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Artigos-->Reflexões Inzoneiras (1) -- 19/10/2001 - 22:59 (José Pedro Antunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A Folha de São Paulo desta sexta-feira, 19/10/2001, vai bem longe no sentido da prestação de serviços à causa da humanidade. No caderno MUNDO (leia-se MUNDO EM GUERRA), um nicho especial, colorido, esquemático, ensinando aos vocacionados "Como fazer uma arma viva". Tudo muito bem explicadinho.



Um articulista comentava, ontem, que os verdadeiros arquitetos dos atentados recentes são agora chamados pelo governo americano a colaborar na caça aos terroristas: os produtores e diretores dos filmes-catástrofe de Hollywood.



Demorou, mas alguém, ao negá-la por absurda, consegue levantar a hipótese de que os atentados de 11 de setembro possam ter partido de terroristas americanos. O antraz que aportou em terras africanas, dizem, foi postado nos States. Um articulista ironiza, sugerindo que o governo queniano, caso os Estados Unidos não entreguem imediatamente os terroristas escondidos em cavernas em Atlanta, parta para a caça dentro do próprio território americano, munidos (hehehehe) de todo o seu potencial bélico.



Pudera, com a informação extremamente regulada, por razões de Estado, é claro, a imprensa, não só a brasileira, parece estar batendo cabeça, depois de ter comido, tempo demais talvez, nas mãos dos propagadores do pensamento único. A verdade é que, para falar da gravidade da situação atual, não há release que resolva. É preciso bem mais do que repetir comunicados oficiais ou matérias de revistas estrangeiras. Os jornais e revistas alemães online não nos oferecem coisa muito melhor. O problema é mesmo mundial, como mundial ameça se tornar o conflito ora restrito às montanhas do Afeganistão.



A Folha, em todo caso, parece ter optado pela prestação de serviços humanitários generosos.



Já estou me candidatando a ombudsman do periódico. Como simples leitor, só me revolta estar pagando cada vez mais por cada vez menos, ou mesmo, como no caso, pagando pela instrução daqueles que, cedo ou tarde, poderão se transformar nos meus algozes.



Em tempo: os cadernos sobre moda e as páginas sobre a vida clubber e as matérias de página inteira sobre o último grito do brit-pop tampouco são inocentes. Estes últimos já estariam a merecer uma análise lingüística mais rigorosa. Imagino que tenha sido à leitura de um deles que o colunista criou a imagem do "meu colírio alucinógeno". Os tradutores do jornal se esbaldam, deliram, transcriam sem pudor.



Até quando vão estar em moda os desfiles de moda?



Em tempo: em que secção vou incluir este texto? Não há uma secção específica para textos críticos desta natureza, um muro de lamentações que fosse.



Ontem vi uma reportagem, num jornal televisivo matinal, sobre a administração privada de nossas rodovias. Um usuário entrevistado deu um profundo suspiro e disse: "Me dá uma tristeza enorme pagar R$ 5,80 em cada pedágio". Em lugar de "tristeza" eu teria dito "indignação" ou "revolta". E não deixaria de incluir, se me perguntassem, uma questão: Por que é que ainda pagamos, e cada vez mais caro, o IPVA?



Alguém já observou que tenho "refletido" demais. E o Mauro de Decca se indispõem com a minha presença em textos jurídicos . Taí uma pista para a criação desse título "Reflexões Usineiras", que acabou dando certo. Pois agora inauguro uma nova série, que prometo mais jucunda, para desfranzir um pouco os senhos nestes tempos bicudos. Aqui começam as minhas: "Reflexões Inzoneiras", com os devidos agradecimentos ao compositor Ari Barroso.
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