O amor evoluiu muito desde o tempo das cavernas, na idade da pedra o homem escolhia a mulher, corria atrás dela, agarrava-a pelos cabelos e a levava para viver com ele. A escolha era natural, simples, espontânea. Sem todos esses aparatos que a sociedade moderna nos impõe com rigidez, sem necessidade de pesquisas, de baladas, de sites de encontros, de tempo investido em conquistas e sedução.
Desconfio que muito desse amor ancestral ainda permanece vivo nos nossos inconscientes, apesar de todas novidades tecnológicas, românticas e sociais, o estágio de civilização em que se encontra a raça humana parece camuflar nossos instintos mais básicos de sobrevivência.
O amor é cósmico e microscópico ao mesmo tempo, a água só existe por causa da paixão das moléculas do hidrogênio pelas do oxigênio, o sistema solar só existe por causa da atração irresistível que o sol exerce sobre os outros planetas.
Então existe no ar uma guerra interminável entre os instintos e o amor , são batalhas infindáveis dentro dos limites de nossas consciências
O amor é como agente secreto que faz o jogo duplo, um espião que trabalha para os dois lados, muitas vezes bizarro em suas variações masoquistas e de sofrimento platônico e sublime nos seus carinhos românticos, devaneios de afeição , os instintos são suaves na ternura mais violentos no desejo, não existe fronteiras entre os dois apesar de parecerem tanto com água e óleo.
O marco zero do amor talvez tenha sido o dia em que a mulher descobriu que além de um homem para lhe puxar pelos cabelos ela também queria um que lhe amasse e a quisesse não só para ser a mãe de sua prole e sim para ser sua parceira