Usina de Letras
Usina de Letras
17 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62282 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10451)

Cronicas (22540)

Discursos (3239)

Ensaios - (10386)

Erótico (13574)

Frases (50671)

Humor (20040)

Infantil (5457)

Infanto Juvenil (4780)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140818)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6208)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->DROGAS - ECSTASY -- 12/11/2007 - 08:13 (edson pereira bueno leal) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




ECSTASY



Edson Pereira Bueno Leal , novembro de 2007 , atualizado em agosto de 2.012









DADOS GERAIS



Segundo Relatório Mundial sobre Drogas 2005 da ONU o ecstasy possui 7,9 milhões de usuários no mundo , uma produção de 90 toneladas ano e é produzida principalmente na Europa e em menor escala na América do Norte. ( F S P , 30.06.2007 , p. A-14) .

O relatório de 2008 registra 9 milhões de usuários , sendo a quinta droga mais consumida no mundo .



O QUE É



O ecstasy , ou MMDA , conhecido por “E” “bala” , “pílula do amor” , é um tipo de metanfetamina , substância estimulante do sistema nervoso central, é a mistura da anfetamina com um alucinógeno . Sintetizada em 1914 pelo laboratório Merck , para ser usada em psicoterapia de pacientes com traumas de abuso sexual e no alívio da dor em pacientes terminais de câncer , depois foi utilizado como moderador do apetite e como desinibidor em sessões de psicoterapia , mas foi proibido na década de 1980 . O produto foi turbinado nos anos 1980 ressurgindo como a “droga do amor” . usado como combustível para o organismo suportar festas prolongadas movidas ao ritmo bate estaca da música eletrônica e por luzes estroboscópicas que potencializam o efeito da droga . No Brasil as primeiras apreensões ocorreram em 1991 em pequena quantidade .

Como no caso da cocaína , também já foram descobertos tabletes de ectsasy com heroína e cocaína , o que aumenta o poder viciante da droga . Na Holanda em 1990 foi aprendido um lote de pílulas turbinadas com estricnina que é um veneno mortal , mas em doses mínimas funciona como estimulante .

Os usuários do ecstasy dançam com uma garrafa de água ou isotônico nas mãos para aplacar a sede provocada pelo seu uso e costumam usar óculos escuros , pois os olhos ficam mais sensíveis á luz .

As drogas sintéticas podem ser produzidas por uma única pessoa , em laboratórios de fundo de quintal e por isso seu potencial de dano é imenso .

A dependência física do ecstasy ainda não foi cientificamente comprovada , mas o entusiasmo de seus usuários mostra que pode levar á dependência psicológica .



EFEITOS NOCIVOS À PESSOA



Causa sensação de euforia , gerada pela descarga de serototonina , ligada ao prazer e bem estar que ela produz no cérebro . Acelera os batimentos cardíacos , eleva a temperatura corporal , desidrata o organismo . O efeito dura quatro horas e com baixos níveis de serototonina o indivíduo passa a ter sensação de depressão que dura cerca de dois dias , o que leva muitos usuários a aumentar a frequência de uso para evitar esta sensação . O uso contínuo da droga pode causar depressão profunda , ansiedade e síndrome do Pânico pois bombardeados freqüentemente por serototonina , os receptores ficam cada vez menos sensíveis a ela .

O ecstasy e as outras que compõem o grupo das chamadas club drugs além da dependência podem causar a morte , pois a diferença entre a dose que proporciona o prazer e que pode levar à morte é tênue . O ecstasy pode causar ainda mau funcionamento do fígado , excesso de bilis no sangue e o aumento de um hormônio antidiurético chamado ADH que reduz a produção de urina , apesar do aumento da sede , o que pode provocar até um edema pulmonar . .

Os batimentos cardíacos aumentam em até 40% o que pode levar a desencadear problemas cardíacos . O uso freqüente pode causar bruxismo que é o ranger constante dos dentes . O aumento da temperatura do corpo, que pode chegar facilmente a 39 ou 40 graus , destrói enzimas e prejudica o funcionamento de vários órgãos . O pronto socorro do Hospital das Clínicas em São Paulo já chegou a atender pacientes que depois da ingestão da droga , chegaram a 41,5 grais de temperatura corporal .

