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Artigos-->O DIREITO DIVINO DE ISRAEL QUE O MUNDO NÃO RESPEITOU -- 26/01/2006 - 17:06 (JOÃO DE FREITAS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos



Israel tem direito divino e incondicional à terra da promessa. Assim como o arco-íris seria uma prova de que nunca mais Yavé destruiria o mundo com água (Gênesis, 9:13-16), a permanência do sol e da lua seria garantia de que o trono de Davi permaneceria para sempre. O mundo, porém, não reconheceu esse direito, e Yavé não exerceu a prometida vingança contra as nações que não obedeceram, porque um ser imaginário não pode controlar os fatos.



Há uma argumentação cristã de que os hebreus perderam o direito à terra prometida por descumprirem o pacto com Yavé. Além disso, dizem que eles rejeitaram o messias salvador. Todavia, uma leitura bem atenta nos leva a constatar que:

a) nem a promessa impõe condições,

b) nem eles descumpriram o pacto,

c) nem rejeitaram o messias,

d) e nem existiu o messias.



A PROMESSA:

"Achei Davi, meu servo; com o meu santo óleo o ungi. A minha mão será sempre com ele, e o meu braço o fortalecerá. O inimigo não o surpreenderá, nem o filho da perversidade o afligirá. Eu esmagarei diante dele os seus adversários, e aos que o odeiam abaterei. A minha fidelidade, porém, e a minha benignidade estarão com ele, e em meu nome será exaltado o seu poder. Porei a sua mão sobre o mar, e a sua destra sobre os rios. Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, e a rocha da minha salvação. Também lhe darei o lugar de primogênito; fá-lo-ei o mais excelso dos reis da terra. Conservar-lhe-ei para sempre a minha benignidade, e o meu pacto com ele ficará firme. Farei que subsista para sempre a sua descendência, e o seu trono como os dias dos céus. Se os seus filhos deixarem a minha lei, e não andarem nas minhas ordenanças, se profanarem os meus preceitos, e não guardarem os meus mandamentos, então visitarei com vara a sua transgressão, e com açoites a sua iniqüidade. Mas não lhe retirarei totalmente a minha benignidade, nem faltarei com a minha fidelidade. Não violarei o meu pacto, nem alterarei o que saiu dos meus lábios. Uma vez para sempre jurei por minha santidade; não mentirei a Davi. A sua descendência subsistirá para sempre, e o seu trono será como o sol diante de mim; será estabelecido para sempre como a lua, e ficará firme enquanto o céu durar. (Salmos, 89: 20-37).

Aí não havia nenhuma condição. O profeta não disse que o isso seria "se" Israel cumprisse alguma coisa, mas Yavé estaria mostrando o futuro: o trono dos descendentes de Davi persistiria para sempre, como o sol e a lua. O futuro certo estava sendo predito pelo deus que "sabe o fim desde o princípio": “...eu sou Deus, e não há outro; eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim; que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antigüidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho subsistirá, e farei toda a minha vontade” (Isaías, 46: 9, 10).



"Assim diz o Senhor, que dá o sol para luz do dia, e a ordem estabelecida da lua e das estrelas para luz da noite, que agita o mar, de modo que bramem as suas ondas; o Senhor dos exércitos é o seu nome: Se esta ordem estabelecida falhar diante de mim, diz o Senhor, deixará também a linhagem de Israel de ser uma nação diante de mim para sempre. Assim diz o Senhor: Se puderem ser medidos os céus lá em cima, e sondados os fundamentos da terra cá em baixo, também eu rejeitarei toda a linhagem de Israel, por tudo quanto eles têm feito, diz o Senhor. Eis que vêm os dias, diz o Senhor, em que esta cidade será reedificada para o Senhor, desde a torre de Hananel até a porta da esquina. E a linha de medir estender-se-á para diante, até o outeiro de Garebe, e dará volta até Goa. E o vale inteiro dos cadáveres e da cinza, e todos os campos até o ribeiro de Cedrom, até a esquina da porta dos cavalos para o oriente, tudo será santo ao Senhor; nunca mais será arrancado nem derribado" (Jeremias, 31: 35-40).

