Impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Tarciso Coelho
14/11/2005
O redator do processo que desembocou no impeachment do ex-presidente Fernando Collor, o jurista Miguel Reale Jr., afirmou, hoje, à Agência Estado que vai mobilizar o movimento Da Indignação à Ação, encabeçado por ele, para redigir uma petição de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo ele, a operação montada pelo Planalto para barrar a prorrogação da CPMI dos Correios, inclusive com promessas de liberação de verbas para parlamentares em troca da retirada de nomes do requerimento, já é motivo mais que suficiente para pedir o impedimento do presidente. Ficou configurada a compra de deputados para conseguir barrar uma CPI que investiga seu governo. O presidente não pode mais comandar a Nação, disse. Reale Jr., entretanto, ainda vai aguardar uma reunião com o movimento Da Indignação à Ação, no próximo dia 22, para definir o pedido. A proposta é firme e já falei com alguns membros do movimento que estão igualmente envergonhados e indignados. Além disso, ainda hoje vou tentar entrar em contato com a OAB e com o Pró-Congresso”.
Para o jurista, o presidente não só quebrou o decoro do cargo ao liberar verbas para barrar a investigação, como mentiu à Nação, o que ajuda a configurar o crime de responsabilidade. Na sua última entrevista, ele falou que não iria interferir nas investigações. Mentiu e agora deve ser responsabilizado com a perda do mandato, afirmou.
Segundo o jurista, o pedido pode apoiar-se exclusivamente na operação montada ontem, pelo fato de o presidente ter se envolvido diretamente nas negociações. Ele deixou suas digitais e assumiu o crime. Os deputados que retiraram suas assinaturas não foram compelidos por alguma ideologia ou raciocínio específico, mas pelo simples suborno patrocinado pelo governo, afirmou.
*Agência Estado
Meu Primeiro e Único Voto
Tenho 51 anos e nunca votei para Presidente da República em outro candidato que não fosse Lula. Poderia ter votado em outros, pois eles existiram, até ganharam as eleições e exerceram seus mandatos, só um deles não conclui o tempo previsto, que mesmo assim foi concluído pelo Vice.
Apostei minhas esperanças no Cidadão Lula até vê-lo triunfante assumir o posto de Primeiro Mandatário da Nação. Enchi-me de orgulho, não teria sido em vão acreditar, sonhar e realizar...
Poetei:
Lula Presidente
No dia seis de outubro
do ano dois mil e dois
voto Lula Presidente
e o resto conto depois
No dia 27 de outubro
do ano dois mil e dois
voto em Lula de novo
e o resto conto depois
Em seis e vinte e sete
Do dez de dois mil e dois
Disse votar em Lula
E o resto diria depois
A eleição foi tranqüila
E o metalúrgico ganhou
Foi tanto voto pra ele
Parece até que sobrou
Que o povo Brasileiro
Tenha um governo bom
Que saiba administrar
E do rumo dar o tom
Não deixe americano
Vir aqui atrapalhar
E com o efe emei
Querer nos assustar
Que seja o governo sério
Como Lula sempre foi
Que pense primeiro em nós
E em gringo pense depois
Não precisa dar calote
Quem deve tem que pagar
Mas só pague a americano
Quando nos alimentar
O nosso grande povo
Que tanto voto lhe deu
Merece um bom Presidente
Por isso lhe escolheu
Que tenha sempre pra nós
Café, almoço e janta
E de barriga vazia
Não durma uma criança
Com fé e esperança
Vai seu povo governar
Sabendo bem distribuir
Para a ninguém vir a faltar
Que fique o Brasil em paz
Como Lula sempre quis
E viva o povo Brasileiro
Sem medo de ser feliz.
Tarciso Coelho, 28.10.2002.
Hoje se fala em IMPEACHMENT do Presidente Lula. Antes de qualquer opinião pessoal sobre o assunto, lembro as ponderações de meu irmão quando me viu apreensivo com os desmandos que ocorrem em nosso querido Brasil:
“Percebo tudo isso da mesma forma. Acredito que toda instituição tem algum grau de corrupção; seja o Congresso Nacional, a Câmara de Vereadores dos milhares de municípios brasileiros, a Cúria Romana, a associação dos chapeados e carregadores, a associação dos amigos da sé-catedral...
Você, eu ou qualquer outra pessoa (que se julgue) honesta tem apenas duas hipóteses: participar da vida da instituição e, em sendo honesto (na verdadeira acepção da palavra), agir como tal, e entravar os processos de maneira a impossibilitar as ações, ou abrir mão de alguns de seus princípios, pelo menos por algum tempo, e permitir que as engrenagens funcionem “azeitadas” pelo óleo milagroso do poder econômico e das vaidades pessoais.
Uma terceira possibilidade é assumir uma total incompatibilidade com as tais instituições e adotar uma postura de criticidade e cidadania consciente, manifestando-se (como fez você, escrevendo à Lula), observando, sugerindo, à distância. Participando do debate, sem paixões, imparcial, informando e formando os próprios filhos, os irmãos, o vizinho de cada lado, o quarteirão, quem sabe...
Lula representa um grande avanço em relação a FHC; FHC, por sua vez, foi melhor que ITAMAR, que foi melhor que COLLOR, que foi melhor que... Deixa pra lá.
Os avanços, nessa área, são a passos muito curtos e lentos. Somos um país abençoado, mas muito jovem. Há que se ter paciência”...
Acrescento outra ponderada opinião de uma amiga:
“Nós brasileiros precisamos refletir sobre esses deslizes que muitas vezes consideramos insignificantes como, por exemplo: não assinar a carteira da empregada, não exigir a nota fiscal, escapar do leão, receber salário sem contrapartida de trabalho, “molhar” a mão do guarda, se beneficiar/tolerar/apoiar o nepotismo, admirar incondicionalmente o sujeito “bem sucedido”, faltar com a devida austeridade com a coisa pública e por aí vai...Todas essas “pequenas” atitudes juntas contribuem para o caos em que nos encontramos, talvez muito mais do que os chamados “grandes” escândalos”.
Portanto, caros leitores e eleitores, vamos deixar de hipocrisia e deixar o Presidente Lula concluir o seu mandato. Nas urnas e no momento oportuno façamos o nosso julgamento e sem nunca deixar de passar a mão na consciência e pensar: “Será que não sou eu quem está errado?”.
Tarciso Coelho, 12.11.2005
Tarciso Coelho é Brasileiro e não desiste nunca.
Luiz TARCISO Coelho Bezerra
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O respeito a si, aos outros e à Natureza é a forma de cidadania de maior singeleza.