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Cartas-->AH! COMO ME LEMBRO... -- 22/05/2002 - 12:59 (LINDAMAR C. CARDOSO DE MELLO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
AH! COMO ME LEMBRO...

Hoje, com tristeza, dor ou... saudades, somente...

Era uma manhã radiante, de um dia muito lindo de primavera: Dia 8 de Outubro de 1.961. Veio ao mundo nesse belo dia, um bebê robusto, fofinho, rosado e muito saudável. Com aquele rostinho de anjo, bem louro, olhos grandes e azuis, que pareciam pedacinhos do céu. Tudo era festa! Os pássaros, em seus vôos alegres, cantavam... As árvores floresciam... Até o ar tinha um doce perfume de pura magia... Quantas felicidades esse anjo trouxe ao seu lar! Ele veio completar a alegria de uma família que tanto o desejava. Seu nascimento foi até notícia de jornal, pois seus avós muito queriam um neto do sexo masculino.

Ah! Como me lembro... do dia em que ele nasceu. Nasceu rápido, e quase sem causar dor à sua mãe, pois a alegria de tê-lo em seus braços, superava qualquer sofrimento naquele momento. Nascia um garoto que tinha a inteligência dos sábios, a bondade de um santo, a coragem de um herói!

Ah! Como me lembro... do seu primeiro sorriso, onde seu rostinho se iluminava todo, formando duas lindas covinhas, nas suas faces rosadas e redondas. Com seu sorriso, seus lindos olhinhos brilhavam como se fossem um facho de luz.

Ah! Como me lembro... de sua voz meiga e doce que me enternecia o coração quando, com suas frágeis perninhas e seus bracinhos erguidos, corria e dizia: "Mamã... coio..." Seu olhar, seu sorriso, sua voz estão ainda dentro de mim...

Com poucos dias de vida, sorria a todos que perto dele chegavam, dando alegria e serenidade a quem com ele falava. Muito cedo andou, e muito cedo falou. Com apenas dois aninhos já gostava de pegar nos lápis de cor e procurava, com muito jeitinho, pintar e fazer seus primeiros rabiscos.

Ah! Como me lembro... do seu primeiro dia de aula na escola. Sua irmã mais velha já estava freqüentando a primeira série do primário, e ele sempre insistia para ir também estudar... Um pouco antes de seis anos, já estava alfabetizado e foi conduzido pelas mãos de sua mãe, até a porta da escola, pela primeira vez. Ao olhar para ele, que não queria largar as mãos de sua mãe, tinha seus olhinhos molhados pelas lágrimas, pois queria que ela entrasse também... Sempre bom menino e aluno exemplar, grandes alegrias deu a seus pais.

Ah! Como me lembro... da sua formatura do Primeiro Grau. Chorei de tanta emoção. Aí, ele recebeu seu primeiro diploma com louvor. Outras condecorações vieram, sempre como excelente aluno.

Ah! Como me lembro... do menino alegre, feliz, bom e comunicativo.
Tudo ele sabia fazer: Desenhava, pintava, tocava flauta, piano, mexia com eletricidade... Montava e construía tudo o que lhe vinha às mãos.
Adorava plantas e bichos, e lhes dedicava muito carinho e atenção.
Tudo fazia em frente a um computador; lidava com ele, como se fosse um brinquedo, um pequeno robô ao seu comando.

Todos os seus amigos, colegas e professores o amavam e lhe tinham em grande estima. Com 17 anos entrou na faculdade de Química e com 18 anos freqüentava faculdade e fazia o C.P.O.R. do exército.

Ao se formar em Bioquímica, pela Universidade de São Paulo (USP), seu diploma ofereceu a seus pais que, muito felizes e honrados, choraram ao abraçá-lo com amor e carinho. Enquanto cursava a faculdade, trabalhava em pesquisas para descobrir um remédio para combater o câncer. Fez duas faculdades: A primeira de Química e depois, Biologia. Com vinte e seis anos colou grau de Doutor em Bioquímica.

Sua tese sobre Alterações do D.N.A. foi unanimemente elogiada e aprovada, com a nota máxima, por todos os mestres. Um evento que nunca havia acontecido antes na Faculdade de Química da USP.

Ah! Como me lembro... do bom ser humano, do homem maravilhoso, íntegro e honesto, do filho carinhoso, amoroso e devotado. Muito, muito amado por todos que o conheceram e tiveram a honra de com ele conviver...

Ah! Como me lembro... do dia em que nos disse adeus... Sstava só com 27 anos de vida!!! Foi num dia triste e nublado, com chuvas finas e persistentes, como se fossem lágrimas caídas do céu...

Ah! Como me lembro... do dia 23 de novembro de 1.988!!! Hoje, uma grande e triste lembrança... Saudades de todos e de sua mãe, que muito o ama e o amará por toda a Eternidade...!!!

Ah! Como me lembro...


LINDAMAR C. C. MELLO.
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