Os músculos e neurônios podem ser prejudicados pela queda na concentração de sódio decorrente da desidratação . “Alguns jovens foram vítimas de uma dissolução irreversível da musculatura de braços e pernas “ , diz o toxicologista Anthony Wong . Ou seja, os músculos perdem massa e nunca mais voltarão ao normal . ( Veja, 14.06.2000, p. 114) . Como agravante dos riscos , como a droga é muita utilizada em festas rave e estas festas rotineiramente duram mais de um dia inteiro , usuários acabam consumindo diversos comprimidos ,um depois do outro .

Para muitos consumidores ela seria uma droga inofensiva , por que não gera dependência química , mas para a psiquiatra Vania Novelli Domingues ela causa dependência psíquica , o que muitas vezes pode ser mais difícil de tratar .

Um estudo publicado pela revista inglesa The Lancet , estabeleceu um ranking das drogas mais nocivas à saúde física e mental . Os critérios utilizados foram três : o grau de danos ao organismo , a capacidade de produzir dependência e o impacto do vício na vida social do indivíduo . O Ecstasy ficou em décimo lugar e em uma escala de 1 a 3 entre nenhum prejuízo e máximo prejuízo ficou em torno de 1,0 nos 3 quesitos . ( Veja , 23.05.2007 , p. 79)



CORAÇÃO



O Ecstasy como as anfetaminas pode fazer mal ao coração e causar infarto precoce , que pode levar à morte pacientes jovens . Outro risco são os microenfartos , quando há obstrução de pequenas artérias ., o que pode produzir a perda de funções cognitivas como a inteligência , a capacidade de abstração , a memória e a organização de idéias .

Jovens na faixa etária entre 20 e 40 anos estão sofrendo mais infartos do miocárdio . Nos principais hospitais de São Paulo , eles representam em 2008 , em média , 12% dos casos . Em 1998 não passavam de 6% . Nos EUA , o índice médio de infartos em jovens é de 4% .

Os jovens morrem menos de infarto , porque o seu coração é mais saudável, mas o infarto deixa uma cicatriz no coração . “O jovem fica sequelado.. Tem redução da função ventricular , diminui a contratividade e o coração bate mais fraco . E essa marca é para toda a vida” . ( F S P , 13.07.2008 , p. C-8) .

Estudo realizado na Universidade do Texas , publicado na revista especializada “Drug anda Alcohol Dependence “ avaliou prontuários de 3 milhões de pessoas , com idades entre 18 e 44 anos , hospitalizadas no período de 2.000 a 2003 nos EUA .

O estudo concluiu que o consumo excessivo de anfetaminas , pode aumentar os riscos de adultos jovens sofrerem infartos . Segundo o médico Arthur Westover , autor principal do estudo as anfetaminas têm efeito “perverso” ao coração . “Elas aumentam a pressão sanguínea dos usuários , além de causar inflamações e espasmos arteriais que limitam a quantidade de sangue que chega ao músculo cardíaco “ . No tratamento do enfarto induzido por anfetaminas segundo ele “Não é recomendável o uso de medicação betabloqueadora que pode interagir com as anfetaminas , piorando o problema “ .

O cardiologista Nabil Gorayeb , do Hospital do Coração , atendeu em 2008 um jovem de 16 anos que sofreu um infarto após o consumo de ecstasy . Segundo ele , para complicar o diagnóstico , os jovens evitam contar que usaram drogas “ Quando a gente vê que é jovem e não tem motivo para ter infarto , temos de usar estratégias , falar que será usado medicamento que , em interação com drogas , podem perder o efeito e complicar a situação “ ( F S P , 13.06.2008 , p. C-6) .



DISFUNÇÃO SEXUAL



Cerca de 50% dos homens e 40% das mulheres acham que as drogas melhoram o desempenho sexual . Em pequenas doses , realmente drogas como o álcool e o cigarro melhoram o desempenho na cama . Porém, o uso freqüente e abusivo começa a provoca alterações na função sexual e a longo prazo traz prejuízos importantes.

