"Sai Da Frente Brasil"
Em temperando o paciente...
Sai da frente Brasil!
Eu quero que este paciente seja socorrido...
Temperado e comido
cozinhem imediatamente.
Isto é uma emergência...
Rápido para a maca...
E depois para panela
enfermeira! Corra... venha logo, tragam logo este tempero...
O paciente está quase entrando em coma...
Rápido que ele não pode esperar...
Nem nós!
O sal, o óleo, o azeite, mostarda, salsinha, cebola, alho e pimenta...
Quero um tempero bem brasileiro...
E um atendimento também.
Agora depressa, levem correndo na maca para a panela...
Aumentem o fogo...
Temos que comê-lo ainda hoje...
Não temos tempo!
Nossa sociedade está com pressa...
Temos que comer, estudar, precisamos de saúde,
isto é uma emergência!
Sai da frente Brasil!
Ou sai da frente ou toma a dianteira.
Acorda povo, vem comer, o paciente está pronto.
E tascam que comemos o paciente...
E tasca que não tínhamos nada para comermos...
E tasca que não tínhamos educação...
E tasca que não somos educados...
E tasca que não somos saudáveis...
E tasca que precisamos acordar...
E pau... no... da gente.
Eita povinho!
Cadê tua vergonha?
Tua memória...
Onde está teu respeito?
E tua moral?
Já estamos nos alimentando de porcaria...
Vamos comer a casca da banana que,
Carmem Miranda carregava na cabeça...
Logo só sobrará a casa do sirir...
Juntaremos nossas tralhas colocaremos nas costas...
E vamos catar comida nos latões,
das casas dos políticos que nos roubaram.
Acorda e levanta, ou então, deita e morre de vez.
Hei Brasil, respeita este povo que é teu...
Acorda e educa esta nação que é tua, ensina eles para você...
Se não, mais uma vez, nada restará do pouco que sobrou...
O brasil não tem roupas, ele está desnudo...
Nem calçados, caminha descalço...
E a barriga?
Esta coitada!
Esta vendendo o almoço para comprar o jantar.
Estamos comendo a porra, temos que engolir,
deixar escorrer goela abaixo para depois rirmos,
da nossa própria desgraça...
Só que daqui alguns dias nem isso teremos ...
Nem os ratos que o poeta citou, ficaram ou sobrou.
Pela croaca não saem nem mais um ovo...
Cortaram os escrotos que atrapalhava quando andava.
E às pernas continuam abertas...
Para gerar o que, não sabemos!
KaKá Ueno.
30 10 01.
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