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Artigos-->O secador -- 07/06/2007 - 15:00 (Athos Ronaldo Miralha da Cunha) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




O secador

Athos Ronaldo Miralha da Cunha



A manchete no jornal era incisiva “mulher gremista mata marido colorado”.

Parecia o título de uma crônica bem-humorada de algum debochado colunista esportivo. Infelizmente não. Nesse caso, o que transparecia ficção era uma realidade trágica no litoral norte gaúcho.



Uma discussão, que deveria ser trivial, na noite em que o Grêmio venceu o São Paulo pela Copa Libertadores, o marido acaba com uma facada no peito. Então, nos perguntamos: o que seria mais importante na vida de um casal?

Quando falamos em paz nos estádios não estamos afirmando que seria impossível um casal passear de mãos dadas pela praia, mesmo sendo um colorado e outro gremista e a praia seja Imbé.



As divergências esportivas deveriam manter-se no campo da flauta e do sarro. São esses debates nas segundas-feiras que mantém a dupla Gre-Nal como clubes de primeira linha. O Internacional e o Grêmio são grandes porque têm torcidas apaixonadas.

No entanto, a Copa Libertadores tem a capacidade de liberar esses instintos mais primitivos. Pulamos e nos abraçamos como faziam os Homens de Nandertal. O que não quer dizer que devemos nos matar, uns aos outros, a cada vitória ou derrota do time do coração.

Convenhamos, nossas vidas não são comparáveis a um gol de chiripa do Tcheco ou a um golaço do Alexandre Pato.



Lá em casa existe essa semelhança, mas a convivência é pacifica, com a pequena e fundamental diferença de que o único fanático sou eu. Mas eu sou um péssimo secador. No primeiro gol do Grêmio eu desisto. Desligo a televisão e vou ler um livro, jornal ou saio à cata de algum filme na televisão.

Naquela noite, após o gol do Porto Alegrense, eu optei pela companhia do livro “A mulher de costas” de Márcia Tiburi. De repente estoura um foguetório na noite de Santa Maria. Comentei com a gremista ao meu lado que deveria ser o Clube Dores chegando de mais uma vitoriosa campanha de um torneio nacional de bochas. Aqueles caras são feras. Conclui enfaticamente.



Em minutos a gremista estava dormindo e eu com “A mulher de costas” no colo fazendo as contas de quando seria o cruzamento do co-irmão com o Boca Juniors.







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