Segundo estudo conduzido pela unidade de pesquisa em álcool e droga da Unifesp ( Universidade Federal de São Paulo), cerca de 47% dos dependentes de álcool e outras drogas tem alguma disfunção sexual . Na população em geral este percentual é de 18%, segundo o Estudo da Vida Sexual do Brasileiro que ouviu mais de 7.000 pessoas em 2004 .

Os principais problemas levantados foram ejaculação precoce ,( 39%), diminuição do desejo sexual ( 19%), dificuldade de ereção ( 12%), retardo na ejaculação ( 8%), e dor durante a relação sexual ( 4%) .

As drogas causam alterações nos neurotransmissores no cérebro, envolvidos no controle da ejaculação . O álcool e a nicotina causam alterações vasculares que dificultam a ereção . A cocaína e maconha , se usadas em altas doses , derrubam a libido . Também esse é o efeito de drogas sintéticas como o ecstasy e o LSD . ( F S P , 2.6.2010, p. C-7) .



TRATAMENTO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO



Estudo feito nos EUA concluiu que o Ecstasy pode ter fins terapêuticos se usado de forma controlada . Os pesquisadores testaram o princípio ativo da droga , metilenodioximetanfetamina ou MDMA em 20 homens e mulheres com estresse pós-traumático . Por dois meses , 12 receberam a droga e oito placebo e todos foram acompanhados em sessões de psicoterapia .

Cerca de 83% dos que receberam MMDA pararam de ter sintomas como medo, tristeza , raiva e sensação de desconfiança , contra 25% dos que receberam placebo . A droga causou poucos efeitos colaterais . Segundo o líder do estudo , , Michael Mithoefer, “ no cérebro, o MMDA diminui a atividade da amigdala esquerda [ ligada à memória emocional] e aumenta a do córtex pré-frontal . Assim , faz sentido que ele ajude a modular a sensação de medo .”Porém , segundo ele , a droga pode trazer o trauma à tona e seu uso pode ser perigoso .

O estresse pós-traumático é mais comum em países envolvidos em conflitos armados e acomete também vítimas de violência e hoje é tratado com antidepressivos . ( F S P , 30.07.2010, p. C-5) .



GRAVE CONSTATAÇÃO EM SÃO PAULO 2012.



Levantamento inédito feito pela Superintendência da Polícia Técnico-Científica de São Paulo, em parceria com a Fapesp , com amostras de 150 diferentes apreensões , revela que apenas 44,7% das drogas sintéticas apreendidas no Estado de São Paulo entre agosto de 2011 e julho de 2012 contém o princípio ativo do ecstasy, o MDMA. Outras 20 substâncias foram encontradas: 6% outras substâncias psicoativas; 4% femproporex ( usado para emagrecimento ) ; 4,6% anfetamina; 18,7% cafeína e 22% metanfetamina. Todos os comprimidos têm a mesma embalagem visual do ecstasy – a cor , o formato e logotipo variados. Ou seja, os usuários pensam que estão consumindo ecstasy, mas estão consumindo outros produtos que sequer sabem o que é . Mais grave ainda é que em 22% das drogas o produto era metanfetamina vendida como se fosse ecstasy. Ao contrário do ecstasy, a metanfetamina causa dependência . É uma droga da mesma classe que a anfetamina, mas muito mais potente e com efeito prolongado . Ambas atuam no sistema nervoso central , principalmente na neuro-transmissão modulada pela dopamina e noradrenalina . Os efeitos são muito parecidos com os produzidos pela cocaína, e incluem aumento da ansiedade, agitação e vigília , insônia e agressividade . Nos EUA a metanfetamina já se tornou um problema de saúde pública. Mais de 12 milhões de pessoas já experimentaram e 1,5 milhão usa regularmente . Para efeito de comparação, em 2009 outro estudo feito no laboratório da Superintendência , mostrou que todas as amostras daquele período continham MDMA. ( F S P , 12.08.2012, p. C-1) .



