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Artigos-->Aborto - falsa polêmica do CONTRA ou A FAVOR -- 17/05/2007 - 23:46 (Tânia Cristina Barros de Aguiar) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ainda consigo me surpreender com a capacidade que temos, no Brasil, de criar falsas polêmicas. Ou polêmicas em cima de falsas premissas, talvez fosse mais apropriado para conceituar a forma como o debate está sendo conduzido, na questão da DESCRIMINALIZAÇÃO do aborto.

Não conheço uma única pessoa que seja a favor do aborto.

O que não admito é me dar o direito de decidir por uma mulher.

Estou convencida de que eu teria o direito de ser contra se eu assumisse alguma responsabilidade com essa mulher.

Por exemplo, se uma mulher da minha família quisesse interromper uma gravidez não planejada, eu poderia dizer - não faça, eu vou lhe ajudar.

Assumo a responsabilidade de lhe ajudar a educar a criança. Ou me disponho a adotá-la.

Mesmo assim, o direito de decidir seria dela. Eu não posso obrigar uma pessoa a assumir uma responsabilidade para a qual ela não está preparada. Ou julga que não está.

A beleza da maternidade é a escolha. Ter um filho significa assumir um compromisso com uma vida. Porque a vida não se dá pelo ato de respirar, de estar no mundo.

Podemos dizer que têm vida as crianças espancadas, abandonadas, vítimas das drogas, da exploração sexual?

Que vida é essa que se defende?

Eu acredito que muitas pessoas que são ferozes na defesa dessa "vida", são semelhantes àquelas que defendem a pena de morte. São aquelas que acham que a mulher engravidou porque quis. Querem punir a mulher com a responsabilidade de parir.

A sociedade gosta de pensar que pode punir as pessoas. Que tem o poder de fazê-las pagar por seus "crimes".

As estatísticas estão aí para mostrar. A realidade está aí, na cara: as mulheres assumem a maternidade e criam seus filhos. Têm mais responsabilidade com suas crias que os homens.

É, pode quem quiser ficar com raiva, mas é a verdade.

A responsabilidade com os filhos fica, invariavelmente, na maioria absoluta dos casos, com as mulheres.

É claro que existem exceções.

Mas, no geral, é ás mulheres que cabe essa responsabilidade.

Por isso eu considero inadmissível que se queira criminalizar e não oferecer assistência a uma mulher que decide não ter um filho.

Como eu, como ser humano, posso achar que tenho o direito de decidir por uma outra pessoa, numa questão como essa?

É de um autoritarismo absurdo imaginar que se possa estabelecer, através da lei, uma proibição dessas.

Principalmente em um país que tem uma realidade como a nossa. Uma realidade que muda para melhor mas que ainda não atingiu a capacidade de amparar todas as pessoas, de garantir-lhes os direitos básicos da cidadania.

Há muita gente de bem que está equivocada nessa questão. Gente que venceu na vida, que acha que é possível superar tudo e ter sucesso. Gente que acha que todos conseguem um lugar ao sol, se quiserem. Mas isso não é verdade.

Há muita gente sem escolha. Muita gente que sofre. O sol não nasceu para todos, pessoal.

Mas um dia vai nascer. Nisso eu acredito.

Mas não posso aceitar que mulheres pobres continuem usando garrotes, agulhas de tricô, medicamentos perigosos, sem controle médico, para provocarem aborto. Só as pobres. As que tem dinheiro, certamente encontrarão uma clínica disposta a fazer uma aborto com anestesia, com toda a segurança. Porque ter DIREITO, na verdade, é ter DINHEIRO. Aí, a sociedade vai penalizar as mulheres pobres, que continuarão morrendo de infecção, hemorragia. Sou contra o plebiscito. Essa é uma questão de direito privado. A mulher tem que ser dona do seu corpo. Pelo menos disso.







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