A algum tempo que disseste vir me procurar...
A algum tempo que tudo está no mesmo lugar.
Ouço a chuva deitar no asfalto, sinto o cheiro de terra e mato, mas não vejo você chegar.
Enquanto o silêncio se aloja, a cabeça em par com o peito, não cessam de saudades sangrar.
O meu brado acontece feito sussuro, contudo, na casa, não há ninguém pra ouvir.
E tantas foram as vezes que fui te procurar. Relegado ao momento, quase sempre me pedias pra esperar.
E agora que o tempo despousa o dessassossego de minha alma, nada tens a falar.
Se me amas como a tua boca diz, por que em teu colo, dás guarida a essa mortalha que me absolve o corpo feito correntes a me matar.
Se hoje é absurdo te amar,
Cometo o erro consubstânciado ao desejo mortal que vive a alimentar.
Não me arrastes a tormenta,
Não me furtes o direito à vida.
Se a tuá ótica é uma lógica, por favor! Não hesite senhora em me libertar!
Se ignoras ou não sabes o que tanto almejo.
Por favor me deixe libertar ou me permita te ensinar a amar.Pois com certeza, desse realejo, não posso querer, por tuas sedosas mãos nesses maus tratos ficar. |