OUTRAS DROGAS SINTÉTICAS



ICE



Uma versão mais potente das anfetaminas é o ice . que surgiu no final dos anos 1990 e é mais concentrado , na forma de cristais , uma espécie de crack sintético e que pode ser tão devastador como ele . . Fumada , ingerida ou injetada a droga estimula o sistema nervoso central inundando o cérebro de dopamina e serototonina . Provoca excitação , aumento de energia, constante estado de alerta e sensação de prazer por até doze horas . Depois pode causar depressão, convulsões , degeneração das células cerebrais , aumento da pressão sanguínea e parada cardíaca . ( Veja, 4.10.2000, p. 95) .



KETAMINA



Ou Special K , anestésico para cavalos do qual se extrai um pó branco para ser aspirado.



CRYSTAL



Metanfetamina , quase quatro vezes mais devastadora que a cocaína , com altíssimo poder de gerar dependência química .



GHB



Ácido gama-hidroxibutírico , o GHB foi batizado de “ecstasy Líquido “ , vendido sob a forma de pó ou já diluído em água é incolor , não tem cheiro , o gosto é levemente amargo . Em meia hora começa a fazer efeito . Foi criado na década de 1960 como anestésico para uso hospitalar e foi deixado de lado devido à dificuldade de precisar a dose ideal para cada paciente . Voltou nos anos 1980 como anabolizante , pelo seu poder de inflar músculos e queimar gordura .

Passou a ser usado em festas rave por provocar aumento da disposição, euforia e maior sensibilidade auditiva , visual e tátil . Entretanto possui ação fulminante sobre o sistema nervoso central podendo causar dificuldade de concentração, perda de memória , diminuição dos reflexos , perda de consciência e disfunção renal . ( Veja, 5.6.2002 , p. 99) .

O GHB é uma droga usada por bandidos em um golpe conhecido como “ boa noite , Cinderela” , sendo ministrada a pessoas junto com bebidas , sem o seu conhecimento , fazendo com que ela fique desacordada para ser roubada ou até violentada .



MEFEDRONA





A Anvisa proibiu em agosto de 2011 a mefedrona, um estimulante sintético que é usado na criação das chamadas “ drogas disfarçadas” , drogas artificiais com os mesmos efeitos da maconha , da cocaína ou ecstasy . Porém a mefedrona pode ser ainda mais devastadora do que as drogas tradicionais . Entre seus efeitos estão palpitação, insônia, ansiedade, paranóia e danos ao sistema nervoso central . A droga costuma ser vendida - especialmente pela Internet – rotulada como sais de banho . ( F S P , 3.8.2011, p. C-6) .





USUÁRIOS



As drogas sintéticas como o ecstasy e o LSD tem sido mais utilizadas pelas classes médias e alta , a droga é muito popular em festas rave . Em 2001 foram apreendidos apenas 1909 comprimidos pela Polícia Federal , número que aumentou para 81.900 em 2004 e 53.700 em 2005. De 2002 a 2005 foram apreendidos 220.062 comprimidos e entre janeiro de 2006 a outubro de 2007 a apreensão foi de 196.420 comprimidos o que demonstra o grande aumento do tráfico e a explosão do consumo , apesar dos grandes riscos envolvidos com seu uso .

Pela Polícia Civil de São Paulo foram apreendidos 1,291 g em 2008, 7,777g em 2009 , 3.335 g em 2010 , 1.184 g em 2011 e 434 g de janeiro a junho de 2012 . ( F S P , 12.08.2012, p. C-1).



USO COMBINADO DE DROGAS



Para potencializar o efeito de drogas como o ecstasy e a cocaína , jovens passaram a misturá-las com outras drogas como anestésicos de uso veterinário , remédios para impotência e até medicamentos para combate à Aids , muitos medicamentos de acesso fácil , mas que podem ter efeitos devastadores e irreversíveis para o organismo .

Os que utilizam estas combinações ignoram que elas podem causar graves danos a longo prazo ao indivíduo . Em troca da ilusão de um prazer a curto prazo , pode-se comprometer a saúde no longo prazo , pois muitos efeitos poderão demorar anos para aparecer , mas quando aparecerem serão irreversíveis .

