QUE PENA
Que pena,
Não, novamente não.
A visão se estende ao após
E lá vem outra vez o sentido inóspito ao corpo.
Que pena,
Agora sim.
Eu, o caminhar por entre as pessoas.
Estranhas pessoas.
Névoa de cinzas cobrindo a cara.
O olhar mente diante da verdade.
Refração do mundo sob a ótica de óculos quebrado.
Talvez.
Amor, eis a palavra!
Ofuscando o resto de razão.
A cegueira propalada.
Que pena,
Amar ainda é preciso.
Sei lá.
Talvez não ... mas.
Quem viveria sem?
Uma súbita arrebatação nos envolve em dias comuns.
A imanencia é propria.
É automático.
Viver é amar.
Precisamos viver.
Precisamos. . .
Que pena.
(Rodrigo, 30/03/2002)
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