... os anódinos e seguidistas da escrita, fora a mal disfarçada utilidade de aprenderem, uns por incapacidade natural e outros por presumida capacidade, sabem lá ao que cheira o autêntico exercício de escrever por dentro e para fora das coisas que nos apertam a existência!
Admira-me que haja tanta gente no espaço da portugalidade a enfiar carapuças, ou barretes, quando um escriva atinge o fedor da massa global das escrecências. Admira-me, embora não reclame o privilégio, porque só em Portugal é que existe o tradicional hábito de pegar touros à unha e também só os aguerridos forcados, quando vão abraçar o cachaço dos bichos pela córnea, é que enfiam o barrete, vermelho e verde - à portuguesa - imediatamente após uma benzidela em direcção aos astros.
Admira-me, porque se eu tomasse por escritural motivo, ou mote, o histórico anódinismo de Cleópatra - é certo que chatearia muita gente - mas, até morrer, daria sem dúvida cabo de muitos teclados, enquanto tivesse dedos e vista para fazer decorrer o estúpido fraseado da mesma coisa. A mesma coisa, em escrita, é só função do professorado e de quem se sinta voluntáriamente bem a ensinar o próximo (olha, se eu não acrescentasse este último período). Também em sexo ou seja no que for, a mesma coisa não dá bom resultado. Que o diga a cambada de córnuptos que anda por esse mundo fora, salvo os touros e quejandos, evidentemente!
----------------- Torre da Guia -----------------
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