Nos EUA , o uso “recreativo” de analgésicos , ingeridos ou misturados a outras drogas , já é causa de 40% das 22.300 mortes anuais provocadas por overdose. Segundo o psicólogo Thomas McLellan, “ em dezesseis estados americanos , o número de mortes por overdose já supera o de acidentes de trânsito . É uma situação alarmante . “

No caso do Ecstasy os dados são estarrecedores . Uma pesquisa feita em 2005 , com 1.140 usuários brasileiros da substância mostrou que – antes , durante ou depois de consumi-la – 97% dos entrevistados usaram uma outra substância , legal ou ilegal com o objetivo de potencializar o efeito do comprimido ou anular sensações indesejadas causadas por ele .

As combinações perigosas são inúmeras :

Ecstasy + cocaína – além de alucinações , o ecstasy causa euforia , que é aumentada pela cocaína . Porém, as probabilidades de infarto , arritmia cardíaca , ataques de pânico e de ansiedade são potencializadas pelo aumento do neurotransmissor noradrenalina no organismo . A ingestão da mistura pode resultar ainda na chamada “bad trip” , sensação de angústia e mal-estar , possivelmente decorrente da sobrecarga nos sistemas neurotransmissores de dopamina no cérebro .

Ecstasy + Maconha – O ecstasy é excitante e a maconha é relaxante e são usadas em conjunto para transitar entre os dois estados . O risco é taquicardia que pode levar ao infarto .

Ecstasy + remédios para impotência + antiretroviral – A mistura é usada para fazer sexo . O ecstasy provoca vasoconstrição , minimizada pelo Viagra . O antiretroviral , potencializa em até doze vezes o efeito do ectsasy , e é visto , equivocadamente como uma maneira de “prevenir” o contágio pelo vírus HIV . Os riscos são inúmeros : convulsões , priapismo , cegueira , espasmo das artérias coronárias e contágio pelo vírus HIV.

Ecstasy + GHB + Ketamina – Causa euforia e aumento da disposição . Os homens podem ter a ereção prolongada e ejaculações sem nenhum estímulo . Podem ocorrer náuseas e dificuldades respiratórias que podem levar à morte .

LSD + Ketamina – Os efeitos dissociativos – delírio , sensação de deixar o corpo e experiências de quase morte são intensificados . As conseqüências do uso combinado das duas drogas são ainda desconhecidas .

Cocaína + Ketamina – Chamada de “Calvin Klein”, a mistura potencializa a sensação de despersonalização provocada pela Ketamina . Isoladamente a ketamina aumenta a resistência vascular pulmonar , o que pode causar insuficiência cardíaca e infarto do miocárdio . A cocaína , por ser estimulante da função cardíaca , eleva estes riscos .( Veja, 21.10.2009 , p. 134-139) .





NOVO TIPO DE ECSTASY – 2009



Em 2009 novos tipos de ecstasy começaram a ser apreendidos . As drogas que passaram a substituir as substâncias proibidas , o MDMA e o MDA , são o mCPP, BZP e TFMPP . Após o aumento das apreensões , a PF pediu Pa Anvisa a ampliação da lista de substâncias vetadas : o mCPP foi proibido em novembro de 2008 , o BZP e o TFMPP , em fevereiro de 2009 .Os efeitos das novas substâncias são ainda desconhecidos . O mCPP , o substitutivo mais utilizado atualmente , faz parte de um conhecido antidepressivo – não está na composição , mas é produzido após sua ingestão . ( F S P , 3.1.2010, p. C-3) .



SAÍDA DO VÍCIO



O psicólogo Murilo Battisti , durante cinco anos, entre 2001 e 2006 acompanhou um grupo de 32 jovens universitários que consumiam ecstasy . Segundo ele , entre os que abandonaram o vício pouco surtia efeito um discurso trágico de advertência sobre os perigos do vício . . A consciência do problema só viria com a percepção clara de perdas , e a noção da perda vinha acompanhada da construção de um projeto de vida, valorizando mais a faculdade , a construção de uma carreira profissional e a formação de uma família . Ou seja, a visão positiva do futuro funciona como vacina , protegendo contra a busca do prazer a qualquer custo . ( F S P , 24.02.2008, p. C-9) .



