O que é o ateísmo senão a condição na qual um homem se afirma descrente na existência de Deus ou mesmo de quaisquer “poderes superiores”?
O ateísmo se caracteriza pela negação da intervenção divina em todos os níveis da existência: desde a criação, no sentido amplo, à interferência na vida do ser humano. Um ateu considera que o universo não é criação divina, tendo existido eternamente. Na opinião de um ateu, o homem é fruto de uma evolução biológica a partir de organismos primitivos, surgidos há bilhões de anos na superfície terrestre.
A partir dessa concepção, não há espaço para a mentalidade que se prenda a conceitos teológicos, ou deles derive qualquer comportamento, condicionando-a, moldando-a, determinando não apenas o comportamento como as relações que um indivíduo sustente consigo e com os semelhantes.
Para um ateu não existe qualquer compromisso com o amor ao próximo à vista de uma exigência divina, a cuja desobediência Deus castigará com severidade. Se não existe um Deus todo-poderoso, que a tudo criou e mantém, exigindo em função disso obediência, louvor e serviço, não há motivos para que alguém se preocupe em obedecer preceitos religiosos de amor e misericórdia.
O compromisso de um ateu é com sua própria consciência. E ela que dita as regras a seguir, determina que valores defender e respeitar, que padrões de conduta, ética e moralidade deverão orientar o curso da vida.
Dizem os ateus que a possibilidade de uma existência aponta tão somente para a hipótese mesma e não para a existência propriamente. Se penso que existe algo, é porque algo existe?
O contraditório a esse pensamento encontra-se na Bíblia, que diz ter sido o próprio Deus quem colocou no coração humano a noção de eternidade. Diz também que a perfeição da criação aponta para Deus.
Por todos esses motivos, não admitir que foi Deus quem criou todas as coisas, inclusive o homem, é um suicídio intelectual, haja vista faltar lógica em qualquer das explicações que tentam substituir a ação divina.
O ateísmo se revela como uma ação da mente humana em não reconhecer a obediência que o homem deve prestar a Deus em gratidão por ter sido criado. Ateísmo, portanto, não é a refutação, por argumentos incontestáveis, da existência de Deus -não é uma doutrina sistematicamente elaborada; é uma ação consciente contra o arbítrio divino que separa a humanidade entre perdidos e salvos, bons e maus, pecadores e piedosos; é uma forma de negar que em Sua Soberania Deus tenha determinado que os homens fossem responsáveis por seus atos.
Querer culpar a Deus pela existência do mal, ou afirmar que se o mal existe e Deus não o extingue, podendo fazê-lo, prova que Deus não existe, ou não é bom, é tão somente um refúgio da criatura rebelde que obra por se manter oculto de Deus à semelhança de Adão, quando foi inquirido: “onde estás?”, depois de ter desobedecido a Deus.
Se o critério para mostrar quão certos estão aqueles que não crêem em Deus fosse a qualidade da inteligência dos ateus, os que estes diriam de gênios como São Paulo, Santo Agostinho, São Tomás de Aquino, Martinho Lutero, João Calvino, Isaac Newton, Blaise Pascal, Bach, Beethoven, Michelângelo, Da Vinci, dentre outros, todos cristãos?
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