabalhar de graça pode ser conveniente em determinadas situações. Portanto, sujeitar-se a baixos salários no início, pode compensar se a experiência a ser adquirida for de grande valia.

Ao ingressar no mercado de trabalho o jovem precisa estar atento às habilidades que a empresa necessita e melhorar sua qualificação nesta direção . Deve fazer de sua carreira um projeto de realização pessoal, assim alcançará simultaneamente a felicidade e o sucesso que tanto almeja.

Seguindo o conselho de Stephen Covey, um dos grandes no ramo de aconselhamento profissional, para ter sucesso na empresa, ao contrário de esperar por tarefas, o funcionário deve ir atrás delas, chamando para si cada vez mais responsabilidades. A proatividade para ele é um dos mais estimados princípios. Em segundo lugar, o autor recomenda que o chefiado tente saber tudo sobre o ambiente em que está inserido, a situação da empresa, as questões que mais angustiam o chefe. o funcionário não deve ser um motivo de dor de cabeça, mas uma pessoa que está na empresa para trazer soluções “ . ( Veja, 30.03.2005 , p. 15).

Segundo dados do IPEA, a taxa de desemprego no Brasil aumentou de 4,4% em 1995 para 7,5 % em 2000, um crescimento de 70%, enquanto que a taxa de desemprego entre os que tem doze anos ou mais de estudo, no mesmo período, passou de 2,2 para 4%, um crescimento de 81% ( Veja, 11.09.2002 , p. 67).

Estudo da Secretaria do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade do município de São Paulo mostra a partir da dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) que existe um grande número de brasileiros com diploma de nível superior que trabalha em atividades abaixo de sua qualificação, conforme pode-se verificar pelo quadro a seguir:



Trabalhadores com ensino superior em profissões abaixo de sua qualificação

Principais áreas quantidade % do total

Açougueiro ou empregador na indústria alimentícia 81.227 19,1

Droguista , florista , galinheiro, lenheiro, peixeiro ou sorv. 75.681 17,8

Atendente ou recepcionista 53.702 12,6

Professor de corte e costura ou instrutor de auto escola 23.606 5,6

Jornaleiro ou vendedor ambulante 18.772 4,4



Na mesma linha , segundo a Pnad do IBGE de 2006 um em cada dez trabalhadores urbanos com diploma universitário estava ocupado em áreas com baixo perfil de escolaridade . São cerca de 697 mil graduados em ocupações que exigem no máximo o segundo grau . É evidente que estes números demonstram que estes trabalhadores mais qualificados não conseguiram emprego em suas áreas de formação e foram obrigados a continuar trabalhando em uma atividade que exige menos qualificação , com menor rendimento também e ocupando vagas de trabalhadores de nível médio .

Segundo os Correios em 2008 um em cada 20 profissionais tem o curso superior completo . Na Guarda Municipal do Rio de Janeiro , 480 dos 5.563 guardas tem diploma universitário e 32 tem pós graduação . Nestas duas atividades não há possibilidade de ascensão por troca de cargo .

Na Polícia Militar de São Paulo há 3.935 soldados , cabos e sargentos com nível superior, 12 com mestrado ou doutorado em um efetivo total de 93.000 .Cerca de 3% dos vendedores, 7% dos recepcionistas , 14% dos Escriturários , 15% dos Representantes Comerciais possui curso superior .

Em 2009 devido à significativa melhora na remuneração de vários cargos federais a concorrência nos concursos cresceu exponencialmente . Por exemplo para o cargo de Agente Administrativo do Instituto Brasileiro de Museus concorreram 759 candidatos por vaga. Analista administrativo da Agência Nacional de Águas 656 por vaga . Assistente técnico administrativo do Ministério da Fazenda , 334 por vaga . Agente da Polícia Federal , 317 por vaga e Agente da Polícia Rodoviária Federal 227 por vaga . Enquanto isso , no vestibular de Medicina , o número de candidatos por vaga é de 41 . ( Exame , 7.4.2010 , p. 45) .

