Muita gente acha que andar de moto é difícil e perigoso. Obviamente, se você disser isso numa roda de motociclistas, antes que termine a frase ouvirá um sonoro NÃO! Afinal, seria mesmo muito bom ter razões de sobra para desfazer essa crença. A verdade, entretanto, é que andar de moto no Brasil é, no mínimo, um grande desafio!
Primeiro, porque o trânsito brasileiro ainda é um dos menos seguros do mundo. Para complicar, existem aqueles motoristas que, em relação às motos, comportam-se como se estivessem diante de cães vadios e outros intrusos das vias públicas. Depois, existem as armadilhas capazes de pôr o piloto no chão numa fração de segundo, como quebra-molas traiçoeiros, buracos incontornáveis, animais soltos e, principalmente, as temidas linhas de cerol!
Tudo isso sem falar no nosso verão tropical, que quase nos cozinha dentro do capacete, jaquetas, botas e outros equipamentos indispensáveis. E, como você sabe, existe ainda o problema da gasolina ruim, que desce quadrada (quando desce) nos motores mais esportivos. Se achou pouco, bote aí o exorbitante preço que se paga para ter uma máquina com tecnologia um pouco mais refinada do que a das nossas valentes 125 cilindradas.
Se, ao refletir sobre tudo isso, você chegou à conclusão de que é bem grande o sacrifício a que nos sujeitamos para andar sobre duas rodas, acertou na mosca. Agora, se concluiu que nada disso vale a pena, errou feio! Provavelmente você nunca experimentou o prazer de cavalgar sobre uma máquina dessas e a incrível sensação de liberdade que ela pode lhe dar.
Vale a pena, é claro!
(este artigo foi publicado no jornal Correio Braziliense (Brasília-DF) em 27.7.2000. Versão web publicada em
http://www2.correioweb.com.br/cw/2000-07-27/mat_3454.htm )
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