A HISTÓRIA DE IGOR



Jovem da classe média paulista , Igor sempre estudou em escolas privadas e formou-se em marketing. Espírita , rezava todos os dias . Freqüentador assíduo de academias de musculação começou a usar anabolizantes injetáveis ou em comprimidos ,Por causa do tédio provocado por uma desilusão amorosa passou a freqüentar as raves pelo interior e pelo litoral de São Paulo . Na primeira rave deram-lhe meia pílula de ecstasy . Afirma “ não senti nada” ,Acordou no dia seguinte mais triste e ficou pior durante a semana . Foi a uma outra rave e tomou um ecstasy com bebida alcoólica . “Experimentei uma felicidade enorme , era como se eu fosse uma fortaleza, a pessoa mais interessante da festa” .

Tornou-se consumidor sistemático de ecstasy . Em uma das festas , que se prolongou por mais de 24 horas , ele notou que estava perdendo o controle . Berrou pedindo socorro aos amigos . “Bateu um desespero”. Ninguém ouvia seus apelos , a música eletrônica dominava os sons do salão . Estatelou-se no chão . Lembra-se apenas da alucinação de que tinha , dentro da cabeça,um videogame que não sabia desligar . Não se lembra de como acordou de manhã cedo , sozinho, numa praça de Osasco , com a roupa toda suja .

Para ele , “viver resumia-se à espera das festas” . Aos poucos já não se espantava com algumas cenas das festas, como a de um rapaz nadando na grama como se estivesse no mar , a de outro que tentava voar dizendo-se Superman ou a de jovens adormecidos no lixo . A euforia passou a misturar-se também nas raves ao pânico . “Numa noite , eu estava próximo da piscina . Vi suas águas subirem para me agarrar . Saí correndo . pedi socorro . Olhava para as pessoas e todas tinham cara de monstro” .

Sabia que estava na hora de parar , mas não sabia como . Faltava-lhe força . Seu melhor amigo tentava, em vão , demovê-lo de ir às festas . Em casa , não dormia de noite . Recebeu , então, um ultimato da família : se não aceitasse o tratamento médico , seria internado na marra . Foi quando passou a ingerir os antidepressivos com LSD , ecstasy e bebida alcoólica .

Foi quando , em uma manhã se segunda-feira em 2007 se observou diante do espelho . Tinha perdido cerca de 20 quilos , os músculos do braço pareciam murchos ,as olheiras destacavam-se no rosto abatido . Será que algum dia vou voltar? Pensou . À tristeza aguda mesclaram-se episódios de pânico que reforçavam sua vontade de ficar trancado em casa . Perdera seu emprego e, ainda por cima , ouvira a seguinte frase da ex-namorada , impressionada com o efeito das drogas :” Não sei mais quem é você”. Para completar , sua culpa não parava de crescer ao ver o sofrimento dos pais . “Eu vi meus pais chorando e chorava também “ . No espelho viu que estava só e desempregado, dependendo do dinheiro dos pais . Até mesmo seu desejo sexual ele sentia que vinha, pouco a pouco , diminuindo e, justamente por causa do excesso de consumo do ecstasy, a droga vendida como a pílula do prazer .

Depois de alguns meses , a combinação dos remédios com a terapia ajudou-o a evitar as drogas . Assim como o ajudou ter reatado com a namorada . Este depoimento foi dado depois de quatro meses sem consumo de drogas . Ele esteve no fundo do poço e conseguiu voltar , mas muitos não conseguem fazer o mesmo caminho . ( F S P , 17.02.2008 ,. P. C-6) .



