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Artigos-->A auto-ajuda de Harold Bloom -- 17/11/2005 - 18:05 (Carlos Frederico Pereira da Silva Gama) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Estou às voltas com "Where Shall Wisdom Be Found", do Harold Bloom, instigado por uma resenha (boçal e servilista, para variar) da revista Veja há meses.



Cada vez mais me convenço que Bloom escreve auto-ajuda para ninguém em especial.



Os livros de auto-ajuda partem de premissas as mais absurdas e quase nunca explicitadas - a estratégia é destilá-las em doses homeopáticas, prendendo a atenção do leitor com promessas em crescendo...Joga com esse "vazio" existencial do leitor, preenchendo-o com lugares-comuns tornados frases de efeito e juízos de valor tornados verdades arquimedianas.



Claro que nenhuma dessas "pílulas de sabedoria" funcionaria isoladamente, e muito menos não fossem socadas em conjunto, paulatinamente, com uma boa dose de (auto-declarada) autoridade no assunto em questão. O autor torna-se mais relevante que a própria obra... E isso reverte processualmente na sobrevivência do autor (não digo o mesmo do tutano dos leitores, mas enfim, nada é perfeito).



Indo direto ao ponto, livros assim nunca vão direto ao ponto. Nunca explicitam seus pontos de partida. Nunca explicitam as suas conclusões, o que pretendem explicar ou ensinar, após 200 ou mais páginas de enrolação e notas de rodapé.



Ao fim e ao cabo dessa profecia auto-realizável, o leitor estará convencido de qualquer coisa, tal como que sua felicidade repousa na compra de um anão para adornar seu jardim! E todos viverão felizes para sempre (o leitor, o propagandeador de ilusões - e o vendedor de anões).



Bloom é assim. E, nada ingênuo, utiliza intensamente o fetichismo das taxonomias, classificações, ranqueamentos ou, nessa última obra, "emparelhamento" de autores. Reforça o argumento de autoridade que sustenta esse edifício retórico e subjetivo...



Enfim, este leitor pergunta ao final do tomo: "onde poderá ser encontrada a sabedoria"? Certamente, não no próprio livro.



"Elogio da finitude" pode ser empregado como "estepe"? Eu diria que, neste respeito, para quê ler tantas páginas de Bloom para não obter nenhuma resposta, para tergiversar...Se podemos dar uma rápida passagem d olhos pelo capítulo inicial de "A Theory of Modernity" da Agnes Heller?



Sucinta e eloquente definição e apologia da finitude humana. Bastante mais que Bloom ou boa parte dos autores citados em seu tomo...



Harold Bloom precisa de ajuda. Mas não a sua.
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