Usina de Letras
Usina de Letras
277 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62152 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10448)

Cronicas (22529)

Discursos (3238)

Ensaios - (10339)

Erótico (13567)

Frases (50554)

Humor (20023)

Infantil (5418)

Infanto Juvenil (4750)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140786)

Redação (3301)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6176)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->Belíssima e a ética da malandragem -- 12/07/2006 - 14:55 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Belíssima e a ética da malandragem



Félix Maier



Muito interessantes, esses nossos autores de novela. Depois de dezenas de anos promoverem na telinha global a “ética da malandragem” – no sábio dizer da socióloga Maria Lucia Victor Barbosa –, agora eles se mostram surpreendidos quando uma pesquisa da própria Globo comprova que boa parte dos brasileiros está com a “moral torta”.



Em entrevista à revista Veja, edição nº 1961, de 21/7/2006, Silvio de Abreu, autor da badalada novela Belíssima, revela-se “chocado com a tolerância do público com personagens canalhas”. Depois de enaltecer, ele próprio, anos a fio, tanta bandalha na TV, Silvio de Abreu enfim descobre o óbvio: “Uma parcela das espectadoras já não valoriza tanto a retidão do caráter. Para elas, fazer o que for necessário para se realizar na vida é o certo” (in “A moral está torta”, pg. 11).



Na tal pesquisa que “chocou” Silvio de Abreu, há colocações que dizem tudo, o fundo do poço em que chegamos: “Quero ser a Júlia porque aí eu pago mensalão para todo mundo e ninguém me passa a perna” (pg. 14). O autor conclui: “Olhe que absurdo: a esperteza desonesta foi vista como um valor. O simples fato de o presidente Lula dizer que não sabia de nada e não viu as mazelas trazidas à tona pelas CPIs e pela imprensa basta – as pessoas fingem que acreditam porque acham mais conveniente que fique tudo como está” (pg. 14).



É verdade que Silvio de Abreu, segundo suas próprias palavras, utilizou-se de uma personagem corrupta, Bia Falcão, para abordar a corrupção do dia-a-dia, especialmente a corrupção escancarada destes tenebrosos tempos lulanos. Porém, ele não pode esquecer que, durante anos, ajudou a promover o enaltecimento de tais personagens, na medida em que criminosos no final do enredo novelístico se saíam muito bem, fugindo do País para gozar sua impunidade em Paris. Silvio de Abreu, junto com outros autores de novelas da TV Globo, tem uma grande parcela de culpa de o brasileiro hoje ter sua “moral torta”. Não são, obviamente, os únicos culpados, porém não podem se mostrar “chocados” por algo que ajudaram a construir.



Obviamente, essa “moral torta” não foi, assim de repente, construída nestes tempos de corrupção generalizada, mostrada em alto-relevo em Belíssima. O entortamento da moral brasileira vem sendo construído há décadas pela mídia em geral e pelas novelas em particular. Além da corrupção, são enfatizadas nas novelas cenas de sexo explícito em horário incompatível para as crianças, onde existe uma profusa promiscuidade sexual, em que os personagens competem para ver quem transa com a maior quantidade de parceiros durante a trama - com ou sem camisinha. A moral é entortada quando a novela aborda a questão homossexual com a maior naturalidade, como se fosse “natural” a união de pessoas do mesmo sexo. “Natural”, nesse sentido, também o são a cleptomania e a pedofilia, já que tais elementos existem em abundância na “natureza”. O homossexualismo não é o fim do mundo, nem os homossexuais devem ser perseguidos ou punidos, pois ele existe, não pode ser escondido no armário, porém é, antes de tudo, uma exceção, e deve ser tratado como tal. A regra é a união do homem com a mulher, não existe “terceiro sexo”.



A destruição da família, a violência dos adolescentes, a falta de autoridade dos pais, o declínio da religiosidade, tudo isso vem sendo enaltecido nas novelas brasileiras. Faz parte da estratégia das esquerdas que isso ocorra, que o ateísmo materialista se imponha em nosso País. Tudo isso está devidamente registrado no “Decálogo de Lenin” (http://www.ternuma.com.br/decalogo.htm).



O “decálogo satânico” teve um grande impulso em todo o mundo através da Escola de Frankfurt (1), que enaltecia a “antiautoridade”. Theodor Adorno, que Barbara Freitag, da Universidade de Brasília, tanto enaltece em seus artigos no Correio Braziliense, é um dos expoentes da moderna técnica de educação socialista de nossos alunos. O resultado do estado calamitoso de nossas escolas não poderia ser outro.



