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Poesias-->CUNHAPORÃ, UMA HISTÓRIA DE AMOR - X - A VINGANÇA DE TUPÃ -- 30/06/2002 - 07:43 (J. B. Xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
CUNHA PORÃ compõe-se de onze capítulos. Aconselho aos leitores que efetuem a leitura a partir do primeiro, seguindo seqüencialmente a ordem crescente, para que o entendimento do enredo não fique prejudicado.



* * *



CUNHAPORÃ - PARTE X - A VINGANÇA DE TUPÃ

J.B.Xavier





O Céu protestou tonitruante

No instante

Em que a voz de Yara

Entrecortada,

Velada,

Bradou:



"Quem ri de Yara?

Quem ri de Jassy?

Quem zomba de todos

Os planos traçados?

Quem sois, desgraçado

Que vindo dos lodos

Postaste-te aqui?



Infeliz para sempre e maldito sê tu!

Que a honra das tabas por terra jogaste.

Outrora tu foste o grande Ygarussú,

E agora és no mundo seu último traste.



Tamanho crime jamais terá

Castigo suficiente...

Tamanha dor jamais será

Ausente...



Que Tupã se recorde do traidor

Que para matar

Usou o nome

Do amor...”



E o Céu trovejou em estalos sombrios,

Nos montes as chuvas correram nos rios

Alagando a floresta em terrível castigo.

Acima das nuvens Tupã se irritara

E cedeu à vingança, ouvindo de Yara

O crime terrível, na morte do amigo...



E sua voz chicoteou tonitruante

Pela noite assustada, nesse instante...



"Vil és tu, mortal guerreiro, que ousaste

Pôr em ti essa insana majestade.

Vil és tu, mortal guerreiro, que empunhaste

Torpe flecha com tamanha insanidade.



Sê maldito e sozinho sobre a terra,

Que a teus passos murche a relva e o ar ameno

Ao sentir que a Morte em ti, toda se encerra

Se transforme no teu peito em vil veneno.



Que teu pranto amigo algum não enterneça.

E que a dor que agora sentes mais se amplie.

Nem o pão ao teu sustento tu mereças,

Nem o Amor, em teu amor, se vanglorie.



Que tuas forças abandonem os teus braços,

Que tua noite traga espectros medonhos.

Moça alguma te ampare em seu regaço,

Nem se façam realidade os teus sonhos.



Vil és tu, mortal guerreiro, e mais o seja

Quem ousar fazer da Morte sua musa.

Infeliz por sobre a terra é quem deseja

A traição! e quem mata! e quem acusa!



Não encontres rio algum, onde, cansado,

Possas tu a louca sede mitigar.

Nem os restos do jantar abandonado

Possa enfim a tua fome debelar.



Que teu crime hediondo não se apague,

Que acuado vivas sempre eras e eras.

Que o espírito inconstante apenas vague

Eternamente, se frustrando com quimeras.



Levarás a eternidade procurando

O teu amor, e mergulhado na saudade

Hei de escutar em ti o pranto, e soluçando

Não terás em parte alguma a caridade.



Que à tua volta rondem sempre os inimigos.

Que o procurar seja só inutilidade.

Saibam todos que mataste teus amigos,

e que essa busca vá ao fim da Eternidade.



Tu, covarde, que mataste um sonho amado,

Não há preço algum que a mim possas pagar.

Sê maldito, e sozinho, e desgraçado.

Vivas tu por esse mundo a vagar.



Sejas tu até o fim da tua vida

Um eterno e esquecido vagabundo.

Povo algum jamais te dê sua acolhida.

Sê maldito e sozinho neste mundo!



FIM DA PARTE X



* * *

















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