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Artigos-->CIENTISTA E PROFESSOR -- 11/09/2006 - 11:55 (Délcio Vieira Salomon) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
CIENTISTA E PROFESSOR



Délcio Vieira Salomon





Há algum tempo, os aposentados foram xingados de vagabundos por sua Alteza FHC. Estava contrariado, ao ver centenas de funcionários públicos federais se aposentarem, antes de com-pletar o tempo, diante da ameaça de cassação de seus direitos.



A oposição já foi chamada de neoboba e carcomida. Estava contrariado, diante das críticas pesadas e persistentes a seu autoritarismo e à entrega do patrimônio nacional a grupos estrangeiros.



Hoje os jornais estampam: “Para FHC, se a pessoa não consegue produzir, ser cientista, coitada, vai ser professor”. Estava contrariado, pois foi obrigado pelo Judiciário a pagar aos professores universitários em greve o salário retido injusta e ilegalmente.



Sempre que sua vontade soberana é contrariada, ele apela para o sarcasmo. Ainda que para os áulicos seja manifestação de “finesse d’esprit”. Quantas vezes seu destempero verbal contra o Legislativo e o Judiciário já não colocaram em choque os três Poderes e sob ameaça a sociedade.



Já confessou um dia que o título de professor não lhe traz nenhum prestígio. Considera-se cientista social, sociólogo.



Na verdade deve ter até hoje vergonha de ter sido professor (de fato não o foi), apesar de receber como professor, e não como cientista ou sociólogo, gorda aposentadoria.



Pousou de “príncipe dos sociólogos brasileiros”, quando Oracy Nogueira, Florestan Fernandes, Otávio Ianni, e vários outros tiveram produção superior a sua. Já está denunciado que FHC e Faleto piratearam e plagiaram textos sobre “a teoria da dependência” (que o diga Ruy Mauro Marini). FHC sempre acusou “rancor” contra o socialismo na América Latina, por isso “lidou com a dependência através da absoluta ausência de uma teoria do imperialismo”.



Esperamos que o blefe de antigo cientista social e hoje o de estadista sejam desmascarados na campanha de 2002. Enquanto aguardamos esse dia, é bom ficarmos atentos. Voltando ao sarcasmo contra o professor, cumpre ressaltar: com a repressão de seu id, FHC acabou se projetando, ao desmerecer a função do professor, por considerá-lo um incompetente que não conseguiu ser cientista.



Os professores universitários, o sabemos, não temos como ele a vaidade de sermos “cientistas”. A rigor, nem ele jamais o foi. Embora por vaidade se autoproclame. Aliás, Leonardo Boff já o declarou: “FHC é um pseudo-intelectual”. O autêntico cientista não trocaria sua carreira pela política, pois não o movem o poder e o dinheiro, ao político, sim.



Nós professores (e nos orgulhamos de o ser) não temos essa vaidade. Apenas temos a vontade de produzir conhecimento (através da pesquisa e do trabalho científico) e de transmiti-lo, pois nosso agir é em função da indissociabilidade do ensino e da pesquisa.



Assim como do cadáver de um cão na estrada, salva-se, ao menos, a brancura dos dentes, também da fala do presidente algo positivo há de se aproveitar. Revelou pela primeira vez sua con-cepção de universidade: uma instituição formada de meros ministradores de aula, que ele chama de professores.



Fora da universidade é que devem alocar-se os pequenos grupos de excelência para se dedicarem à pesquisa e gozarem do status de cientistas.



Revelação feita sob o guante do rancor, nem por isso o exime de ter perdido oportuna ocasião de ficar calado. Não foi em vão que o Au-tor Sagrado gravou no livro da Sabedoria: “Retém suas palavras o que possui o conhecimento (...) Até o tolo quando se cala será reputado por sá-bio” (Provérbios, 17: 27,28).

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