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Poesias-->ESPELHOS -- 02/06/2002 - 12:00 (J. B. Xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos










Um idioma é fruto da interação entre pessoas de um mesmo povo, de uma mesma tribo. Ele nasce, cresce e se modifica consoante com as evoluções e/ou involuções do povo que o gerou.



Assim, modificação não significa necessáriamente evolução. Tenho notado que alguns "vanguardistas", à falta de criatividade,ao invés de inovarem estilos e enredos, tentam reinventar o idioma, para tornar seus textos interessantes. Através de artifícios de linguagem, corrompem e adulteram o idioma para parecerem originais. Os menos avisados se deixam enganar. Entretanto, via de regra, retiradas de seus textos essas excrescências liguísticas, o que fica é o vazio, a falta total de conteúdo.



Prefiro espelhar-me em quem entende do assunto, e que há décadas, e mesmo séculos, são o farol e o ponto de referência para quem se expressa através da escrita, no idioma português.





ESPELHOS

J.B.Xavier





Como ignorar ter havido entre nós

A mágica única de Monteiro Lobato,

A mágica alucinada de um Viriato,

A mágica obscena de Eça de Queiroz?



Como ignorar em nossos corações

O grande Pessoa, a quem todos amamos,

O universo portentoso de Graciliano Ramos

Ou os versos saudosos do grande Camões?



Mario Quintana, Amoroso Lima,

Augusto dos anjos, Drumond de Andrade

Que através do idioma, transpiram verdade,

Como Clarice Lispector em poesia ferina.



José Saramago, Raul Pompéia,

Vitorino Nemésio, e Pedro Nava,

Cada um desses nomes a alma lavava:

A cada leitura uma nova estréia.



Guilherme Merquior, Jorge de Lima,

Afrânio Coutinho, Ângela Lago,

Guilherme de Almeida, que como um afago

Encantava a todos com a bela rima.



Rebelo Marques, cujo nome repousa

No panteão do grandes. Cecília Meireles,

Que a mediocridade em versos repele!

E do sul do país nos vem Cruz e Sousa.



E quem resiste a deitar num divã,

E ler, sorvendo, Sílvio Romero?

Ou quem, diante de um livro sincero,

Não se deixa embalar por Dalton Trevisan?



Lamento não poder a todos citar,

Mas, se eles, usando a língua portuguesa,

Foram capazes de tanta destreza,

Fico pensando: Não há o que mudar!



* * *

Leia o artigo "OS NOVOS GÊNIOS DA LITERATURA - PARTE 1 e 2" onde, originalmente foi publicado este poema.



http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=1768&cat=Artigos

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