As esquerdas são mestras em promover a balbúrdia e depois buscar um bode expiatório em outras hostes. Exemplos claros são as organizações criminosas Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC). Esquerdistas que apóiam Lula dizem que a culpa dos ataques do PCC em São Paulo é do ex-governador Geraldo Alckmin, que não conseguiu se impor frente aos bandidos. Porém, se formos procurar a origem desses grupos criminosos, vamos descobrir que sua gênese deu-se na Ilha Grande (2), onde terroristas esquerdistas ficaram trancafiados durante os governos dos generais-presidentes, ocasião em que aliciaram presos comuns, ensinando-lhes táticas de guerra de guerrilha. Na verdade, um grave erro cometido pelos militares.



“O nível intelectual do brasileiro de maneira geral está abaixo do que era na década de 60 ou 70, porque as escolas são piores e o estudo já não é valorizado como antigamente. Houve um dia, não custa lembrar, em que cursar a universidade era um objetivo de vida. O valor não é mais fazer alguma coisa que seja dignificante. As pessoas querem é subir na vida, ganhar dinheiro, e dane-se o resto” (pg. 14).



Certo, ganhar dinheiro como Silvio de Abreu ganhou esses anos todos, escrevendo lixo para a televisão, e o resto que vá para o inferno!





Notas:



(1) Escola de Frankfurt - Famosa escola de pesquisa sociológica alemã da década de 1920, deu ênfase, entre outras pesquisas, à “personalidade autoritária”. Tomando como ideal o “homem livre” (um tema sem teor científico, um mero sonho), deveria explicar por que, depois do Iluminismo e de Marx – agora, que pela primeira vez na história, a sociedade industrial estava finalmente organizada socialmente –, o mundo produzia ainda tantas personalidades autoritárias, líderes e seus vassalos. A chamada “Escala F” do livro “Personalidade Autoritária” (co-produzido por Max Horkheimer) “media” os traços da personalidade autoritária: 1) passividade automática ante os valores convencionais; 2) cega sujeição à autoridade; 3) inimigo da introspeção; 4) rígido; 5) pensamento mediante clichês. Enfim, tudo se destinava a determinar e quantificar o anti-semitismo, o racismo, o conservadorismo econômico etc. Max Horkheimer e Theodor Adorno foram diretores da Escola. Marcuse foi também um de seus membros. Na década de 1930, a Escola transferiu suas atividades para os EUA, fugindo do Nazismo, primeiro para a Universidade de Colúmbia, em Nova York, e depois para a Califórnia. Após a II Guerra Mundial, a Escola voltou a seu lugar de origem, Frankfurt.

A Escola de Frankfurt foi “erguida com o dinheiro de Hermann Weil, capitalista e explorador do trigo (e da mão-de-obra barata) argentino. Da cátedra da Escola, os seus integrantes mais notáveis (alguns deles filhos de banqueiros e milionários), diante da crescente supremacia do capitalismo, atiram sofisticados petardos contra o que julgam ser a ‘estrutura dominante’ da sociedade insustrial contemporânea. Um dos seus mais destacados mentores, Theodor Adorno (1903-1969) – que morreu de enfarte após uma aluna ter ficado nua na sala de aula para testar o grau de sinceridade do mestre pelas liberdades individuais por ele proclamadas -, era taxativo em afirmar (“Dialética Negativa”, 1966), por meio da ‘ênfase dramática’, que o mundo e as consciências viviam alienados e não tinham mais salvação, apontando a concentração do capital, o planejamento burocrático e a máquina ‘reificadora’ da cultura de massa como forças destruidoras das liberdades individuais (vindo daí, naturalmente, todo o arsenal crítico mais pretensioso contra Hollywood” (Ipojuca Pontes, in “Policitamente Corretíssimos”, pg. 42).



(2) Comando Vermelho (CV): organização criminosa do Rio de Janeiro, criada em 1979 no Presídio Cândido Mendes, na Ilha Grande, RJ. Nasceu da promiscuidade entre criminosos comuns e presos políticos. Seu principal fundador foi William da Silva Lima, o “Professor”, que pregava teses marxistas em sua “luta pelos direitos dos presos”. O CV virou um poder paralelo e passou a controlar o sistema penitenciário fluminense desde o início da década de 1980.









Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui