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Teses_Monologos-->Monólogo do Jornalista -- 29/03/2002 - 21:31 (Francisco Assis de Freitas) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Monólogo do Jornalista
Dedicado aos que não pesam o que falam


Os empresários da imprensa têm o dever de cultivar a independência do poder. Nunca deviam fazer críticas ferozes por divergência, ou voltar sua linha editorial para louvar autoridades. Quando mandam distorcer os fatos mostrando uma falsa verdade, estão dominados pelo despeito do alijamento. Caso sugiram encobrir os malefícios praticados contra o povo, estão visando a praxe do benefício especial.
No meio jornalístico a autonomia da matéria denota a grandeza do profissional. Decerto, ele não obtém nenhum privilégio, mas evita a baixeza moral que corrói os fracos. E ao andar nas ruas será tratado com respeito pela população. Essa profissão tem de ser exercida como um sacerdócio, expondo-se à tirania da classe dominante, que, não conseguindo subjugá-los, arranjará motivos para odiá-los.
No Brasil é moda desvirtuar a liberdade de expressão. Por causa disso, tecem comentários benéficos ou nocivos, por interesse. O jornalista precisa ter seriedade com a notícia, não pode portar-se como um falsário enganando a massa. Ao difamar o nome de alguém, sua dentada venenosa não fica impune, um dia pagará correlato tributo, mesmo que a sua mentalidade condicionada não compreenda.
Endemia da Inverdade
– O jornalista, no geral, é um redator manietado que escreve a respeito de um tema como obrigação ocupacional. Não goza de liberdade total para expressar o que pensa, e ainda tem preocupação com o seu emprego. Além disso, seu trabalho está sujeito a corte e aprovação, tendo em vista atender circunstâncias que ele desconhece. Por vezes, é designado para noticiar algo visando favorecer alguém ligado ao diretor. Em outras ocasiões, recebe a incumbência de tentar destruir o prestígio pessoal de um adversário político dos correligionários do patrão. E a mais ingrata tarefa é aquela que é imposta com prazo, tamanho e teor estipulado para a matéria. Essas imposições, geralmente, envolvem uma ocorrência incidental para a qual, devido à urgência, ele não está preparado. Essa situação é usual nos jornais e nas revistas noticiosas, porque esses veículos se preocupam demais com o faturamento e pouco com a veracidade do assunto. Nessas hipóteses, quando um leitor que tem conhecimento do caso lê o artigo publicado, conclui que a quase totalidade dele é invencionice produzida pela imaginação, e, motivada pela necessidade empregatícia do repórter. Por culpa desses odiosos desvios foi que, logo no início me desencantei com essa misteriosa profissão que era a minha vocação natural. A estreita relação entre a mídia e a política é um negócio duvidoso, porque ambos os segmentos tentam auferir vantagem um ao outro. Casos estranhos ocorrem nesse complô, sendo um fato relevante, o uso da publicidade oficial como arma dos governantes. Às vezes o jornalista é impelido a calar o que era para divulgar, porque muito dinheiro é canalizado preventivamente para aquelas bandas. Pouca gente entende como acontecem essas transações. Os que estão embaixo, mal podem controlar sua indignação, até porque as ações de caridade nunca chegam até as suas portas. Quando surge uma chance isenta de risco, podem ceder o furo à concorrência para atenuar sua sede de justiça. Os companheiros não podem pensar somente no emprego e no sucesso pessoal. Todo profissional que lida com a liberdade e o comportamento alheio necessita impor-se um limite para tolher as pragas individuais. Em nenhuma atividade há motivos para o homem se deixar arrastar pela ganância de resultados que se equipara à de lucros. Ninguém tem o direito de lançar a população contra uma pessoa pobre e indefesa, sem antes adquirir a certeza da veracidade factual. É cruel demais da nossa avidez, divulgar para o país inteiro, sem comprovação, que os mortos tinham “passagem pela polícia”. Nem todos que padecem por lá são bandidos, as vítimas dos falados “erros” que são muitos, não são marginais. Algumas vezes, a notícia induz a corporação policial a transformar um inocente num bandido. Essa é a mais execranda conseqüência da nossa atuação leviana. A polícia, em muitas ocasiões, só precisa do apoio da reportagem para dar uma satisfação enganosa à sociedade. Uma prática corriqueira e nefasta no viver quotidiano da nação brasileira. A imprensa ávida de matérias e de escândalos, não pode por comodismo, pegar o artigo mastigado por policiais. Seus membros têm a obrigação moral de averiguar as versões oficiais. Agindo como é o costume, não é senão a porta-voz inocente da malandragem policial, usada utilmente para corroborar os boatos capciosos. Para poupar enganos clamorosos, não pode enredar-se em assunto que ignora, apenas pelo prazer da especulação. Nem enunciar colocações açodadas como aquela da mula-sem-cabeça, do Casoy; e depois, um especialista afirmar ser perfeitamente possível uma inseminação artificial do modo como foi divulgado. É tempo de parar com o hábito doentio de criar virtudes para as pessoas que têm prestígio. O homem não veio à luz para ser objeto de uso da classe dirigente e do poder público. Dêem tratamento igual a todos; mostrem ética no trabalho que fazem; se conscientizem do valor da sua profissão. A grande mazela da comunicação de massa, é que uma mentira noticiada pela imprensa televisiva, pela influência que exerce na mente humana, torna-se verdade para o telespectador. Essa é uma monstruosa calamidade. E o grande absurdo é que eles acreditam nas próprias calúnias. O único jeito de mostrar a verdade dos fatos é entrevistar a comunidade sem escolher, de antemão, as pessoas para dizer o que o diretor ordena, e sem selecionar o conteúdo das declarações após a reportagem. Uma rede de televisão ao divulgar que uma mulher que na época estava presa cometeu o delito de matar o filho com a cumplicidade do pai da criança, pratica um imperdoável abuso. Esse gênero de noticiário que tem poder de aniquilar o nome de um ser humano, não poderia ser propagado sem confirmação. Não basta receber dinheiro de alguém para fazer divulgação. Como também não é suficiente a parte interessada fornecer o conteúdo. Para que a desgraça não se abata sobre o seu espírito, meditem sobre seus comportamentos. Procurem ver seus transtornos pessoais, como um favor divino para afastá-los do mal inerente aos seus intelectos, e desenvolvido por suas condutas. Esse tormento é mais nocivo e duradouro do que o resultante do ato praticado contra o patrimônio, a alma e a vida das pessoas. É evidente, que não fomos ensinados para agir como abutres, afrontando a sábia imposição da consciência de Jesus: “Não façais aos outros aquilo que não quereis que vos façam”.

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