PitchGay estava impossível, brigava com Al-Boiola por qualquer coisa, andava extremamente temperamental, em uma TPM constante, o que já tinha enchido o saco de seu parceiro havia muito tempo. Em um belo dia de Sol, os pássaros cantando, o céu de um azul maravilhoso, PitchGay acordou com os dois pés esquerdos, foi quando Al-Boiola perdeu a linha e começou a gritar, queria saber o motivo de tanta histeria, foi quando PitchGay abriu o jogo.
Bobinho, disse ele, nós casamos e nunca tivemos nossa lua de mel, eu queira fazer uma viagem inesquecível para marcar definitivamente nosso casamento. Al-Boiola então, mais aliviado, falou que se era aquilo não havia motivo para brigas, ligou na mesma hora para uma agência de turismo e marcou a viagem de núpcias para Bariloche. PitchGay adorou, nunca vira neve, seria perfeito, lindo, divino, maravilhoso, jogou-se nos braços fortes de Al-Boiola e começaram a fazer amor loucamente, durante toda o resto do dia, e durante a noite também.
No dia seguinte, PitchGay saiu para fazer compras para a lua de mel, precisava renovar seu guarda roupa, comprar modelitos para frio, algumas camisolas sexy, a viagem teria que ser inesquecível, tudo tinha que funcionar perfeito, era o momento mais feliz dele. Al-Boiola mais tranquilo agora, pensava, merda, porque ele não falou antes, teria evitado uma série de discussões desnecessárias.
De volta das compras, PitchGay começou a mostrar as novas aquisições, uma roupa para esquiar pink que era simplesmente linda, e começou a experimentar todas as suas novas roupas, até o final do dia. Al-Boiola pacientemente viu todas, elogiou uma a uma, para evitar conflitos. Durante a noite, voltaram a se amar loucamente.
Chegado o dia da viagem, PitchGay estava emocionado, chegaram no aeroporto, fizeram o check-in e ele deu seu primeiro ataque histérico, achando que o bofe da funcionária da empresa aérea estava olhando demais para Al-Boiola, que a muito custo conseguiu contornar a situação, o que começou a deixa-lo irritado. Durante o vóo, a aeromoça perguntou para Al-Boiola se desejava algo, mais um ataque histérico de PitchGay, achando que ela estava se oferecendo para seu parceiro. Na chegada em Bariloche, mais um ataque histérico porque a funcionária da alfàndega ofereceu um cafezinho para Al-Boiola, pois PitchGay achou que ambos trocaram olhares cúmplices.
Quando chegaram no hotel, depois de mais uma meia dúzia de ataques histéricos de PitchGay, Al-Boiola estava a ponto de estourar, mas tentava sempre ser carinhoso e compreensivo com seu parceiro. Depois de tomarem banhos, juntos é claro, saíram para jantar, a luz de velas, com um bom vinho, uma comida maravilha, mas na saída, após o boa-noite da recepcionista, mais um ataque de PitchGay, com ciúmes.
No dia seguinte, durante um passeio turístico, uma mulher pediu para Al-Boiola tirar uma fotografia dela e de suas amigas, ele gentilmente pediu para PitchGay segurar a máquina fotográfica deles, foi a gota d´água, mais um ataque histérico, ele não iria ficar segurando aquela máquina por nada deste mundo.Ele não parava de gritar um minuto, Al-Boiola estourou, não aguentava mais aquilo, sua tolerància chegara ao limite, mirou bem no meio dos olhos de PitchGay e mandou ver um soco que nocauteou a desvairada.
Alguns minutos depois, PitchGay se refez do desmaio, levantou-se, olhou diretamente nos olhos de Al-Boiola, jogou-se nos seus braços, beijou-o na boca e falou que era isto que ele estava precisando, levar uma boa porrada para se acalmar. Abraçaram-se e saíram felizes como se espera de um casal em lua de mel. De agora em diante, Al-Boiola já sabia o remédio para curar as crises histéricas de PitchGay, bastava uma boa porrada na cara e a paz voltava ao natural.
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