UM SONHO DISTANTE
J.B.Xavier
05-08-2002
Vem, achega-te ao fogo desse meu coração,
que arde a te esperar...
Minha porta está aberta, meu sorriso a te aguardar,
Meu teto te abriga desse frio que trazes na alma...
Vem colorir os meus cenários,
Desbotados pelos anos de solidão...
Toma-me a mão, vem cantar comigo...
Senta-te ao pé dessa lareira,
Vem, atiça essa fogueira, que em cinzas transformou
As esperanças longínquas
De um futuro que passou sem nem mesmo ser percebido...
Vem sonhar comigo o que ainda nos resta...
Sob o conforto desse teto aquecido...
Vem te sentar ao meu lado, nesse tapete colorido,
Bordado com as rosas de mil expectativas,
Essa casinha modesta, é o que restou daqueles castelos
Que um dia te ofereci, e que, um dia, desdenhaste...
Já não há mais torreões,
Diminuíram as alegrias,
Desfiz-me das imensas salas vazias
Que tua ausência, um dia, esvaziou...
Mas aqui está o que restou:
Uma casinha pequenina, um lago,
Uma montanha ao fundo, um céu azul,
Alguns risos, algumas saudades, algum desgosto,
Uma teimosia em me lembrar de ti,
Uma manhã fria, um fogo ardente, um sonho,
E dentro do sonho, teu rosto...
* * *
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