Portugal, neste preciso momento, tem uma Comunicação Social em exercício completamente livre, sendo óbvio que cada órgão de comunicação, segundo conveniências políticas-religiosas-comerciais, autocensura-se como quer.
Acresce que a Comunicação Social, num tão pequeno país, está muitíssimo bem informada - muito melhor do que a polícia - e sabe a fundo o que é que a casa gasta.
Sabe sobretudo que a corrupção política alastrou e não deixou um só interstício do tecido social imune. Sabe também que semelhante estado de coisas tem de ser gerido com amanteigada sensibilidade, não vá o Diabo perder a cabeça e sodomizar o Menino Jesus.
Sabe ainda, no que às próximas eleições presidenciais concerne, que o país precisa de ser encimado pela dignidade e seriedade, a fim de que seja possível iniciar, a pouco e pouco, a limpeza que tem mesmo de fazer-se para que o país não soçobre estupidamente.
De si, sabe também que tem de encaminhar para um outro modo de vida, uma larga cambada de estúpidos que, dentro do seu próprio seio, praticam o jornalismo de cu-borrado, modalidade que, por vender muito papel, está perigosamente a conspurcar o jornalismo sério.
De resto, ó ceus, quanto à legiãozinha de candidaturas à presidência da República, só lá não vamos todos porque a jangada, então, iria mesmo ao fundo.
Tadinhos de tais maníacos candidatos: trata-se de pessoas sobejamente conhecidas por fazerem tudo quanto podem, não pelo país, mas tão-só para se exibirem e viverem exclusivamente à custa dos papalvos que sequer ler sabem a sua própria letra. São os chamados partidozinhos dos que se comem uns aos outros. E caramba, a Comunicação Social, no caso das eleições à presidência da República, não deve dar cobertura a brincalhões, por mais sério que o brincalhão pareça ser.
Para já basta o bananal que se implantou ao redor das cinco pirâmides. Só para cortar a rama, em paz, não chegam dez anos. Pra deitar tudo abaixo, um dia chega e sobra e nem um canhão preciso é. Chega que lhes entremos todos ao mesmo tempo pela porta dentro e os coloquemos na rua.
A mim, parece-me que não demorará muito. O número de papalvos está a reduzir-se imenso entre o hipócrita sorriso que está a ficar usado de mais...
António Torre da Guia |