O SENTIDO
Procuro loucamente,
Um lugar.
Um espaço vazio, distante.
Onde possa me hospedar.
Por um dia,
Um dia só, que dure a eternidade.
E assim,
As coisas talvez se resolvam
Mas, a quem interessa?
È poético na medida que o desejo me envolve
E fico a admirar
As contradições da vida
A minha, principalmente.
O momento, ah!
Quão valoroso!
Numa corda equilibro-me
A brisa, a mais leve e suave brisa é perigosa
Por um instante desequilibro, caio.
Solto no ar qual pássaro baleado, caio.
Meu sonho intenso, realiza-se.
Vivo
Um momento eterno
O mundo lá embaixo
Eu livre, desacorrentado
de tudo e todos os sentimentos de amor.
Mas chego
Estou chegando para o chão
Meu coração dispara
Sente o vácuo que choca-se contra o meu corpo
O sólido e frio chão some
Caio só, no chão comum
Não! Agora não!
O mundo
Eis a realidade.; nua, despida, feia
Eu.; o amor fraco, solúvel, homogêneo.
A voz trépida,
Fôlego ofegante,
Sou um homem
Um homem que chora
A mina pura de água homeopática
Que escorre como enxurrada varrendo
O lixo da existência.
(Rodrigo, 25/05/2002) |