As rosas oloram
A órbita de nossos corpos.
Os olhos vogam impassíveis.;
Os rostos rogam por paixões imprescindíveis
Em beijos loucos que nos devoram,
Num furor incandescente que nos consome.
Do rubro de seus lábios
Salta sua essência de fêmea.
A pele de sua perna quase coberta
Pela cendal sombra da lua nova
Recita versos esculpidos pelo tempo
Às minhas mãos embriagadas.
Ah ! Impreciso veio que se ata ao meu remanso
Afasta-me de toda realidade que não preciso,
Me faz perder o siso dentro da sensualidade que lhe aflora
Dentro de seu sorriso, de seu encanto, da flor de sua aurora.
E então o ballet se constela.
Um cálice de estrelas
Se derrama sobre a cama:
É o segredo do universo
Que evade nossas almas
E invade nosso mundo.
Os corpos
- Formas ungidas de suor-
Não silenciam diante dos astros.;
Não renunciam a origem
Que os tornam únicos
Frente ao telúrico instinto maior.
Somos seres completamente livres pela pureza
E pela cumplicidade inerente a nossos atos.
Somos seres infinitamente unidos pelos sentimentos
E pela sinceridade que não sabe das muitas maldades.