A imprensa brasileira quer a todo custo colar nas páginas da história um ícone da reportagem no Brasil. Assim como nos Estados Unidos, quando os jornalistas do Washington Post Bob Woodward e Carl Bernstein fizeram o presidente Richard Nixon renunciar no ano de 1974.
Hoje, no País, qualquer indício de qualquer coisa que alguém disse me disse vira crise grave. E coincidência desses afazeres com a eleição seria por acaso? Todo dia tem pano pra manga na mídia em geral sobre o dossiê dos sanguessugas. Mas esclarecer o conteúdo do tal "dossiêgate" ninguém se presta. O noticiário virou uma espécie de show business para uma parcela da sociedade se indignar com os factóides publicados.
Jornalistas de plantão correm como loucos para conseguir algum documento que possa derrubar o presidente. Ainda mais quando a bola da vez é um metalúrgico que não representa uma classe puramente consumista. Caso consigam, a vitória será dupla: a dos "traficantes da informação", que são o que são por conta de um grupo que se mantém no poder do Brasil há séculos.
Por isso, volta e meia o caso Watergate bate no trapézio de jornalistas ambiciosos que querem ilustrar o sorriso de alguns políticos: Arthur Virgílio, Heráclito Fortes, Jorge Bornhausen, Antônio Carlos Magalhães, José Agripino, Geraldo Alckimin, Tarso Jereissati, Fernando Henrique Cardoso, um bando de oportunistas que não querem largar o osso da decadente máquina pública que tradicionalmente suas famílias tomaram de conta. É como se o Estado brasileiro fosse uma empresa deles e de repente alguém o tivesse surrupiado. Agora querem de volta e a todo custo. Custe o que custar.
Como o Brasil ainda não tem um repórter para ser lembrado para todo o sempre como o profissional da imprensa que conseguiu derrubar "o" presidente, sempre vão correr contra o tempo para conclamarem o "mártir" do jornalismo tupiniquim. Enquanto esse dia não chega, vão disparando incansavelmente sua munição na esperança de alcançar a consumação da plena vaidade profissional em prol de alguns "funcionários" que não se conformam com a demissão eleitoral nas urnas pelo verdadeiro povo brasileiro.
Há quem duvide que o papel do jornalismo é prestar um serviço à sociedade. Sem dúvida nenhuma essa é sua função. Mas há que consignar um ponto: qual sociedade será servida? A dos “farropilhas” ou a dos coronéis?