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Poesias-->...A LONTRA.... -- 09/07/2002 - 10:12 (Lenine de Carvalho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




>

> LONTRA

>

>

> Havia uma lontra.

> Eu estava dentro do barco,

> No rio Paraná.

> Fazia de conta que pescava,

> Ouvindo a música da água,

> Dividida pela proa do barco,

> Ancorado longe da margem.

> Então,

> A lontra apareceu,

> À direita, a poucos

> Metros de distancia.

> Tirou apenas a cabeça

> Fora da água, com um peixe

> Na boca,

> E olhou-me com olhos

> Redondos e profundos.

> Mergulhou novamente,

> E era como se não tivesse

> Estado alí.

> Mas,

> A visão daqueles olhos

> Permaneceu,

> Flutuando sobre o rio...

> Sòzinho no barco

> Busco na superfície líquida

> Aqueles olhos,

> Conhecedores de profundidades

> Que nunca alcançarei.

> Mas,

> O rio é um espelho

> A refletir um céu falso,

> Com inexistentes nuvens.

> Sou tomado então,

> Por uma dolorosa ansiedade

> De ver novamente a lontra,

> O pelo liso e escuro

> Brilhando na água.

> Parece ser tão macio...

> Parece pedir uma caricia...

> Mas não,

> Caricias, carinhos, são coisas

> De humana invenção,

> Para sabotar angústias,

> Enganar carências,

> Dissimular inseguranças,

> Afastar solidão...

> Silenciosamente,

> Ela apareceu novamente,

> Mais próxima agora,

>

>

>

> Como que para investigar

> Quem era aquele bicho estranho

> Que estava alí,

> A perturbar a harmonia

> E o equilíbrio

> De seu mundo perfeito.

> Pude observar melhor aqueles olhos

> Líquidos, brilhantes, redondos, expressivos,

> Pareciam querer dizer-me algo,

> Pareciam querer transmitir

> Alguma mensagem,

> Muito, muito importante,

> Sobre nós dois,

> Alí,

> Naquele lugar,

> Naquele momento...

> Esforço-me por compreender,

> Tento,

> Agora quase em pânico,

> Entender o importantíssimo

> Segredo,

> Que a lontra quer me transmitir.

> Tenho medo de não conseguir,

> Tenho muito medo

> Que se perca para sempre,

> Algum tipo de estranha revelação

> Que brilha misticamente

> Naqueles olhos escuros...

> Estamos imóveis,

> Eu e a lontra,

> No meio do rio Paraná,

> Em uma tarde feita só para nós dois

> E o rio.

> Fito aqueles olhos,

> Agora já familiares,

> Conhecidos desde a primeira

> Noite dos tempos,

> E uma compreensão mútua nos une então,

> Apesar de termos corpos diferentes,

> Pertencemos ao mesmo

> Misterioso princípio

> Que nos une

> Neste instante mágico

> Tornando o momento infinito...

> Lentamente, ela mergulha.

> Lentamente, eu volto onde estou...

> Mas, agora,

> Já não tão só...

>

>

>

>

>

> Autor: Lenine De Carvalho

>

> www.loboazul.hpg.com.br

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