O mesmo levantamento do INGE mostra que os trabalhadores com nível superior tinham , em média , rendimentos 172% maiores que os de nível médio e a menor taxa de desemprego entre todos os grupos : 3,8% . Os dados mostram também que mesmo nas funções de menor exigência de qualificação o rendimento dos profissionais de nível superior tendem a ser maiores dos que os não graduados , embora neste caso as diferenças em termos financeiros não sejam tão grandes .

Segundo o Pnad em 2006 os sem instrução tinham renda média de R$ 304 e taxa de desemprego de 4,1% . Até a 3ª série do ensino fundamental R$ 406 e taxa de desemprego de 5,3% , da 4ª à 7ª série do ensino fundamental R$ 514 e 8,0% , do fundamental completo ao ensino médio incompleto R$ 597 e 13,1% ; do médio completo ao superior incompleto R$ 917 e 9,7% e os com curso superior completo R$ 2.496 e 3,8% de taxa de desemprego . ( F s P , 4.2.2008 , p. B-1) .

De acordo com dados do Ministério do Trabalho, os mais jovens (de 16 a 24 anos) representam 20% da população economicamente ativa, mas representam 44% do total de desocupados, o que é sinal das maiores dificuldades dos mais jovens de ingressar no mercado de trabalho.

Levantamento divulgado na Folha de São Paulo, em 2002, mostrou que para 872 vagas de trainees e estagiários em 19 grandes empresas, inscreveram-se cerca de 180 mil candidatos, uma média de 180 por vaga ( F S P 25.08.2003, p. B-8).

O quadro a seguir apresenta um levantamento do número de candidatos por vaga de doze programas de trainees e estágios entre os mais concorridos do Brasil



Programas de estágios e Trainees no Brasil. Relação Candidatos/vaga 2003

Empresa Candidatos/Vaga Empresa Candidatos/Vaga Empresa Candidatos/Vaga

Citibank 3.333 Siemens 1.500 Unilever 833

Bosch 2.000 Parmalat 1.300 Brasil Telec 451

Natura 2.000 A . Express 888 Itaú 244

Ford 1.800 Ambev 842 Bank Boston 100

Fonte: Veja, 17.12.2003, p. 169.



O número de candidatos a programas de trainee explodiu em 2009 . No caso da Ambev, em 2009 , dos 60.000 candidatos , apenas 59 chegaram à última entrevista . A triagem começou com uma prova online de inglês , português e conhecimentos gerais . Todos os candidatos que acertaram pelo menos metade das questões passaram para as fases seguintes de interação com funcionários da companhia . , inclusive gerentes e diretores nas etapas finais pois a Ambev não terceiriza nenhuma etapa de seleção . Ao longo dos últimos 19 anos , das 500 pessoas que passaram pelo treinamento , 150 hoje ocupam cargos de gerentes seniores e 22 são diretores .

Para 2010 , a Unilever recebeu 48.600 candidatos para 30 vagas , ou seja , 1.620 candidatos por vaga. ( veja, 4.11.2009 , p. 57) .



Programas de estágios e Trainees no Brasil. Relação Candidatos/vaga 2009

Empresa Candidatos Candidatos/vaga Empresa Candidatos Candidatos/vaga

Ambev 60.000 2.310 Concurso PF 115.000 192

Unilever 48.600 1.620 Medicina USP 12.000 44

Itaú Unib 34.000 700

Fonte : Exame , 30.12.2009, p. 130 .



Da mesma forma, nos primeiros anos de vida profissional a insatisfação no emprego, que muitas vezes ocorre, não significa erro na escolha. A mudança para outra empresa, com horizontes mais amplos, pode abrir as portas do sucesso profissional.

Cabe salientar ainda que o iniciante no mercado de trabalho não pode se dar ao luxo de escolher locais de trabalho. Um levantamento comparativo mostrou que nos primeiros cinco anos da década de 90, a Bahia gerou mais postos de trabalho que São Paulo, graças à indústria de turismo. Em Campinas Grande, no interior da Paraíba, há um polo de informática onde já operam mais de sessenta empresas. Em Blumenau, no Estado de Santa Catarina, há outro pólo parecido com mais de 500 firmas ( Veja, 17.12.2003 , p. 177). Como se vê o Brasil é um país em construção e boas oportunidades estão surgindo fora dos centros tradicionais.



