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Artigos-->IDÉIAS PALAVRAS E AÇÕES -- 27/11/2005 - 12:10 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
IDÉIAS, PALAVRAS E AÇÕES



Francisco Miguel de Moura*





O homem é o animal faber (faz, fabrica), daí porque a ociosidade não condiz com a chamada “natureza humana”, por falta de expressão melhor. Mas, para realizar algo é necessário planejar. Planeja-se com idéias, pensamentos, imagens, memória, e com a linguagem de traços (tão matemática) e com a escrita de sons, palavras e frases. Daqui nascem idéias, pensamentos, realizações, atos. Ou, ao contrário, dos atos, fatos, pensamentos e idéias é que nascem as palavras? Não importa a ordem, é uma coisa menor, pois que tudo está ligado, interligado, intraligado.

Tomem-se as palavras SENSO, SENSUALIDADE, SENTIDO. São parecidas, parece terem raiz comum, mas com significação diferente, própria e sentido diverso, dependente do contexto. Elas nos remetem a vários mundos, várias conotações.

Penso, neste instante, não no sentido mas na significação dos versos de Drummond: “As coisas tangíveis / tornam-se insensíveis? à palma da mão. // Mas as coisas findas, / muito mais que lindas, / essas ficarão”.

Ficarão, por quê? São lindas, sensíveis, mas não são eternas – e ficarão assim mesmo. E se a gente pensasse que o poeta ter-se-ia referido às coisas acabadas e não às coisas que terminam (findam)?

Mas, não. O discurso, quando nos remete ao par finito versus infinito, que – depois do econômico (leiam-se sobrevivência) – é o drama humano maior, justo porque é o da capacidade humana de pensar a si mesmo e o seu destino, é muito mais poesia que o prático e positivo da vida comum. A poesia não é objeto, por mais que tentem os concretistas. É apenas meio de atingir algo mais elevado do que nós através do poema-objeto, aquilo que os poetas, intelectuais e filósofos têm tentado definir, mas, até hoje, não conseguiram. Sem considerar a origem e as derivações operadas pelos falantes (ou escreventes), tomo a palavra SENSUAL (senso ou sentimento?) como centro deste comentário porque também centro do mundo contemporâneo, senão também do passado. Sem a SENSUALIDADE, que é o nome do conjunto de processos humanos que tornam o mundo mais gostoso, mais vivo e mais colorido, não haveria nem criação nem arte. Tudo seria amargura, dor, morte. A festa seria um “vale de lágrimas”, a alegria, um prenúncio de que tudo terminaria ali, nem teria mais esperança de um novo mundo, uma nova vida. O SENSO crítico desapareceria da face da terra e o planeta ficaria sem lógica, sem racionalidade, sem SENTIDO. É a SENSUALIDADE quem avassala todos os setores da vida humana: do mercado ao hospital, dos caminhos aos presídios, das igrejas aos cemitérios. Abrange mercadoria, educação, diversão, família, política, poder, sexo e amor. Tudo, enfim. Está na alma de cada homem, de cada mulher, de cada criança – e cabe aos humanos controlarem o instinto da vida (Eros) contra o instinto da morte (Tânatos). Com estes, o mundo faz SENTIDO; sem eles não há arte nem poder, nem poesia, nem namoro, nem amor. Sem eles, reinará o nada absoluto.

Não nos condenemos por isto.

Comentando alguma prática social, pra sair da seca teoria, vemos na atualidade que a mulher conquistou sua equiparação com o homem e já existe uma certa igualdade de sentimentos. Até onde é possível. Porque a forma de pensar da mulher é uma; a do homem, é outra. O homem é racional, usa a lógica ao extremo, idealizando o distante, o inexistente e o que pode e deve ser feito; já a mulher livra-se do pensamento a toda hora e sempre enveredou pela utilização da parte mais sensível, do terra-a-terra, do momento. Eis uma razão por que as mulheres jamais conquistaram o poder como o homem. Elas mandam limitadamente. Os homens, por outro lado, não alcançam as miudezas que a mulher toma para si e seus afazeres, sua predileção. O homem pensa grande (por cima), como líder; a mulher também pensa grande, mas como relacionamento do dia-a-dia, do hora-a-hora. Mulher fílósofa? Homem dono de casa? Exceções.

Entretanto as semelhanças continuarão e com elas, as trocas. Hoje o homem se tornou pai amoroso e dedicado. A mulher, em parte, tem-se tornado durona, valente, afastando-se mais e mais do sentimentalismo, que era quase somente delas. Não há mais SENTIDO a separação entre amor maternal e amor paternal. Ambos são um: o amor dos pais para com os filhos. Quem há poucas décadas não se admirava quando um senhor conduzia seu filho no braço, fazendo carinho? Hoje é comum. O pai durão é produto em extinção. Esse aspecto social, porque toca diretamente os sexos, me causa certo medo. Que futuro a sociedade nos reserva? Em pouco tempo a mulher cresceu em altitude econômica e independência, a ponto de acompanhar o homem. Não obstante este tenha gastado toda a história da civilização para chegar aonde chegou, agora parece refluir. Descoberto que é o sexo frágil biologicamente, pela própria ciência, cada vez mais transfere o mando às mulheres e se torna terno e carinhoso, numa espécie de compensação. Seria bom? Seria mau?

Nisto tudo, o que assusta é o ressurgimento de uma terceira via sexual, portanto a mexer na atual forma de SENSUALIDADE – o homossexualismo, sempre existente, mas agora tão festejado pela mídia, que até parece ser já a classe sexual dominante.

Concluindo nossas ponderações, tudo parece resolver-se através da sexualidade, ou seja, pelas diferenças, num contexto, portanto, de SENSUALIDADE, bom SENSO e SENTIDO para o mundo e nós humanos. Não vejo como pensar se as semelhanças entre os sexos trarão progresso no amor e na vida para o futuro da humanidade.



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*Francisco Miguel de Moura, escritor brasileiro, mora em Teresina, e-mail: franciscomigueldemoura@superig.com.br





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