Ó Jorginho, ó Sales, ó Ribeiro,
Ó Ribeiro, ó Sales, ó Jorginho,
Olha eu cruzando teu caminho
No inicio do ano, em janeiro
Te saúdo com meu cantar primeiro.
Em martelo ou galope à beira-mar,
Vim aqui pra te homenagear
Me coloco ao seu inteiro dispor
Canta, canta, Jorginho cantador,
Canta, que teu destino é cantar!
Sou apenas uma minhoca
No meio de tantas cobras
Mas na parte que me toca
Na beirada pego as sobras.
Entro aqui de gaiato
Sou penetra e atrevido
Vou confessar nesse ato
Que sou cantador bandido
Vou louvar Jorge de fato
Fico de dever cumprido.
Vou no meio dos mestres
Rubenio, Airam e Fiúza
E o próprio Jorge Sales
Que no cordel já abusa
O mestre Egidio é o tal
Aline e Lílian Maial
E a Milene nossa musa.
Quero gritar bem alto
Para saudar todo mundo
Nesse estro oriundo
Do sertão até o asfalto
Na emoção dar um salto.
Eu canto os cordelistas
Esses grandes artistas
Nas suas belas cantorias
Nos trazendo alegrias
Vai marejando as vistas.
Tô aqui para aprender com os grandes
Peço licença pra entrar nos proseados
Me curvando aos mestres consagrados
Que se elevam mais alto que os Andes
Na sua nobreza superior aos condes.
Vulcões poéticos, magno derramado!
Inspira o poeta recém iniciado
A querer se igualar nessa grandeza
Extraindo desses versos sua beleza
Eu cantando martelo agalopado.
Conhecer poetas gênios da cultura
Que venha me engrandecer à vida
Que torne mais feliz a minha lida
No verso enternecido de ternura
E quebrando da tristeza a armadura.
Diante do mestre quero me curvar
Na sublime ordem vou me ordenar
Fazendo meu traçado de iniciado
Quero fazer jus ao meu legado
E aprender no galope a beira mar.
Vou terminar
Com parcela
Que é singela
Pra te saudar
E homenagear.
Fiquei feliz
Virei petiz
Participei
Te consagrei
Foi o que fiz.
