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Contos-->Discurso de um político sincero -- 26/03/2002 - 22:10 (Marcel Agarie) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Autor: Marcel Agarie
Data: 26/03/02

Crônica: “Discurso de um político sincero”

Pobres, pobretões e miseráveis!

Prometo ser o político mais sincero que o povo brasileiro já viu! A minha campanha terá como carro chefe a minha sinceridade. A sinceridade que o povo cobra de todos os políticos, daqueles que comandam a nossa imensa nação, mas que infelizmente só fazem promessas e nunca as cumprem.

Durante o meu mandato, colocarei em prática o projeto “artérias do meu Brasil”, que será uma rede de estradas que passará por todas as capitais do país, com tráfego permitido apenas para caminhões ou veículos destinados ao transporte de mercadorias, liberando as demais estradas apenas para a circulação de automóveis de passeio. Esta obra será superfaturada com um orçamento próximo aos 600 milhões, onde 300 milhões serão desviados para nossos bolsos e divididos entre as pessoas que aprovaram o projeto. A conclusão da obra é indeterminada, mas existe um forte indício que no último ano do meu mandato, ano em que tentarei a minha reeleição, ser a época ideal para o término das obras, entregando pelo menos 70% das estradas para a utilização e os 30% restantes, usarei como propaganda para a minha reeleição.

Não abrirei mão dos impostos. Continuarei utilizando a arrecadação através da CPMF para outros fins, já que ela nunca foi usada para a saúde mesmo. Favorecerei aos mais ricos e prometo “torcer” para que a população mais pobre consiga fugir da dengue, pois durante o meu mandato eu estarei viajando pelo mundo, conhecendo novas culturas, apreciando os lugares mais belos que existem no mundo, longe do risco de ser picado pelo inseto.

A economia deixarei aos cuidados de alguma pessoa de confiança, talvez algum amigo político formado em engenharia elétrica, enquanto o meu ministro da saúde será alguém diplomado em economia. O importante é que eles sejam da minha confiança e não me denunciem, mesmo que não entendam nada sobre o que estarão cuidando. Assim como a saúde, torço para a economia dar certo e os pobres, ou melhor dizendo, o povo, consigam o seu dinheirinho para viver. O meu dinheiro está muito bem aplicado e rendendo bastante nos paraísos fiscais espalhados pelo mundo.

Todos colaborarão com o racionamento de energia e a cada 2 meses haverá um reajuste na tarifa. A finalidade dos reajustes não será para investir em novas tecnologias da área, como pronunciaremos aos bobos, quero dizer, ao povo, e sim para manter o bolso do ministro da energia cheio de dinheiro, tornando viável a manutenção do seu custo de vida.

O salário mínimo será mantido ou até mesmo diminuído. Passarei o valor de R$ 180,00 para R$ 150,00, pois eu mesmo comprovei em um restaurante de luxo na cidade de São Paulo, que R$ 150,00 são suficientes para se comer uma bela macarronada, tomar uma caprichada dose de whisky 15 anos, comer uma deliciosa sobremesa e ainda sobram R$ 32,53. E tem pessoas que reclamam que o dinheiro do salário mínimo não dá para comer nada.

Finalizando os meus projetos, com o dinheiro arrecadado dos outros impostos existentes e outros que implantarei, reformarei a minha mansão, pagarei a faculdade dos meus filhos nos Estados Unidos, viajarei pelo mundo com a minha esposa e ajudarei os necessitados, como o meu pai, meus irmãos, alguns amigos próximos e outros que não me lembro agora.

Conto com o voto de todos vocês. Todos os anos reclamam que não existe um candidato sincero, mas este ano não haverá desculpa. O candidato sincero está aqui e este sou eu!

Obrigado!


OBS: Pensei em incluir o texto em crônicas ou discursos, mas como político sincero não existe, resolvi colocar na seção de contos, onde acho que combina mais.
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