ETERNIDADE DOS AMANTES
Vou nessas derradeiras horas
Do ano que me levou a ti,
Com emoções mistas, mas emoções…
E digo Adeus às horas mortas,
E a Deusa rasga o pano do palco
Que foi minha vida toda…
Atos de pessoas que se foram,
Algumas deixando amarguras e dor,
E outras, momentos sublimes e intensos,
Momentos importantes, mas do Passado…
Quanta música e paixão nessas lágrimas
derramei...
Mas não me arrependi.
Sofri, chorei, fui feliz e sorri:
Sentimentos que foram longe, lá, no Passado…
A felicidade se encontra num desencontro,
Depois se expande e transcende
Corpo e alma, ansiosa e sedenta do Algo Mais...
Não há fogo mais doce no peito
Amar-te, desejar-te desse jeito,
E se pudesse descrever um instante,
Tu me dirias, meu Amor, que
Esse não é, porque intenso e denso:
Só pode ser a Eternidade dos Amantes…
Já passaram minutos em versos,
Lágrimas internas que segurei:
Deságuo no teu doce oceano…
E as dores morrem no eflúvio
De uma onda rica de espuma,
Que traz, espraiando-se segura,
Um abraço infindo de Paz...
31.12.1999 – 20h37
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