A única condição para o trono de Davi deixar de existir seria a ordem do universo falhar. O Sol e a Lua continuam, as estrelas permanecem e o mar prossegue com suas ondas.



UM NOVO PACTO:

"Eis que os dias vêm, diz o Senhor, em que farei um pacto novo com a casa de Israel e com a casa de Judá, não conforme o pacto que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito, esse meu pacto que eles invalidaram, apesar de eu os haver desposado, diz o Senhor. Mas este é o pacto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. E não ensinarão mais cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até o maior, diz o Senhor; pois lhes perdoarei a sua iniqüidade, e não me lembrarei mais dos seus pecados" (Jeremias, 31: 31-34).

Que novo pacto seria esse? Seria o Cristianismo? Não tem nada a ver com o que está escrito no Novo Testamento. Vejamos:

Em vez ser estabelecido o reino eterno com a queda a Assíria como previra Miquéias (Miquéias, 5: 2-15), Israel e Judá caíram sob o poder de Babilônia. Mas Babilônia cairia e Israel seria reerguido para sempre.



"Eis que os trarei da terra do norte e os congregarei das extremidades da terra; e com eles os cegos e aleijados, as mulheres grávidas e as de parto juntamente; em grande companhia voltarão para cá. Virão com choro, e com súplicas os levarei; guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho direito em que não tropeçarão; porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito. Ouvi a palavra do Senhor, ó nações, e anunciai-a nas longínquas terras marítimas, e dizei: Aquele que espalhou a Israel o congregará e o guardará, como o pastor ao seu rebanho" (Jeremias, 31: 9-10).



Outro profeta também reiterou:

"E Babilônia, a glória dos reinos, o esplendor e o orgulho dos caldeus, será como Sodoma e Gomorra, quando Deus as transtornou" (saías, 13:19).

"Pois eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão: Mas alegrai-vos e regozijai-vos perpetuamente no que eu crio; porque crio para Jerusalém motivo de exultação e para o seu povo motivo de gozo. E exultarei em Jerusalém, e folgarei no meu povo; e nunca mais se ouvirá nela voz de choro nem voz de clamor. Não haverá mais nela criança de poucos dias, nem velho que não tenha cumprido os seus dias; porque o menino morrerá de cem anos; mas o pecador de cem anos será amaldiçoado. E eles edificarão casas, e as habitarão; e plantarão vinhas, e comerão o fruto delas. Não edificarão para que outros habitem; não plantarão para que outros comam; porque os dias do meu povo serão como os dias da árvore, e os meus escolhidos gozarão por longo tempo das obras das suas mãos: Não trabalharão debalde, nem terão filhos para calamidade; porque serão a descendência dos benditos do Senhor, e os seus descendentes estarão com eles. E acontecerá que, antes de clamarem eles, eu responderei; e estando eles ainda falando, eu os ouvirei. O lobo e o cordeiro juntos se apascentarão, o leão comerá palha como o boi; e pó será a comida da serpente. Não farão mal nem dano algum em todo o meu santo monte, diz o Senhor" (Isaías, 65: 17-25).



Israel e Judá não descumpriram nenhum pacto. Tornaram-se extremamente rigorosos no cumprimento da lei. Ademais, nem Isaías, nem Jeremias, nem Miquéias, nenhum deles disse que o reino eterno seria estabelecido "SE" Israel fizesse alguma coisa. Eles simplesmente anunciava o futuro, como João anunciou o fim no Apocalipse. O que se via nas predições é que isso era um futuro tão certo como o Sol e a Lua continuarem brilhando no céu.

