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Artigos-->Melancolia ou depressão? -- 29/07/2006 - 00:52 (Isabela Fani Dias) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Enquanto as amigas demonstravam uma felicidade característica dos adolescentes, Mônica (nome fictício) freqüentemente se sentia envolvida por um sentimento de tristeza que lhe tirava a motivação para atividades que para as outras eram divertidas. Ela não conseguia entender o porquê. Sem motivo lhe vinha uma melancolia e aquela sensação de vazio interior, onde nada estava bom. Mônica ainda não sabia, mas aquele sentimento não era de um sentimento qualquer, mas de uma doença chamada depressão.

Estima-se que entre 15 e 25% da população mundial podem sofrer uma crise depressiva no decorrer da vida. A depressão é um mal mais comum do que se imagina, segundo vários médicos. De modo geral, essas crises são vistas pelas pessoas como algo passageiro, uma “frescura”, “falta de Deus ou de uma religião”, ou até mesmo como uma fraqueza de caráter de alguém que não quer ou não consegue enfrentar as dificuldades da vida. A depressão é uma doença que deve ser tratada com seriedade que causa diversos danos; não apenas psicológicos como a perda da auto-estima e da autoconfiança, mas também físicos, pois atinge o apetite, o sono e a disposição física da pessoa.

Frederico Demétrio, psiquiatra do Grupo de Doenças Afetivas do Instituto de Psiquiatria do HC/USP, afirma: "Quando se fala da doença depressiva, falamos de um transtorno multideterminado. A tristeza é sempre relacionada a um evento vital de impacto negativo, enquanto a depressão não depende do evento inicial, ela tem vida própria".

A depressão altera a de realidade levando o indivíduo a fazer coisas, que não faria, ter atos que geralmente não teria... Imagine uma estudante que abandona seus estudos por não conseguir assimilação de conteúdos e por estar sem motivação. Depois de terminar o ensino médio com muito custo, Mônica trancou a faculdade mais de doze vezes, pois a doença atrapalhava sua concentração e, por mais que se esforçasse nos estudos, não consegui notas boas, o que lhe fazia se sentir uma garota burra, incapaz e com baixa auto-estima.

Quase vinte anos se passaram quando Mônica realmente descobriu que estava doente. Isso aconteceu já na idade adulta, quase que por acaso, quando ficou grávida e sentiu-se surpreendentemente bem. Aquele bem estar que atingiu Mônica durante a gravidez era algo novo e levou-a a procurar ajuda de um médico que diagnosticou seu quadro depressivo.

Por ser confundido com um desânimo cotidiano comum e por essa sensação atingir qualquer faixa etária (podendo ocorrer tanto em adultos, idosos e até mesmo em bebês), a depressão requer uma atenção especial para os seus principais sintomas. "A depressão tem características clínicas muito próprias. Ela se caracteriza por um humor sempre mais triste, mais deprimido. O indivíduo sofre de uma perda do interesse e prazer nas coisas, mas não é uma tristeza qualquer, é uma tristeza continua que ocorre diariamente, quase o tempo todo", assegura Frederico. Segundo o mesmo, a depressão é uma enfermidade que está presente em todos os aspectos da vida da pessoa.

É claro que no adulto, os sintomas são mais evidentes como os que afetaram Mônica, mas é preciso estar atento também para o aumento da ansiedade, queda da auto-estima e alterações no sono e no apetite, pessimismo, sentimento de culpa e idéias de morte. Esses sintomas, separadamente, são comuns e podem decorrer dos mais diversos motivos na vida de uma pessoa - mas cuidado - quando unidos e prolongados por mais de duas semanas, podem indicar um quadro depressivo.

Quando pensamos na infância temos a idéia de alegria, mas ela também pode ser afetada pela crise depressiva, mas no caso de crianças a depressão deve ser vista de modo diferenciado da que há no adulto. É preciso prestar atenção no comportamento das crianças com relação à "irritabilidade e ansiedade podem ser mais evidentes que a tristeza. A criança não vai atingir o que se espera dela em termos de socialização, amizades, brincadeiras ou notas na escola", alerta o psiquiatra. Ele assegura que a depressão na criança costuma ter relação com à hereditariedade para começar de forma tão precoce, "é importante alertar famílias que já tiveram membros com quadros depressivos para prestar atenção a mudanças no comportamento da criança". Frederico conclui, alertando os pais para não cometerem excessos, ampliando os sintomas e analisando o comportamento infantil.

Para o idoso, os sintomas depressivos se parecem a transtornos de sanidade, enquanto a perda de memória e da capacidade de raciocinar se confundem com as debilidades características da idade avançada. Nesse caso, a depressão não está ligada apenas a algo biológico, mas também está relacionada com doenças incuráveis, principalmente as enfermidades dolorosas ou aquelas que provocam limitações.

Existe também a depressão pós-parto, uma sensação que é muito comum nas mães de recém-nascidos. "É uma idéia quase delirante, mas de cunho depressivo. A gente vê que a mulher está extremamente triste, ela chora à toa, se a criança chora, ela também chora", explica Frederico. Apesar de ser um transtorno comum, a perspectiva de melhora é muito boa e as mulheres costumam responder bem ao tratamento.

O que o indivíduo que tem depressão deve fazer? Primeiro é encarar o fato de que depressão é uma doença e precisa ser tratada. Ele deve se tratar primeiro e não se impor grandes objetivos e evitar tomar decisões importantes nesse momento, pois - como com qualquer outra doença - seu organismo está debilitado. É importante para este indivíduo a companhia de amigos, de familiares, parentes e a prática de atividades de lazer, esportes, yoga,..., mas o que importa realmente neste momento é não aceitar os pensamentos depressivos e tentar destrui-los.

O indivíduo deve se conscientizar e levar o tratamento até o fim, pois sem esse tratamento a tendência é piorar o que pode provocar até mesmo suicídio. "Minha família sempre me ajudou muito e minha filha foi um dos meus maiores incentivos para superar a depressão", completa Mônica, que não toma medicamentos nem sofre crises há mais de quatro anos e está no terceiro ano da faculdade, onde é uma das melhores alunas da sala.

O depressivo, já no início do tratamento, começa a sentir as diferenças em seu modo de vida, ele pode e deve ter uma vida normal, sendo capaz de realizar tudo o que sonha!



Adaptado do texto de Marcos Jorge, 1994.
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