TRÁFICO



As drogas sintéticas criaram um novo tipo de traficante no Brasil. Jovens de classe média e alta que praticam esportes , estudam e vendem ecstasy e LSD . No Rio de Janeiro , entre 2005 e 2006 , dos 70 presos com drogas sintéticas , 90% eram estudantes universitários . Estes jovens são atraídos por serem drogas de fácil circulação, de fácil disfarce, a ilusão de que é uma atividade “limpa “ , ou seja, não associada à violência e pelo acesso eu tem aos ambientes de maio probabilidade de consumo deste tipo de droga . Traficam para poder consumir a droga , não trabalham e geralmente são sustentados pela família que não sabe do vício .Segundo o delegado Eduardo Freitas , da 20ª DP do Rio de Janeiro “ o jovem de classe media não acredita que ingerir e vender o comprimido seja crime , Por sua vez o consumidor não precisa subir morros , entrar em favelas e ter contato com bandidos , O comprimido é pequeno e fácil de ser escondido . Não deixa cheiro , não suja as mãos .

O ecstasy vem de países como a Holanda , o maior produtor mundial . Atacadistas com negócios de fachada de exportação e importação compram entre 30 a 50 mil comprimidos por US$ 1 a 2 o comprimido e os revendem em lote por pelo menos cinco vezes mais . Outra estratégia e o envio em pacotes menores de até 400 comprimidos , por meio de encomendas postais . Estas quadrilhas depois lavam o dinheiro , entre outras formas comprando imóveis registrados em nome de laranjas .

Os distribuidores compram em lotes e revendem pelo dobro ou triplo do preço , tendo ainda a função de arranjar novos revendedores e os revendedores , em geral jovens compram cada unidade por cerca de R$ 30,00 aproximadamente , vendendo por até R$ 50,00 . ( Veja, 31.01.2007 , p. 88-89) .

Segundo investigações da Polícia do Rio de Janeiro já existe um laboratório caseiro de drogas sintéticas bem próximo do Rio de Janeiro e que fabricaria LSD e Ecstasy

O volume de ecstasy aprendido no Brasil teve um aumento de 1.173% em 2007 . Em 2002 , segundo a Polícia Federal foram apreendidos 15.804 comprimidos , em 2003 67.894 , em 2005 , 49.940, em 2006 apenas 11.648 e em 2007 211.145 . Segundo a Polícia , o ecstasy está servindo de moeda de troca . A mula [pessoa] que leva cocaína para o exterior , traz na volta ectsasy recebido em pagamento . ( ( F s P , 17.02.2008 , p. C-6) .

Em 2009 a Polícia Civil apreendeu 1.440 micropontos de LSD e 7.777 comprimidos de ecstasy na capital paulista . ( F S P , 26.04.2010, p. C-4) .

Na maior apreensão de ecstasy feita no Ro de Janeiro , em 21 de maio de 2008 o universitário José Luiz Aromastis Netto , proveniente de Amsterdã, na Holanda foi preso no Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim ( Galeão) , com 41 mil comprimidos de ecstasy , 17.600 pontos de LSD e 310 gramas de Skunk . A carga total estava avaliada em R$ 4 milhões . Somente o ecstasy , avaliado em R$ 2 milhões estava acondicionado em um asco plástico com 11,4 quilos . ( F S P , 22.05.2008 , p. C-3) .



PRODUÇÃO DE ECSTASY NO BRASIL



O Brasil entrou em 2010 na lista dos exportadores de ecstasy , segundo informações passadas ao Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) , sendo saída da droga para a Europa , ainda em volume irrelevante . Três laboratórios com significativo potencial de produção foram fechados . Um em São Paulo , em 1990 , outro em Pinhas (PR) , em 2008 . O último, fechado em Imaruí (SC), produziu 2 milhões de comprimidos em pouco mais de um ano , o triplo dos 620 mil apreendidos pela PF de 2002 a 2009 . ( F S P , 23.06.2010 , p. A-14) . A localização de dois laboratórios no Sul se deve à compra do safrol , componente químico utilizado pela indústria de cosméticos , inseticidas e produtos de limpeza .

Apreensão de 20 comprimidos em uma favela perto do aeroporto de Congonhas , no dia 28 de maio de 2010 indica que o PCC está fabricando ecstasy em São Paulo . O ecstasy do PCC está sendo vendido a R$ 20 o comprimido , que tem um custo de produção, segundo cálculo da PF , de R$ 0,50 por comprimido , portanto o lucro é espetacular . ( F s P , 29.06.2010, p. C-4) .



