Entre muitos outros assuntos que preocupam e apoquentam a justiça portuguesa, no programa "Prós e Contras" de ontem na RTP, abordou-se o "Habeas Corpus" pedido por cerca de 10 mil cidadães em favor do sargento Luís Gomes, desiderato que após apreciação foi recusado e que agora implica no pagamento do respectivo expediente processual, à volta de 500,00 euros, condicionalismo que foi previamente reconhecido e aceite pelos peticionistas.
Ora, no referido programa, um magistrado convidado, a folhear em pose eloquente o código adequado, informou com o maior descontracção que os 500,00 euros teriam de ser pagos individualmente por cada um dos assinantes através das comarcas onde porventura residissem. Feitas as contas, o cofre judicial apresentando-se assim para recolher o insignificante montante de 5 milhões de euros, teria de ter a enorme trabalheira de elaborar 10.000 processos de cobrança!
Esta surpreendente revelação foi atirada parra as audiências presente e televisiva. Palavra, não sendo nada comigo, fiquei aparvalhadamente cheio de medo e intimidado. Todavia, reolhando melhor o magistrado que emitiu tal parecer, verifiquei de imediato o sinal que motivará que a nossa justiça esteja no estado que todos vemos, ouvimos, sentimos e silenciosamente lamentamos.
Ai, santinho meu, cada vez mais me sinto confuso entre os enormíssimos pares de botas que a justiça tem para descalçar ou, como no filme de guerra a preto e branco que já vi há muitos anos: "Todos morreram calçados".
Estará a justiça portuguesa deveras senil e ninguém dá por isso?!...
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