"Toda a esquerda brasileira se beneficiou da anistia, porém uma parte nunca aceitou a reciprocidade com relação aos militares que atuaram na repressão política. Da mesma forma como não votou a favor da eleição de Tancredo Neves no colégio eleitoral, não reconheceu o papel do ex-presidente José Sarney na transição à democracia e não endossou a Constituição de 1988. Ao longo dos anos, alimentou o desejo de um ajuste de contas com os torturadores e ainda vive em escaramuças com os militarees na Comissão de Anistia. O ministro da Justiça, Tarso Genro, já fez parte desses setores e de vez em quando tem suas recaídas. Agora, ingenuamente, resolveu propor a mudança da Lei da Anistia para punir os torturadores e assassinos do regime militar e provocou uma onda de indignação nos quartéis. Não respeitou o histórico acordo referendado no Congresso com a aprovação da Lei da Anistia, que acelerou a democratização do país e a volta dos militares à caserna. Romper esse acordo é chamar os militares de volta à luta política, daí porque o ministro da Defesa, Nelson Jobim, que acompanhou todo o debate da anistia e já presidiu o Supremo Tribunal Federal, fez muito bem em dar um chega prá lá no seu colega da Esplanada. Como dizia o Cabo Dias, `passado é diamante, ninguém joga fora`. Afinal, a esquerda também cometeu seus `crimes de guerra` duranta a luta armada".
Luiz Carlos Azedo, in "Passado é como diamante", em sua coluna Nas Entrelinhas", Correio Braziliense, Seção "Política", 3/8/2008, pg. 6.
Obs.: O cabo Dias a que se refere Azedo é o baiano Giocondo Gerbasi Alves Dias, um dos comunistas que tomaram Natal por três dias durante a Intentona Comunista de 1935. Está provado que, com o seminário promovido por Tarso Béria Genro, este não quer promover a Justiça, mas apenas o justiçamento dos militares que combateram a Peste Vermelha. Coisa típica de comunista safado, como já repeti várias vezes (F. Maier).
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