Ganhou uma camisola sensual, transparente, branquinha... no Dia dos Namorados, com a condição de usá-la à noite, sem calcinha.
Mas estava tão cansada pelo labor do dia, que até se esqueceu da promessa.
Vestiu outra, já velha e gasta pelo uso. Mas era tão gostoso aquele contato do algodão velhinho com a pele cansada.
E casava bem a camisola muito usada, por causa do óleo de amêndoas que passara na pele, após o banho, para tirar um pouco do cansaço
e daquela rotina toda...
"Dia dos namorados"... Hummmm!!!!
Grande coisa! Trabalhara mais do que trator em dia de colheita.
E ele, em vez de dar-lhe folga, dá-lhe uma camisola de dormir... Toda transparente... Que mal-intencionado!
Elizelda refletia tudo isso, enquando Jurandir avançava para ela, ainda molhado do banho, com aqueles trejeitos de cavalo no "cio"... Então disse:
"Não!!! Não!!! Não!!!
Esse teu corpo suado vai estragar o óleo que passei na pele. Paguei oito dólares, quase vinte reais, por ele. É importado. Compraram as amêndoas do Brasil, mas foi fabricado nos Estados Unidos, depois comprado em dólares."
Dizendo isso, Elizelda virou-se para o lado e adormeceu feito anjinho... Jurandir ficou a ver navios.
Não suportando o cheiro ativo de amêndoas, levantou-se e foi ver televisão.
NÃO ACHOU ERÓTICO?
Talvez não...
Mas imagine... E se Jurandir gostasse de amêndoas?..
Ia ser um banquete!