Quem nunca foi assim subjugado por uma paixão ilógica e estranha? Quem nunca perdeu o domínio do corpo e do pensamento? Quem nunca ficou assim pequeno, capotado como um fusquinha antiquado?
E a situação fica mais estranha quando nós, já com algumas experiências pós-adolescência e conhecedores das armadilhas da idade adulta, de repente nos pegamos com idéias fixas numa mocinha de vinte e um, não mais! E nem ela é assim de uma beleza evidente; ao contrário, é comum. E aí que mora o perigo. Pois a simplicidade sempre cativa sem artifícios.
Minhas primeiras atitudes depois que começou os sintomas dessa paixão inesperada, que pode ser apenas mais uma, ou não; que pode ser apenas uma neurose, ou não; mas o fato é que é incomodo. É como se a outra pessoa, como um encosto, estivesse alojada na gente.
Nem a conheço mais profundamente. Nenhum motivo assim que eu decantaria num verso; um surto que mal cabe nesta crónica, que para não enlouquecer comecei a escrever para exorcizar. Talvez eu busque uma analista ou tente a meditação. Ou quando encontrá-la de novo, criando coragem, diga: "andei pensando muito em você, por que será?"
Muito patético?
Bem, mais seria lindo se derepente desse certo e ela saísse por aí andando de mãos dadas comigo; aí sim poderia haver a possibilidade de um maravilhoso poema que só os encantos de uma moça fresquinha em flor pode proporcionar.