Improviso a Paulo Dantas
Paulo Nunes Batista*
PAULO Apóstolo Jagunço
Meu Poeta do Sertão,
Que pega a Pedra furdunço
E enche de estrelas a Mão;
PAULO, Rosa dos Encantos,
São PAULO Voz dos Espantos
Dos Gentios, Capitão!
PAULO Das ANTAS, dos Autos
Das Onças, do Boi Tungão,
Dos Milagreiros Beatos,
De Corisco e Lampeão:
|Fulo do Jardim de ROSA
com sua Arte milagrosa
- o GUIMA, o ROSA, esse JOÃO!
PAULO, Pá que cava fundo
No Agreste do Coração;
PAULO, PAU forte, de Lei,
Que cupim não come não.
PAULO DANTAS “Daniel”
- fidelidade fiel
- de água, de monte, de chão...
PAULO DANTAS dos achados
Dos “calados pertentidos”,
Dos sertões ensolarados,
Aluados e perdidos,
Dos “van goghs” de apragatas,
De Imaginárias Mulatas,
Santos Desaparecidos.
PAULO DANTAS dos sabidos
Saberes saboreados
No “CHÃO DE INFÂNCIA” Vaqueira
Dos Aboios aboiados.
PAULO dos Claros Tormentos
Dos antigos Testamentos,
Dos Idos profetizados.
PAULO dos cabras danados
Nas danações do histerismo
Dos cabras Injustiçados
Servos do coronelismo
Que – se achando desgraçados-
Batem mão dos “paus furados”
E ingressam no banditismo.
PAULO de muitas facetas,
Mas de uma cara, somente:
Lealdade de Jagunço,
Firmeza de Penitente.
PAULO, que faz da Palavra
Sua mina, sua lavra,
Seu ouro, sua patente.
PAULO, Amizade que a Gente
Carrega com Simpatia;
Lembrança grata, decente
Fulorescendo poesia.
PAULO, meu DANTE da Peste,
Encantado do Nordeste
Despejando forte e em dia.
Alumbrado das Distâncias
De um SERTÃO que não se foi
Porque vive nas fragrâncias
De um BOI cheirando outro BOI
- Sertão que fala no centro
Da alma da gente.cá dentro
Na voz do “Deus te a bençoe”!
PAULO DANTAS, Sempre Viva!
Do universo rosiano
Que em SAGARANA EMOTIVA
Mostra um forte Rosa humano
De universais travessias.
PAULO, herói de Simão Dias,
Caju Doce Sergipano!
Receba, Escritor do Povo,
O apreço bom, cordelista,
No Abraço cabeça –chata
Cem por cento Repentista
Que – com Votos de Alegria –
Por Anápolis, lhe envia
O Paulo Nunes Batista.
Anápolis, 5/IX/76.
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