UNICAMP 2008 1 FASE ECSTASY



Texto - Na 48ª. sessão da Comissão de Narcóticos e Drogas da ONU, os EUA encabeçaram uma ‘’coalizão’’ que rejeitou a proposta feita pelo Brasil de incluir os programas de redução de danos no conceito de Saúde como um direito básico do cidadão. A redução de danos é uma estratégia pragmática para lidar com usuários de drogas injetáveis. Disponibiliza seringas descartáveis ou mesmo drogas de forma controlada. Procura manter o viciado em contato com especialistas no tratamento médico e tem o principal objetivo de conter o avanço da Aids no grupo de risco, evitando o uso de agulhas infectadas. Apesar de soar contraditório à primeira vista, o programa é um sucesso comprovado pela classe científica. O Brasil é um dos países mais bem-sucedidos na estratégia, assim como a Grã-Bretanha, o Canadá e a Austrália. O Ministério da Saúde brasileiro, por exemplo, estima que os programas de redução de danos foram capazes de diminuir em 49% os casos de Aids em usuários de drogas injetáveis entre 1993 e 2002. A posição norte-americana reflete as políticas da Casa Branca, que se preocupou, por exemplo, em retirar a palavra ‘’camisinha’’ de todos os sites do governo federal. Essa mesma filosofia aloca recursos para organizações americanas de combate à Aids que atuam fora dos EUA, pregando a abstinência e a fidelidade como remédios fundamentais na prevenção da doença. (Adaptado de Arthur Ituassu, “EUA atacam programas de combate à AIDS”. Jornal do Brasil,12/03/2005.)





O texto da coletânea mostra a grande controvérsia mundial a respeito das medidas a serem adotadas na redução de danos à saúde. O uso de drogas injetáveis é o principal alvo dos programas governamentais. Entretanto, o consumo de drogas de qualquer natureza é uma questão de saúde pública. Orgânica e fisicamente, sob efeito do ecstasy (C11H15O2N), por exemplo, o indivíduo sente seu corpo energizado pelo aumento do metabolismo, o que pode elevar a sua temperatura corporal a até incríveis 6 ºC acima da temperatura normal (hipertermia), além de estimular uma atividade física intensa e a ingestão de grandes quantidades de água. Essa ingestão excessiva de água pode provocar a deficiência de sódio no organismo (hiponatremia), um processo, algumas vezes, letal. Pesquisas recentes com macacos mostraram que a ingestão de uma dose de 22 mg de ecstasy por kg de massa corpórea mataria 50% dos indivíduos (LD50). Isso, entretanto, não significa que um indivíduo, necessariamente, morreria ao consumir o equivalente à sua LD50. Tampouco garante que ele não venha a morrer com apenas um comprimido de ecstasy ou menos.

a) A ingestão de água pode contornar algum dos problemas relativos ao uso do ecstasy? Justifique.

b) Considerando que um comprimido de ecstasy contenha, em média, 5 x 10–4 mol da droga, qual seria, aproximadamente, a LD50 (em comprimidos) relativa

a uma pessoa que pesa 56kg? Dados: considere válida a LD50 dada no enunciado para o ser humano, massas molares em g mol–1: C = 12, H = 1, O = 16 e N =14.



Questão 1 RESPOSTA ESPERADA UNICAMP

a) Sim. Como o texto afirma, a temperatura do indivíduo que ingere ecstasy tende a subir bastante; a ingestão de água pode levar a uma maior transpiração e com isso abaixar a temperatura corporal.

b) C11H15O2N : massa molar = 193 g mol-1 22 mg ® 1 kg m ® 56 kg então m = 1232 mg ou 1,232 gramas 1 comprimido ® 5 x 10-4 mols ® 0,0965 g ou 96,5 mg N comprimidos ® 1,232 g ou 1232 mg

Assim, n = 12, 8 comprimidos (esperado: entre 12 e 13 comprimidos)



Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui