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Artigos-->Sobre o amor, sr. Mauro de Decca. -- 19/11/2001 - 11:02 (Clóvis Luz da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Caro Sr. Mauro, espero que a febre tenha ido embora.



Em relação ao que lhe suscitou dúvida no texto anterior, digo o seguinte:



Foi Jesus Cristo quem afirmou, Sr. Mauro, que por causa do avanço da ciência, o amor de muitos esfriaria. De que maneira podemos interpretar essas palavras? A que ciência se refere o Senhor, e a que tipo de amor alude? Bem, como não sou teólogo, e me considero apenas minimamente apto a interpretar as Sagradas Escrituras, não tenho medo em dizer que a ciência nessa fala de Jesus é o conjunto dos empreendimentos humanos fruto do desenvolvimento de séculos de conhecimento, desde a descoberta do fogo, passando pela invenção da roda, até chegarmos na clonagem humana.



O Sr. bem lembrou que no capitalismo moderno o avanço tecnológico/científico propicia que uns acumulem capitais de forma distinta de como ocorria em economias passadas. Salvo melhor juízo, não vejo diferença nenhuma no resultado da configuração social a partir de formas diversas de se acumular bens. Independentemente do modo, sempre haverá quem se utilize dos mecanismos disponíveis de forma mais eficiente que outros, para de ter mais, possuir mais, acumular mais. A essência do capitalismo não é a competição? O Sr. não disse que em sociedades de economia primitiva, por falta de variação na produção e transferência de capital, as pessoas não tinham como se sobressair, ou seja, não tinham como prevalecer sobre as demais?



Independentemente da evolução dos conhecimentos, da ciência, da tecnologia, das variações dos meios de produção e de acúmulo de capitais, sempre haverá no mundo um grupo de pessoas que se utilizará de mecanismos específicos para manter em seu domínio a riqueza produzida, e não tenho dúvida que a exploração, a usura, a sede do acúmulo pelo acúmulo, sem nenhuma perspectiva de socialização dos benefícios que poderiam ser gerados pela riqueza, é o que também determinará a existência de milhões de pobres e miseráveis no mundo, em concordância com sua afirmação de que o mundo nunca será perfeito, se para tanto fosse preciso que inexistissem pobreza, enfermidades, calamidades, etc.



O tipo de amor a que se refere Jesus, Sr. Mauro, obviamente é o mesmo amor a que aludi no texto passado: é o amor do cristão a Deus, acima de todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo. Essa é a marca distintiva do cristão. O Sr. deve conhecer o texto do cap. 15 do Evangelho de João. Nesse capítulo inteiro Jesus assevera que seus discípulos devem se amar uns aos outros, como manifestação do amor que o Pai havia dedicado ao Filho. Assim como Deus amou a Jesus, os que amam a Cristo devem se amar mutuamente e ao próximo. Portanto, quando Jesus afirma que o amor de muitos esfriaria, obviamente não faz referência aos homens em geral, senão aos seus discípulos. O homem que não ama a Deus necessariamente não pode amar ao seu próximo.



Portanto, Sr. Mauro, não há bondade implícita no capitalismo, nem maldade explícita no socialismo ou o inverso, porque simplesmente ambos são fruto das tentativas humanas de estabelecer no mundo sociedades à sua imagem e semelhança, que atendam às contingências históricas, materiais e/ou filosóficas de homens que desconhecem o que seja amar a Deus e ao próximo, e por isso, não podem planejar, projetar ou lutar por um mundo onde os princípios do Evangelho sobrepujem o egoísmo e a ganância que têm caracterizado a humanidade desde que os primeiros pais desobedeceram a Deus, no paraíso, o qual será restaurado não pela utopia socialista nem pelo culto à riqueza do capitalismo, mas quando Deus, por Jesus Cristo, tiver criado novo céu e nova terra, onde reinará a Justiça.



Paz seja contigo.





Clóvis.

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