No entanto, novamente, a promessa não se cumpriu, e eles continuaram passando de um jogo para outro: após Babilônia, veio Medo-Pérsia, depois Grécia, depois Roma. A afirmação nunca mais se ouvirá nela voz de choro nem voz de clamor caiu no vazio; Jerusalém foi novamente destruída.



Nos dias em que o império grego estava dividido, quando Antíoco Epífanes profanou o tempo de Jerusalém e estabeleceu sobre ele sacrifícios aos seus deuses, Judas Macabeu conseguiu restabelecer o santuário. Parece que nesses dias foi que apareceu a profecia de Daniel falando da abominação assoladora: os capítulos 8 a 12 de Daniel (o livro de Daniel não é uma seqüência, mas os capítulos 7 e 8 foram até escritos em línguas diferentes, o primeiro, que parece ter vindo por último, em aramaico e o segundo em hebraico, conforme informam alguns estudiosos).

Se dessa vez o povo acreditou que iria ser estabelecido aquele reino inabalável para sempre, isso também não ocorreu. A promessa precisava ser repetida.



O capítulo 7, que parece ter sido escrito muito tempo depois do 8, já apresenta uma história muito parecida, mas o período de "um tempo, dois tempos e metade de um tempo" de assolamento e "destruição do poder do povo santo" já não era mais de um rei oriundo dos gregos, e sim do império seguinte, representado pelo "quarto animal", na visão de quatro animais que representavam os últimos reinos do mundo antes do estabelecimento do eterno reino de Israel. Em ambos os capítulos, era prevista a vitória final do povo de Yavé, para não ser molestado nunca mais. Graças a essas palavras, vários heróis surgiram nos dias do império romano acreditando ser o messias libertador de Israel.



ISRAEL REJEITOU O MESSIAS?



O messias deveria livrar Israel do poder da Assíria (Miquéias, 5: 2-15). Isso não ocorreu, então esperaram que ele viesse a existir para livrá-los de cada novo opressor. Assim é que surgiram alguns nos dias do império romano que pretendia cumprir a missão prevista. Mas todos eles foram executados pelos romanos. Se nenhum deles fez o que estava previsto, nenhum deles poderia ser considerado o messias da promessa, não podendo assim dizer que Israel tenha rejeitado o messias.





O MESSIAS NÃO EXISTIU, NEM PODERÁ EXISTIR



Os fatos indicam que o messias não existiu, nem poderá existir, por duas razões:

a) O messias deveria surgir quando a Assíria entrasse nas terras de Judá;

b) O messias deveria livrar o povo de Judá e reunir a ele o restante, Israel, estabelecendo um reino mundial, destruindo as nações que não adorassem a Yavé.

Os cristãos dizem que Jesus é o messias. Se ele não existiu nos dias da Assíria, nem estabeleceu o reino unificado de Israel e Judá, ele não se enquadra na pessoas predita.

Se o messias não existiu nos dias que estava prevista para existir, não poderá existir mais; porque deveria livrar Israel da Assíria, o que não pode mais ser feito.



Do exposto, se pode deduzir: O direito divino está na Bíblia; mas o mundo não reconheceu esse direito. E, como nas várias épocas determinada a promessa não se cumpriu, não tenho dúvida de que ela nunca se cumprirá, porque Yavé, como qualquer outro deus, só vive no pensamento daquele povo, assim como no pensamento cristão. A alegação de que o reino foi tirado dos hebreus e dado a outros povos é criação cristã, que nunca foi cogitada por profeta algum.



Para entender melhor esse assunto, remeto o leitor a outros três artigos, onde se explica que:



Um "novo pacto"não se referia ao Cristianismo (Ver UM NOVO PACTO).

A aliança registrada em Êxodo, Levítico e Deuteronômio não tinha nada de transitório. A abolição da lei é coisa criada pelo Apóstolo Paulo (Ver O CONCERTO PERPÉTUO).

Nunca existiu o messias predito (Ver O MESSIAS DE BELÉM NUNCA EXISTIU NEM PODERÁ EXISTIR).



Ver mais RELIGIÃO







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