SALÁRIO



O salário médio de um profissional no mercado deve ser também um elementos significativo na escolha da profissão. Para isso, segue uma tabela do Datafolha com dados de 2013.



Ranking de profissões por salário em 2013

1, Medicina 6.940 8. Odontologia 4.239

2. Estatística 5.416 9. Arquitetura , Urban. 4.206

3. Engenharia Civ 4.604 10. Engenharia -outros 4.168

4. Engenharia Química 4,.549 12. Eng, naval e aeron 4.089

5. Serv. Transportes 4.461 15. Eng. Elétrica , Aut. 3.734

6. Setor militar e defes 4.434 31. Eng. Produção 2.786

7. Eng. Mecan e Met. 4.259

Fonte : F S P , 21.09.2013, Especial, p. 7



TAXA DE OCUPAÇÃO



Outro dado importante a ser considerado é a taxa de ocupação que mensura a rapidez com que o profissional formado poderá ser absorvido pelo mercado de trabalho. Naturalmente deve-se considerar que o recém formado com maiores habilidades como custos de especialização, fluência em línguas como o inglês e participação em estágios durante a graduação, vai ter muito mais chances do que aquele que apenas cursou a graduação.



Taxa de Ocupação em % - 2013

1. Medicina 91,8 8. Serv. Segurança 87,2

2. Eng. Civil 90,1 9. Arquitetura, urban. 86,8

3. Odontologia 90 10. Contabilidade 86,5

4. Computação 89,6 14 Engenharia -outros 85,7

5. Eng. Mec. Met. 89,2 21. Eng. produção 83,5

6. Serv. Transportes 89,1 22. Eng. Química 83,39

7. Eng. Elétrica, Auto. 88,1 23. Eng, Naval, aeron. 83,36

Fonte : F S P , 21.09.2013, Especial, p. 7





CURRÍCULO - GENERALIDADES



Inicie o currículo com seus dados pessoais, nome completo, endereço, telefone, celular, email, idade, estado civil e número de filhos.

Defina seus objetivos, ocupe no máximo 2 ou 3 páginas, contendo: (i) sua formação acadêmica e sua experiência profissional, com os últimos empregos; (ii) e experiência no exterior. Artigos publicados se houver melhor ainda e presença na Internet. Não defina salário, deixe para o contato pessoal.

O currículo deve expressar aquilo que chamamos de marketing pessoal. Ou seja, saber usar o próprio potencial. O autor deve procurar demonstrar no currículo e na entrevista que tem um estilo definido, como uma marca, ou seja, traduzir uma “imagem positiva “ de si.



TRIBUTOS PESSOAIS



Acessibilidade , Agressividade , Ambição , Arrojo , Audácia , Autenticidade , Calma , Competitividade , Poder de Comunicação , Estar conectado , ser cooperativo , convincente , criativo, criterioso , dinâmico , diplomático , divertido , empreendedor , entusiástico, espirituoso , ético , experiente , extrovertido , flexível, formal, forte , generoso , honesto, paciente , incansável, inspirador , inteligente , intuitivo , inventivo , jovial, leal, líder , metódico, organizado, original , otimista , persuasivo , prestativo, produtivo , seguro, sensível, sincero, tolerante , visionário .





PERGUNTAS ESSENCIAIS NO DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL



Suzi Welch assinala que para agilizar o desenvolvimento profissional devemos usar o método 10-10-10 em que pesamos as conseqüências das opções profissionais disponíveis daqui a 10 minutos , 10 meses e 10 anos .

Ao avaliar a trajetória da vida profissional por este método antes devem ser feitas quatro perguntas :

1. Meu trabalho me permite interagir com pessoas que compartilham o que sinto em relação á vida ou eu preciso me fechar em mim mesmo e talvez por uma máscara até o fim do expediente ?

Nenhum emprego ou profissão servirá se você tiver de trabalhar com pessoas que não compartilham seus valores , comportamentos e traços de personalidade .

2. Meu trabalho me torna mais inteligente , ele amplia minha capacidade mental e me prepara para sair da minha zona de conforto ?

Se sua carreira exigir uma mudança de direção ,não pergunte simplesmente : “Será que tenho as habilidades certas? “. Em vez disso , faça a seguinte pergunta : “Será que vou gostar do desafio de adquirir novas habilidades?

3. Meu trabalho abre portas para mim?

Por mais contraditório que possa parecer , você pode ter certeza de que está no emprego certo se identificar nele a possibilidade de conseguir um emprego em outro lugar. Isso acontece porque uma carreira , por definição , ao tem ponto final . Uma oportunidade, chama a outra.

4. Meu trabalho dá algum sentido à minha vida ?

O emprego perfeito e a carreira perfeita só são perfeitos se fizerem você feliz: a emoção de uma grande venda, a alegria de cumprir um prazo junto com os colegas , a admiração por ter orientado um recém-chegado ou por ter ajudado um cliente , simplesmente deixa você muito satisfeito . Você sente que se trata de algo importante , que o faz sentir completo . ( Exame, 12.08.2009, p. 142-143) .



EMPREENDENDORISMO



De acordo com estudo do instituto internacional Global Entrepreneurship Monitor , em cinco anos o grupo de diplomados que preferem abrir a própria empresa , ainda que esta opção traga mais riscos e incertezas ficou 30% maior .

Para muitos é a possibilidade de alcançar sucesso mais rapidamente , permite usufruir a liberdade de não estar restrito pelas ordens de um chefe e tem amplo espaço para colocar em prática novas idéias .

Segundo Marcelo Néri da FGV os brasileiros estão postergando a decisão de morar longe dos pais e até lá vão se capitalizando .”Esse padrão é determinante para explicar o aumento do empreendedorismo entre os jovens com ensino superior no Brasil . “Segundo o IBGE, 62% dos jovens só começam a pensar em morar longe dos pais quando já passaram dos 30 anos .

Segundo André Alfaya , sócio da Robert Wong, consultoria de gestão de carreiras , “Os jovens não querem mais administrar projetos com os quais não se identificam”. As empresas , para atrair esses novos talentos , procuram transformá-los em empreendedores internos , mas poucas tem sucesso e por isso , cada vez mais os jovens desconsideram a possibilidade de trabalhar em uma grande companhia .

Gênios milionários do mundo digital servem de inspiração como, Bill Gates da Microsoft , Chad Hurley , do YouTube, Mark Zuckerberg , do Facebook , ou Sergei Brin e Larry Page, do Google , que conseguiram transformar rapidamente idéias em empresas bilionárias , mas antes de tudo passaram a fazer o que gostavam. (Exame, 23.09.209, p. 136-141) .

As próprias modificações no mercado de trabalho acabam estimulando a iniciativa própria . Segundo um levantamento da consultoria LCA , desde 2003 surgiram no país 700.000 postos formais de trabalho para quem ganha acima de 3.500 reais , número insuficiente para absorver os 2,5 milhões de novos profissionais com diploma que, no mesmo período , saíram à procura de emprego .

Outro fator é a tendência mundial de terceirização de setores de empresas que também aconteceu no Brasil , como o de recursos humanos , marketing, jurídico e a área de Tecnologia da Informação . Essa realidade abre novos oportunidades para quem pretende trabalhar por conta própria .

Os dados demonstram que apenas 7% das empresas abertas por brasileiros com ensino superior fecham antes de completar um ano de vida , um quarto da média nacional , portanto a chance de sucesso é maior entre os mais qualificados . ( Veja, 16.09.2009, p. 98-100) .



SITES DA INTERNET SOBRE ESCOLHA PROFISSIONAL

www.guiadoestudante.com.br

www.nace.com.br

www.vocanet.hpg.com.br

www.oestudante.com.br

www.guiadasprofissões.com.br

www.vocacional.cbj.net

www.duca.com.br

www.oriente-se.com



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