Hoje caminhando por uma calçada cruzei com um jovem de uns dezoito anos, talvez pouco mais que isso.
Ele chamou-me a atenção por estar embriagado e quase trombar comigo.
Em poucos segundos pude observá-lo e notar os olhos tão bonitos, a tez amarelada, os braços tatuados, a roupa amarrotada.
O odor de álcool que dele desprendia chegou à s minhas narinas e aquilo me chocou.
Pensei nos pais daquele jovem, no desgosto em ver o filho no estado deprimente em que se encontra.
Pensei nos jovens do mundo inteiro que enredam para o caminho da droga e senti grande pesar.
Os meios de comunicação os alertam tanto e mesmo assim eles caem nesta enrascada.
Este é um triste caminho, na maior parte das vezes sem volta.
Impotentes tantas vezes, vemos pessoas se atirando neste abismo e nada podemos fazer.
Quantas pessoas conhecemos, que vivem uma vida tão correta e acabam se desviando dela para seguir o caminho da droga. Seja no álcool, na maconha, cocaína. Tanta coisa.
Já vi rapazes e moças, mesmo adultos se perderem totalmente. Perderem toda a dignidade, a vida.
Penso que só com nossas forças nada podemos fazer. Conselhos muitas vezes até tentamos dar, mas nem sempre somos ouvidos.
Quando o vício já os domina de vez nada podemos fazer a não ser rezar muito por eles.
Vemos pessoas que têm tudo na vida para serem felizes, para terem um futuro brilhante e em vez disso vivem se drogando.
Acho muito triste quando uma pessoa escolhe este caminho e sinto uma tristeza ainda maior quando penso que pessoas ganham tanto dinheiro traficando drogas. Espalhando pelo mundo um veneno que mata aos poucos. Um veneno que destrói a mente, destrói lares.
Senti mesmo grande pesar pelo pobre rapaz e não só por ele, por todos que entram neste caminho. Senti revolta pelos que comercializam a droga, senti uma vontade imensa de poder mudar alguma coisa.
Senti um desejo enorme de me sentar ao lado daquele jovem bonito e lhe dizer: __ Acorda, olha como a vida é linda! Saia dessa enquanto é tempo. Nós nascemos para sermos felizes. O que você está fazendo é um lento suicídio.
Gostaria de poder segurá-lo pelos ombros e olhar bem dentro de seus olhos e dizer tudo que ficou entalado em minha garganta.
Mas na verdade só o que fiz foi escrever esta crónica. Pelo menos consegui desabafar um pouco o que estava magoando meu coração.