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Artigos-->Drogas - Cocaína -- 16/11/2007 - 08:30 (edson pereira bueno leal) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos








COCAÍNA DADOS GERAIS E CONSUMO

Edson Pereira Bueno Leal, novembro de 2007, atualizado em setembro de 2012.











DADOS GERAIS



Em 500 A.C os incas já mascavam folhas de coca como um direito de participação social, para dar energia, espantar a fome e como remédio. A coca foi introduzida na Europa no século XVII trazida pelos conquistadores espanhóis. Em 1806 foi sintetizada na Europa e seu consumo passou a ser livre vendida em restaurantes e cafés. Em 1888 foi lançada a Coca-Cola, um refrigerante “marcante agente terapêutico, capaz de aliviar a dor de cabeça e a fadiga”. Durante a Primeira Guerra Mundial, saquinhos de cocaína eram distribuídos nos centros de lazer franceses pelo governo alemão,

Segundo Relatório Mundial sobre Drogas 2005 da ONU a cocaína possui 13,7 milhões de usuários no mundo, apresenta uma produção de 687 toneladas ano e é produzida na Colômbia (56%), Peru (28%) e Bolívia (16%). (F S P, 30.06.2007, p. A-14).

O relatório de 2008 registra 16 milhões de usuários, sendo a terceira droga mais consumida no mundo.

Em percentagem da população adulta os maiores consumidores, em 2008 são: EUA e Espanha 3%%, Inglaterra, País de Gales e Argentina 2,6%%, Canadá 2,3%%, Peru 2,2%, Itália 2,1%%, Austrália 2%%, Irlanda do Norte e Bolívia 1,9% e o Brasil está em 39º lugar com 0,7% da população. (Veja, 18.03.2009, p. 101).

A cocaína é um princípio ativo extraído da planta “coca”, arbusto tropical da família das Eritroxiláceas. A folha pode ser mastigada, hábito comum nos Andes, pois a mastigação suprime o cansaço e a fome pela ação periférica sobre os nervos anestésicos dos músculos, mas não produz um aumento real na capacidade de trabalho.

A coca leva de um ano e meio a três para maturar e depois da colheita é preciso esperar mais doze meses até que possa ser transformada em pasta, portanto necessita de assistência no cultivo.

Aspirada ou injetada, a cocaína penetra na corrente sanguínea e atinge o sistema nervoso central, provocando liberação de grande quantidade de dopamina - substância que estimula a atividade física e mental. A pessoa por uma hora sente excitação, sensação de poder e ansiedade. Desaparece a sensação de cansaço, as pessoas ficam loquazes e agitadas e desaparece a fome. Os efeitos passam rápido, seguindo-se período de depressão Ao aspirar o usuário impregna os vasos da mucosa nasal e em pequena quantidade a droga chega ao cérebro liberando dopamina. Injetada a quantidade é muito maior, daí maior o risco de dependência e morte por overdose.

O consumo prolongado causa dependência, depressão, elevação da pressão arterial e pode ocorrer parada cardíaca. Pode haver diminuição da sensibilidade faríngea e da córnea. O indivíduo torna-se desconfiado, com mania de perseguição, apático, sem vontade, indiferente, com a atenção reduzida, pouco sociável e indeciso.



BRASIL E O CONSUMO DE COCAÍNA



Segundo estudos, a média de idade do dependente de cocaína no Brasil é de 25 anos.

O Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNODOC), em seu relatório anual, divulgado em 24 de junho de 2009 afirmou que a taxa de usuários de cocaína no Brasil passou de 0,4% em 2001 para 0,7% em 2005 da população entre 12 e 65 anos. ( F S P , 25.06.2009, p. A-18) .

O 2° Levantamento Nacional de Álcool e Drogas, realizado pela UFSP (Universidade Federal de São Paulo) e pelo Inpad (Instituto Nacional de Ciências e Tecnologia do Álcool e outras Drogas), feita com 4.607 entrevistados de 149 municípios de todo o país, constatou que em 2011/2012 há mais pessoas viciadas em cocaína e em crack, óxi ou merla, do que em maconha. São 1,4 milhão, contra 1,3 milhão de dependentes.

Nos últimos 12 meses cerca de 2,8 milhões de brasileiros consumiram cocaína e desse total, 48% tornou-se dependente.

O alto consumo o deixa o Brasil como o segundo consumidor dessa droga no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, que teve 4,1 milhões de usuários nos últimos 12 meses.

