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cronicas-->Tapas de amor -- 04/03/2002 - 20:46 (Maurício Cintrão) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A menina declara na reportagem de TV: "quando falo que luto boxe, as pessoas até dão um passo para trás!" . Bem, veja só, eu que não sou dado a ter medo de qualquer coisa, também daria um passo atrás. Imagino o gatinho todo interessado (porque a menina é linda, loira de olhos claros), depois de pavonear suas qualidade e atributos, perguntar: "e você, o que faz?". E ela responde: "luto boxe."

Ninguém entra em uma relação para brigar, é evidente. Mas é difícil imaginar uma relação sem crises ou eventuais desentendimentos sérios. Já imaginou? No meio da discussão ela fica magoada com um argumento ou uma afirmação e, pimba!, dá um gancho de direita? "Ai, meu bem, desculpe, eu não queria fazer isso!" e o sujeito todo estrupiado na maca da ambulància, entrando no pronto socorro com o maxilar esfacelado.

Olha, me desculpe a gatinha loira da reportagem, mas eu também daria um passo atrás. E nem precisaria ter qualquer caso com ela. Imagine uma situação de trabalho. Ela vem e apresenta aquela tarefa que não ficou boa. Sua função na chefia é advertir, orientar e, eventualmente, dar uma bronca. "O quê?!", diz ela levantando os braços em posição de defesa. Eu, heim? Não quero isso para mim.

Outro dia, ouvi a história de um casal que gosta de trocar tapas enquanto se ama. Pensei nos cantados e recitados tapinhas de amor. Não, não é isso. Eles trocam tapas mesmo. Ela pede: dá na minha cara! E o cara dá. Não é tapinha, não, é tapa mesmo, de mão cheia. E ela adora. Parece que ela também dá nele. Puxa, como deve ser uma briga desse casal? Com faca de churrasco?

Imagino esse cara do tapa na namorada em começo de namoro com a loirinha lutadora de boxe. "Querida, eu gosto de dar tapa na cara", fala ele. E a namoradinha, encantada, fala: "então dá, amor!". E ele, plaft!, bate carinhosamente. É evidente que (na minha fantasia) a lutadora de boxe gosta e diz: "eu também quero dar!". Ele sorri excitado e diz: "vem". Pau! , ela bate. Ele cai, olha para ela incrédulo e declara: "apaixonei!". E desmaia.

Você pode achar que estou maluco. Mas é verdade. O casal que troca tapas existe, como existem muitos casais que gostam desses momentos de tapas amorosos, uma coisa muito estranha para os meus padrões. Não consigo me imaginar fazendo isso. Nem bater, nem apanhar por amor. Mas tem gente que ama assim. E até onde sei, gente que vive feliz. Casais que se amam literalmente entre tapas e beijos. E não são tapas de briga, mas tapas de amor.

Amor assim eu dispenso.

Se bem que a loirinha da reportagem era bem bonitinha, viu?

(hehehe... já estou imaginando alguém dizendo... "tá ficando muito saidinho, vai levar na cara!" ahahahah).

Maurício Cintrão
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