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Artigos-->2007: O ANO DO FOGO -- 09/10/2007 - 16:44 (Jeovah de Moura Nunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




2007: O ANO DO FOGO



Uns são favoráveis ao desmatamento para a plantação de novos canaviais. Outros são favoráveis ao aproveitamento de 50% das grandes pastagens sem a necessidade do desmatamento, dando ao rebanho espaço suficiente para a criação e engorda. Há ainda a grande incógnita dos especialistas, que sabemos não ser nenhuma incógnita: uma taxação de imposto na produção do biocombustível igual ou superior a que hoje conhecemos muito bem. Enfim, o Brasil descobre um novo filão, o qual não irá – não tenham dúvidas – melhorar o padrão de vida das pessoas humildes. Irá sim, encher mais e mais as burras dos já sedentos ricaços com pinta de produtores a serviço do país, quando sempre foi a serviço do bolso deles, além de encher as burras do governo também.

Diante da extraordinária divulgação e super otimização da produção e mercado garantido para o etanol, em substituição ao combustível fóssil, muitos proprietários de terras não resistiram à desmesurada cobiça e decidiram plantar cana, segundo solicitou o próprio presidente Lula. Assim, muitos atearam fogo nas reservas florestais, nos cerrados e até em beira de rios, tornando o ano de 2007 um ano infernal, com as visões do fogo que nós brasileiros parece que adoramos. A estiagem prolongada, a vegetação seca e a baixa umidade relativa do ar deram uma mãozinha para que 2007 seja considerado o “ano do fogo” no Brasil, conforme informou o coordenador do Sistema Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), Elmo Monteiro. Segundo ele, neste ano já foi registrado um número 30% maior de queimadas em áreas florestais que no mesmo período do ano passado. E isto, diga-se com todas as conhecidas “proibições ambientais”.

-“Em 2006 tivemos algumas chuvas no período de estiagem, o que não tivemos este ano. Isto tem prejudicado bastante o controle dos incêndios no país” - explica. Em agosto, os satélites do INPE registraram 16.592 focos de queimadas em todo o país. O número é mais que o dobro do constatado no mesmo período do ano passado (8,2 mil focos). Os Estados que mais registraram focos foram Pará (5.020), Mato Grosso (4.665) e Rondônia (1.663). A sanha de lucrar o máximo possível desses proprietários é superior à vontade de não destruir o meio ambiente. As explicações são inúmeras para essas aberrações, porém a mais acertada é a exagerada cobiça, somando-se ao gosto pelo fogo, a fumaça e tudo que possa representar destruição, não conseguem viver sem a presença desse cenário infernal por perto.

Nosso país sempre teve ciclos de imensos progressos tendo como base à agricultura. Apesar disso a maioria de nosso povo vive uma das piores misérias materiais do mundo arrebatados da imensa fartura, em contraposição à avareza e mesquinhez de uma minoria dominante. A exemplo de um formigueiro onde uma minoria – a rainha e seus soldados – dominam uma imensidão de formigas operárias, assim é o nosso país. A riqueza produzida pelo trabalhador vai descambar nas mãos dos poderosos, além dos impostos que o governo saqueia vergonhosamente dos pobres, através das mercadorias de primeira necessidade. Se os abastados têm os melhores meios e arranjos de melhorar os padrões de vida, o pobre está condenado a uma vida de desarranjos e afundar cada vez mais em sua miséria, porque o sistema sempre funcionou com esta intenção. A igualdade entre os brasileiros constante no quinto artigo da Constituição é pura falácia mentirosa. Só os tolos acreditam. A gestão desses ciclos econômicos de envergadura em todos os tempos inclinou-se para etapas escravagistas, fazendo com que a lei Áurea fosse uma lei adulterada, ou falsa, já que foi assinada por uma mulher, colocando termo à boa vida dos ricos servidos pela escravidão, cuja tradição foi e ainda é o modismo da pátria, e pátria, segundo Rui Barbosa “é a família amplificada”, então o que temos é uma pátria ultrajada, falida moralmente, porque continua explorando os mais necessitados e isto não passa de vergonhosa escravidão. Com o advento da República o desfile de presidentes ao longo do século mais representou o desfile de “reizinhos”, piores do que a autêntica monarquia já que nada mudou no cenário administrativo, principalmente com a farra do nepotismo, tornando esta República um fiasco, ou um papel carbono da monarquia. Talvez seja por tudo isso que as pessoas adoram o fogo, mesmo os mais humildes, porque deve representar muito bem esse inferno social.



Jeovah de Moura Nunes

Jornalista e escritor



















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