Para refazer-te no ouro dos meus versos
Antes é preciso descobri-los brilho,
O que só teus olhos, meu amigo,
Podem fazê-lo, com esse carinho,
Com esse poema certeiro
Que me emudeceu dias a fio!
Hoje, que a lua vai escandalosa
Alumiando almas, escavando emoções,
Tocando a música do tempo,
Enchendo as marés do sentimento doce,
Ouso embrenhar-me no mesmo labirinto.
Sim, somos segredos e solidões em busca de alimento.
Mas do alimento doce, da coisa verdadeira,
Da face livre, do disfarce morto,
Sob a réstia de luz, ao sol dos dias.
Tu, quando cantas a musa,
As marés cheias,
O pratear do luar na areia úmida,
Consubstancias na tua poesia
O amor com fome,
Aquele que te move o dia.
- É que somos nós um mar de coisas, de momentos vividos.
Cada um de nós com a própria fome,
Cada um de nós com as próprias feridas.
Como fugir, então, dos labirintos?
O tempo será novo sempre,
Porque novo é o hoje, o ontem, o amanhã.
Somos meninos e meninas à luz dos dias,
Até que nos tome de surpresa a própria vida.
(beijos da minha alma lida....)
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