Foram entrevistados 4.607 indivíduos de 14 anos de idade ou mais. O estudo considerou o uso da cocaína em todas as suas formas --pó, crack, merla ou oxi. Cerca de 6 milhões de brasileiros (ou 4% da população adulta) revelaram que já experimentaram a droga em algum momento da vida. Desses, 5,6 milhões já experimentaram ao menos a versão em pó. Além disso, 14% dos usuários já injetaram cocaína ao menos uma vez. O levantamento também mostrou o dado preocupante de que 45% já experimentaram cocaína pela primeira vez antes dos 18 anos. Quanto mais cedo o uso, maior a chance de a pessoa fica viciada e maiores os danos irreversíveis ao organismo.

Somente em 2011, o crack foi utilizado por um em cada cem adultos, o que representa 1 milhão de pessoas. Ainda nos últimos 12 meses, a cocaína em pó foi a preferida: 78% dos usuários afirmaram que usam exclusivamente a forma aspirada. 5% disseram que costumam fumar os derivados da droga e 17% usam as duas formas. 27% dos consumidores falaram que usaram a droga todos os dias ou mais de duas vezes por semana no último ano. A maioria dos usuários (78%) considera fácil conseguir cocaína. Além disso, 10% dos entrevistados confessaram que já venderam parte da droga que possuíam, o que constitui o crime de tráfico. A pesquisa foi feita pelo Inpad (Instituto Nacional de Políticas Públicas do Álcool e Drogas), da Escola Paulista de Medicina da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

Quase um terço dos usuários relatou que ainda usa a droga duas ou mais vezes por semana e apenas 1% dos que admitiram o consumo, afirmou que já buscou tratamento.

Por região são: Sudeste 1,4 milhão de usuários (46%), Nordeste 800 mil (27%), Norte e Centro-Oeste 300 mil (10% cada) e Sul 200 mil (7%). (F S P, 6.9.2012, p. C-5).



CIGARRO E COCAÍNA



Fumantes são mais propensos a se viciar em cocaína, caso comecem a experimentá-la segundo estudo da Universidade de Columbia Cientistas, liderados por Amir Levine, descobriram em camundongos que a nicotina os deixou com um padrão de ativação do DNA e uma estrutura cerebral mais propensas ao vício. (F S P, 4.11.2011, p. C-6).



PRODUTOS MISTURADOS



A cocaína tem ainda um risco adicional, pois para aumentar o lucro muitos traficantes misturam a droga com outros produtos. Por exemplo, o cloridrato de lidocaína que causa dormência na boca. Talco, pó de mármore e outros produtos podem ser misturados.

Em 2011, pela primeira vez, o Inmetro e o ICCE – Instituto de Criminalista Carlos Éboli do Rio de Janeiro identificaram os produtos misturados à cocaína e ao crack pelos traficantes.

Foram identificadas as seguintes substâncias adicionadas à cocaína e o percentual encontrado nas amostras:

Benzocaína (22%) e Lidocaína (24%): Anestésicos para enganar o usuário sobre o potencial da droga com efeitos prejudiciais de redução dos batimentos cardíacos e eventual parada cardíaca.

Cafeína (58%): Estimulante com efeito semelhante à cocaína, mas mais barato. Causa Taquicardia, dores abdominais e vômitos.

Solventes (gasolina, thinner ou diesel) (85%). Misturado como resíduo do refino e produção final da droga. Pode causar intoxicação crônica, alterações respiratórias, hepáticas e renais.

Levamisol (vermífugo usado em cavalos) (menos de 5%). Suspeita-se que tenha também função estimulante. Reduz a atividade do sistema imunológico.

Outros (Sacarose, bicarbonato de sódio, amido, etc.) (40% sacarose). Função de aumentar o volume para enganar o usuário em relação ao peso da droga. Causam irritação ao trato respiratório. Sintomas incluem tosse e dificuldade respiratória. (F S P, 30.05.2011, p. C-3).

Em 2012 a Polícia Federal desvendou o “DNA” da cocaína que entra no Brasil. Batizado de Pequi (Perfil Químico), o projeto identificou como as droga são batizadas.

A fenacetina, um antitérmico e analgésico de venda proibida no país, aparece em 35% das mostras de cocaína. O Levamisol, um vermífugo que costuma ser utilizado em criações de gado, suínos e ovinos, em 11%. Cafeína, 8%%, Lidocaína, anestésico em 4%, Paracetamol, analgésico. Benzocaína, anestésico, Hidroxina, antialérgico, e Diltiazen, anti-hipertensivo, 1% cada. Em alguns casos, a mesma amostra de cocaína contém mais de um adulterante. Esses produtos são utilizados para diminuir o percentual de droga pura e aumentar o lucro dos traficantes. Para o psiquiatra Dartiu Xavier, do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes da Unifesp, “a cocaína apresenta, por exemplo, riscos cardíacos, o que pode ser aumentado quando se mistura outros estimulantes, como a cafeína”. (F S P, 1.7.2012, p.C-4).











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