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Erotico-->Égua da Noite -- 17/08/2002 - 20:41 (COELHO DE MORAES) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Preâmbulo: Como se me apareceu em sonho
Joana do Orvalhal era seu nome: ela adorava esse nome.
Estava arrumada de véspera. Tinha dormido com a roupa dizendo que estava com frio. Partiu na noite. Sem vergonha... e era do que eu mais gostava... fica, até, sem sentido reclamar agora.
Orvalhal por que era portuguesa a sua origem. Partiu na noite. tão profundamente... correndo na noite com seus cabelos longos, soltos e rebeldes... a noite tomou aquela potranca sensual e levou-a consigo.
Eu me lembro do seu corpo sobre o meu.
Corpo é aquele modelar para gozo perpétuo dos sentidos. Joana do Orvalhal era assim e sabia que era assim! Metade do bairro sabia! Um terço da paróquia sabia... até as beatas sabiam que o padre já tinha provado das hóstias de Joana do Orvalhal. Na missa, quando separava as pétalas de hóstias do cálice ele lá lembrava de outras pétalas e outros lábios... vermelhos...rubros, tintos de sangue...
Levou só a roupa do corpo. Deixou a mala. Partiu na noite. Partiu a galope... correndo na beirada da praia até desaparecer na avenida.
Lá serei feliz.

Égua da Noite
-cOELHO dE mORAES -

Ela tinha ido embora.
Ela, com seu sorriso imenso e boca vermelha, tinha me deixado partido em dois homens diferentes: um com tesão e outro com dores e pânico.; tinha ido com seu rebolado, pelo mundo, sem a mala.
Joana do Orvalhal era seu nome: ela adorava esse nome. Dizia que quando eu ejaculava parecia o seu nome. Havia me deixado. Eu nem percebera. Estava arrumada de véspera. Tinha dormido com a roupa dizendo que estava com frio. E eu acreditando naquela conversa para boi dormir. E o boi dormiu. E lá se foi. Partiu na noite. Sozinha, talvez, sem mala, sem roupa, sem vergonha. Ela era assim... sem vergonha... e era do que eu mais gostava... fica, até, sem sentido reclamar agora.
Orvalhal por que era portuguesa a sua origem. Ela nascera em Macaíbas, mas logo cedo veio para a cidade grande procurar emprego e achou. Conheci-a como recepcionista de um hotel em Copacabana.
Ela me deixou. Ela partiu. Partiu na noite. E eu meditava sobre isso, profundamente... tão profundamente que acabei dormindo e pensei... lá vai ela... correndo na noite com seus cabelos longos, soltos e rebeldes... a noite tomou aquela potranca sensual e levou-a consigo.
Do que mais me lembro... era do seu corpo sobre o meu.
Ela, sem dó nem piedade, mordia a mim, da cabeça aos pés até que eu ficasse muito vermelho. Ela achava ótimo. Eu não, mas queria agradá-la. Depois ela disse que isso era atitude de louco. Ela gostava de gente mordida, mas obrigatoriamente o parceiro não precisava gostar - ela compreenderia - e se não gostasse tinha de falar e se não falasse era um burro!
Esse era eu! Ela se foi por que eu era um burro!
E ela uma égua!
Eu já devia ter desconfiado quando a vi ajoelhada com a boca na calça do ascensorista. Mas nunca podia reclamar da sua liberdade.
Não posso dizer que a amava. Mas, posso dizer que precisava dela para sexo e devassidões. É claro que você deve escolher sempre o mais belo corpo para isso. E não há desculpas. A propaganda em TV e Revistas mostram e provam qual é o melhor corpo com que se deve desfrutar. Não! Não são as gordas nem as feias! Não se deixe enganar... corpo é aquele modelar para gozo perpétuo dos sentidos. Não seja politicamente correto que você vai se danar.
Joana do Orvalhal era assim e sabia que era assim! Metade do bairro sabia! Um terço da paróquia sabia... até as beatas sabiam que o padre já tinha provado das hóstias de Joana do Orvalhal. Hóstias abertas em duas.... vermelhas... sagradas e úmidas como vinho... sangrando na palma da mão.
Mas, ela se foi. Levou só a roupa do corpo. Deixou a mala e "o mala" que era eu. Partiu na noite. Partiu a galope... correndo na beirada da praia até desaparecer na avenida. Eu não vi mas parece que foi assim. Só pode ter sido assim, para uma imagem cinematográfica e convincente.
A mim me resta o amor do papagaio e a solidariedade de gerânios semimortos que sujam o peitoril da janela. Ela bem que podia ter levado tanto o papagaio quanto esses gerânios ressequidos.
A lua brilhou entre nuvens e certamente um desses raios caiu sobre Joana.
A lua está meio doente hoje. A noite está nublada e certamente, em vez de um raio de luz, gotas de chuva desabarão sobre Joana, enquanto ela corre como uma potranca ensandecida na noite. Quem sabe se um relâmpago não acaba com toda aquela forma olímpica? Aí a vingança estaria completa e eu só me preocuparia em ir atrás de um corpo carbonizado.
Mas, na verdade, a polícia baterá em minha porta para encontrar um corpo morto, no futuro. Se os comprimidos não forem falsos daquí a duas horas estarei cavalgando uma égua noturna semelhante a Joana. Ela me levará para terra de devaneios e ódios...
Lá serei feliz.
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