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Poesias-->A LUZ DO TEU SORRISO -- 17/07/2002 - 17:35 (J. B. Xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A LUZ DO TEU SORRISO

J.B.Xavier





Feres-me o coração,

Rasgas-me a alma,

Quando me lanças esse olhar de indiferença,

Essa omissão, que mais me destrói a cada dia...

Deixa-me, se já não te apraz o meu ninho,

Mas recusar-me o gesto de carinho,

É me lançar nesse oceano de agonia...

Segue os ditames de tua consciência

Mas não expulses do olhar essa inocência

Pela qual, um dia, me apaixonei...

És maior que tua indiferença, bem o sei,

Maior que minhas próprias crenças...

Maior, muito maior do que tu pensas,

E no amor infinito que te dediquei,

Foste um dia a mais gentil das recompensas...





Feres-me o coração,

Feres-me a alma,

Quando renegas assim, nosso passado.;

Quando as nuvens dos sonhos

Forravam o chão de nossa caminhada...

Não blasfemes contra a meta inalcançada,

Nem maldigas os caminhos que nos separaram...

Bendize os amores de todos os que te amaram,

E que, como eu, cruzaram por tua estrada...

Em meu mundo foste a voz entrecortada,

De um amor que foi às raias da loucura...

Foste a promessa, o beijo, o presente, a jura...

Os hinos, as ausências, as saudades, a esperança

De um sonho que se desfaz quando se alcança...



Rasgas-me a alma,

Rasgas-me o coração,

Quando sequer deixas-me ficar à distância

Na qual, sonharei meus sonhos, e acalmarei a ânsia,

De te ver seguindo noutra direção...

Até onde me for possível, seguir-te-ei os passos,

E se um dia, dominarem-me os cansaços,

Segue em frente, e não olhes para trás.

Porque se olhares para outrora, hás de ver,

Uma alma feliz e adolescente,

Que se entregou total e alegremente

Ao teu amor, e por ele está a morrer...



Rasgas-me a alma,

Feres-me o coração,

Quando recusas a mão

Que cheia de carinho te ofereço...

Não serei eu a estabelecer um preço

Pelo qual possa comprar os teus amores...

Dispostos a pagar esse tributo,

Deve haver outros tantos compradores,

Que nada entendem de carinho e afeição.

Eu não quero, para lembrar-me o paraíso,

Nada além de alguns segundos de atenção,

E a luz ocasional do teu sorriso...



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